𝐓𝐄𝐖𝐍𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄

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- Você morre se não jogar, ou se você perder

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- Você morre se não jogar, ou se você perder. Esses são os jogos da morte.

As expressões dos únicos que restaram dos participantes são de medo. Pior que o medo da falecida mulher.

" Tempo limite dessa partida é de: quatro minutos. "

- É menos tempo que antes - Diz Hidataka olhando para mim.

- Essa é a graça do jogo. A cada partida, o tempo vai diminuindo - Sorrio. A cara de todos se fecham.

O homem mascarado volta e faz o mesmo processo de espalhar as cartas e refazer a pilha. Ele novamente nos dá as duas cartas. Pego um dez de ouro e quatro de copas. Eu tenho apenas quatorze.
Meu rosto se contorce em desespero.
Eu vou perder.
Eu vou perder.
A frase se repete em minha mente milhares de vezes.
Minhas mãos suam frio com o medo.
A morte é uma passagem para um mundo melhor que esse, mas eu não quero morrer, não agora.
Engulo seco.

" Hora da compra. "

Meu coração bate a mil. O homem mascarado de sempre revela as cartas das compras. A primeira é um K. É um rei.
Peço a Deus, se é que ele existe, para me ajudar. Para que não seja eu a primeira a comprar.

" Primeiro a comprar: Jogador número cinco, Hidataka. "

A expressão dele se trona de indignação.

- Eu passo - Ele fala. Tem mais de doze.

Aperto as cartas na minha mão novamente.

" Primeiro a comprar: Jogador número seis: Haia. "

Suspiro pesadamente ao ouvir meu nome. Reviro os olhos.

- Passo - Murmuro sabendo claramente que irei perder esta partida.

Os outros se entreolharam.

" Primeiro a comprar: Jogador número um: Tatsuo. "

- Eu também passo - Ele diz. Semicerro os olhos. Ele é o meu inimigo no jogo. Tem a mesma pontuação que eu, e eu que tenho que vencer.

A voz continua a falar.

" Primeiro a comprar: Jogador número dois: Takafumi. "

Takafumi nega com a cabeça e murmura algo para si antes de falar em alto e bom som.

- Eu ganhei... - Ele diz e assim pega a carta de reis. Não demorou muito para o lazer atingir a cabeça do mesmo rapidamente. Ele cai sobre a mesa com os olhos vermelhos.

Pude ver as cartas que estavam em suas mãos. Um vinte e um em mãos. Grande erro cometido. Nunca se pode fazer Vinte e um em mãos. Ele morreu por causa disso.

- Não! - Hidataka grita ao ver Takafumi morto. - O que aconteceu? Ele ganhou! Ele fez vinte e um!

- É contra as regras do jogo pegar um Vinte e um na mão - Respondo indiferentemente. Coloco minhas cartas na mesa. - Fiz treze.

Hidataka me olha com indignação e nega com a cabeça.

- Ele morreu! - Ele aponta para o corpo se Takafumi, e logo depois, para o de Hina. - Ela também morreu! Por que você não se importa com isso?!

- Porque quanto mais nos importamos, mais estamos morrendo - Retruco. - É melhor se sentar nessa cadeira antes de você morrer.

Apoio meus cotovelos na mesa e junto minhas mãos esperando os outros falarem os números que receberam na partido. Hitadaka volta a se sentar com lágrimas nos olhos.
Tatsuo me olha com um tipo de admiração estranha. Me sinto desconfortável.

- Consegui dezessete - Diz Tatsuo.

- Eu consegui quinze - Diz o chorão.

Respiro fundo ao ouvir que fui a que conseguiu um número horrível da partido.
O homem mascarado faz tudo de novo. Arruma o baralho empilhado e deixa duas cartas para nós, jogadores.
Pego a carta percebendo um certo volume a mais. Três cartas, ele nos deu três cartas. Não só para mim, para todos. Aperto os lábios e olho para todos os participantes. Abro as pernas fazendo minha saia preta de veludo se abrir. Com cautela, ajeito as cartas na mão, fazendo a que está no meio cair no tecido se minha saia. A prendo fechando as pernas. Está escondida. Vou trapacear.

