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Eu entrei no armazém fechando o portão em seguida e mantendo a distância de sempre. Eu tinha um gravador no corpo para que a polícia ouvisse tudo. Caso precisasse de ajuda eu deveria dizer "portão"

— Você não é muito pontual — ouvi Dabi dizer. A cada dia que o via suas queimaduras aumentavam. Eu vi Toga em cima de uma caixa balançando as pernas parecendo animada

— Se é a última vez que vamos nos ver então não precisamos ter um tempo limite não acha? — falei acenando para Toga que balançou sua não freneticamente para mim. Eu voltei meu olhar pata o garoto. Ele realmente parecia muito com os Todorokis. Mesmos olhos e formato de rosto

— Eu vou ir direto ao ponto porque tenho que ir antes que a polícia apareça — ele falou. Eu o olhei fingindo não entender sobre o que falava. No meu ouvido ouvi dizerem que só precisavam do meu sinal para entrar no local. Ele se sentou no batente da grande janela quebrada — Durante uma conversa com All for One ele me disse que mesmo com as perdas de aliados, ainda tinha uma grande lista de informantes. Shigaraki deixou escapar que era um garoto loiro — Minha cabeça começou a girar a mil. Tinham quatro garotos loiros na minha sala

— Eu pensei que era aquele garoto impaciente e irritante, mas como ele não entrou pra liga então obviamente não era ele. Um garoto, loiro, da 1A. Há um tempo atrás a família dele e ele foram ameaçados e um dos capangas cortou uma parte de seu pescoço então talvez tenha uma cicatriz — tudo ficou em silêncio de repente. Minha memória voltou para um dos dias que eu estava de luto que até cheguei a bater em Bakugo

— Boa noite May você parece melhor— ele disse se olhando no espelho no elevador

— Estou mesmo obrigada— não deixei de notar um corte de faca em seu pescoço — Como conseguiu isso?

— Ah na batalha. Eu me cortei com um vidro — levantei uma sobrancelha

— Isso é um corte de faca— o vi meio desconfortável

— Bom eu não sei se era um vidro, só senti o corte. Você não lembra? — fiz que não com a cabeça — Bom, não foi nada de mais. Boa noite — ele disse quando o elevador abriu

— Boa noite — falei. Ele estava mentindo. Sabia porque Cecília me ensinou que os batimentos cardíacos mudam quando mentimos. Ela me fez decorar o tempo de um batimento para o outro. Estreitei os olhos e saí do elevador. Não tinha como tirar conclusões precipitadas sem lembrar de nada, mas fiz uma anotação mental para ver isso depois

Eu coloquei a mão na boca rindo histericamente. Eu estava com a cabeça tão ruim com o luto e as coisas que tinha feito que tinha me esquecido de tirar a limpo aquela mentira. Acho que fazia sentido. Aoyama ficava mais isolado dos outros alunos e sumia as vezes

— Aoyama sempre gostou de ser o centro das atenções mesmo — falei mais para a polícia do que para os dois vilões. Eu andei pelo galpão — O tempo passa rápido né? A primeira vez que vi esse galpão, ele armazenava matériais que vocês queriam e não estava em pedaços e com o portão enferrujado — eu ouvi a polícia dizer que eu tinha 2 minuto. Eu comecei a contar mentalmente. Eu tirei as escutas e as quebrei com o pé do mesmo jeito que fazia com um cigarro

— Eles já estão vindo? — ele perguntou sem alterar sua expressão monótona

— Temos menos de 2 minutos então serei rápida. Eu te ajudei apesar dos meus ideias e de tudo que esconderam de mim então pensei que pelo menos não me atacaria — falei rápido

— Sobre o que está falando? — ele perguntou se levantando do batente. Eu coloquei as mãos nos bolsos rindo de nervoso. A raiva e adrenalina percorriam meu corpo pedindo para soltar minhas asas

𝑾𝒆𝒔𝒕 𝑪𝒐𝒂𝒔𝒕-𝘏𝘢𝘯𝘵𝘢 𝘚𝘦𝘳𝘰Where stories live. Discover now