último dia.

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Mais um dia e sairíamos deste lugar mágico, eu não estava pronta para ir embora, talvez nem tivesse a ver apenas com este lugar, mas mais com o fato de que eu estava voltando para casa, eu teria que enfrentar a realidade novamente. Estar aqui foi uma fuga da minha vida em casa, aqui em Miami não havia a minha irmã chata que queria fazer da minha vida um inferno, uma merda de vida acadêmica que eu não conseguia acompanhar ou o drama de melhor amiga que não fazia sentido algum, além disso, o fato de que eu não iria mais ver a Natasha tanto assim me assustava, eu estava tão acostumada com a sua atenção e a sua presença, o que eu faria agora que está prestes a mudar?

Natasha também terá que voltar à sua vida normal, o que significava trabalhar todos os dias, não era como se eu pudesse simplesmente mandar uma mensagem para ela e perguntar se ela gostaria de sair comigo, esse pensamento até me fez rir, tenho a certeza de que ela não gostaria nada disso.

Ela ainda iria querer me ver depois dessas férias? Eu ainda estaria por perto por causa da América, claro, mas sabia que não seria nem de longe a mesma coisa. Depois do que aconteceu da última vez, quando Maria quase nos pegou, nós duas sabíamos que isso não poderia continuar assim, não que eu quisesse que parasse, não havia nada mais que eu queria do que fazer essa coisa entre ela e eu funcionar, mas simplesmente não era realista.

Um estrondo alto do outro cômodo ecoou pelo apartamento e América e eu olhamos uma para a outra confusas, não muito depois, houve gritos também e sabiamos que isso não era um bom sinal, eu em particular estava arrepiada.

América já havia se levantado da cama e eu sem pensar muito a segui para fora do quarto, indo em direção ao som alto de algo se quebrando.

— Eu vou matá-la, porra! Me dê o número dela, agora! Eu disse agora, Maria! - ouvimos a voz de Natasha, gritando verdadeiramente furiosa.

América e eu corremos em direção à sala de estar o mais rápido possível, onde encontramos Maria se acabando de chorar sentada no chão e Natasha que parecia que poderia matar alguém a qualquer momento.

— Que porra está acontecendo aqui? - América gritou.

Ela rapidamente caminhou até a sua mãe chorando e a segurou, claramente confusa sobre o que diabos estava acontecendo e eu também, quero dizer, o que aconteceu para a Natasha ficar tão brava e fazer Maria chorar tanto?

Por um segundo, eu fiquei com medo de que nosso segredo tivesse sido revelado, mas isso não fazia sentido, já que era a Natasha quem estava gritando sobre matar alguém, acho que era seguro dizer que o nosso segredinho ainda era apenas isso - um segredinho.

Natasha queria a todo custo pegar o celular de Maria de suas mãos, mas a sua filha sem hesitar se colocou entre elas. Maria voltou a chorar ainda mais forte e eu não pude deixar de revirar os olhos para ela, eu não sei o que aconteceu entre aquelas duas, mas sabia que chorar definitivamente não iria resolver, não estava resolvendo.

— Mãe, apenas afaste-se, me diga o que está acontecendo. - América por pouco não implorou por uma explicação.

Meus olhos seguiram cada movimento de Natasha enquanto ela lentamente se afastava, afastando-se de América e consequentemente de Maria, que era protegida pela mais nova, os olhos da mesma estavam vermelhos e inchados e seu rosto estava muito vermelho, como um pimentão.

Ela estava tão feia agora, com todo o respeito, mas honestamente, era meio agradável de se ver.

— Pergunte a sua mãe. - disse Natasha em um tom baixo e rouco.

América soltou a sua mãe e ergueu as sobrancelhas para ela, claramente esperando por uma explicação, Maria enxugou as lágrimas enquanto balançava a cabeça.

Be Mine (natasha/you) Where stories live. Discover now