- Com licença, você me deu três cartas - Hitadaka diz entregando uma das cartas na mão do homem mascarado. Suspiro com tamanha burrice.

O jogo é para trapacear, de certa forma. Hitadaka não percebeu isso, o que é grande burrice. Se ele quisesse mesmo sobreviver, poderia pensar mais.
Olho para Tatsuo, e vejo pela sua expressão que o mesmo também pretende trapacear. Ele é um grande adversário, de certa maneira, mas não chega aos pés de me derrotar. Eu tenho outro nível de experiência.
Preciso ganhar dele de qualquer maneira possível.
As cartas que tenho em minha mão formam o número dezesseis. A carta que eu escondi é o número sete de espadas.

" Tempo limite da última partida é de: três minutos. "

O mascarado vai na direção da pilhas de baralho, e as vira. Revelando um belo seis de paus.

" Primeiro a comprar: Jogador número um: Tatsuo. "

Ele pega a carta com uma expressão rabugenta no rosto. Ele tem quatorze ou menos com ou sem a terceira carta.

" Segundo a comprar: Jogador número cinco: Hidataka. "

O garoto concorda com a cabeça.
Olho para a carta em que ele deveria comprar e arregalo meus olhos. Quatro.
Um mínimo sorriso se arreganha em meu rosto ao perceber que posso ganhar de Hidataka não comprar. Ele não vai.
Mas ele comprou. Pegou o sonho que poderia ser meu. Além do quatro que ele comprou, um A apareceu após o tão sonhador quatro ser levado pelo menos. Hidataka também compra o A. Mas ele para de comprar e meu sorriso volta ao rosto. Outro quatro.

" Terceiro a comprar: Jogador número seis: Haia. "

Ainda com meu sorriso mínimo no rosto e com cautela, minha mão livre vai até a saia onde escondi a carta, mas para minha decepção, não havia nada lá. Demoro para perceber que foi um roubo. Alguém roubou a minha terceira carta.
Olho para Hidataka e Tatsuo. Hidataka espera para que eu compre, já Tatsuo, nem me olha. Foi ele quem me roubou, Tatsuo me roubou.
Com a indignação, aperto minha unhas na mão e respiro fundo tentando conter a raiva. Solto as unha de minha mão e pego a carta de número quatro. As junto com minha dezesseis, deixando assim, um vinte. Olho para o pilha de novo para ver se poderia continuar comprando. Meu sorriso volta ao ver um A na mesa. O sorriso se torna um rosto sério e apoio meus cotovelos novamente na mesa. As cartas de cor negra estão em apenas uma de minhas mãos. Olho para Tatsuo.

- Você me roubou, não foi? - Pergunto o olhando. Ele finalmente me olha. - Roubou o meu sete.

- Você iria roubar e ganhar - Ele não tem nem vontade de mentir. Descarado. - Se for para sobreviver, eu vou vencer.

Solto uma risada sem humor.

- Oh, nem roubando você irá ganhar - Falo. Ele levanta uma das sombrancelhas. - Essa vai ser a melhor das reviravoltas de todas as reviravoltas, meu bem.

Ele franze a testa e meu sorriso volta.
Coloco meu vinte na mesa, e assim, o vinte e um completo se transforma.
Hidataka deixa o seu queixo cair enquanto Tatsuo olha as cartas incrédulo.
EU GANHEI!
A luz que antes desapareceu no meu colar, volta a brilhar. As luzes de Hidataka e Tatsuo perdem o brilho.
Me levanto da cadeira ainda com o sorriso no rosto.
A cabeça dos outros dois jogadores é atravessada pelo lazer, fazendo assim, um pouco no sangue bordô dos mesmos se respingarem sobre mim. Meu sorriso se alarga.

" Vencedor: Jogador número seis: Haia. "

Isso soa como música para mim.

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𝐂𝐇𝐄𝐒𝐇𝐈𝐑𝐄 - 𝐂𝐡𝐢𝐬𝐡𝐢𝐲𝐚 𝐒𝐡𝐮𝐧𝐭𝐚𝐫𝐨ᵃˡⁱᶜᵉ ⁱⁿ ᵇᵒʳᵈᵉʳˡᵃⁿᵈWhere stories live. Discover now