Tomando Coragem

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Win foi até o telhado onde Bright costumava ficar para ver o céu a noite. Sabia que quando ele sumia era lá que ele estava.

— Atrapalho? — Disse Win sentando ao seu lado.

— Nunca — Bright respondeu com um sorriso.

— Hoje de manhã você disse que precisava conversar comigo. Sobre o que seria?

Bright olhou para ele e segurou sua mão.

— Winnie. Sabe que em breve terei que partir, não sou deste mundo e não posso ficar aqui — Dizer aquilo era doloroso, não estava preparado para deixar Win.

— Sim, eu sei disso — Win respondeu desanimado.

— Não quero ir embora sentindo que eu poderia ter feito algo por você... e uma coisa em que gostaria de te ajudar é na verdade um conselho que você decide se quer ou não seguir... primeiramente peço desculpas por invadir seu espaço e seus assuntos pessoais que eu imagino que queira manter guardado a sete chaves, mas eu me intrometi e procurei saber o que houve entre você e o Senhor Jumpol.

Win fez uma careta.

— Você conversou com ele?

— Conversei. Mas quero ouvir sua versão do que aconteceu. Não estou aqui para julgá-lo, não sou ninguém, só quero que você tenha coragem de enfrentar seus problemas, começando por me contar o que aconteceu naquele dia.

Falar sobre aquilo não era algo que Win gostava, mas já que Bright poderia desaparecer a qualquer momento do mesmo jeito que apareceu, Win se sentiu menos desconfortável para falar sobre aquilo. As primeiras palavras foram difíceis, pareciam pesar em sua língua dificultando sua fala, mas conforme as palavras saiam, foram se tornando mais fáceis. Win contou tudo o que tinha acontecido, assim como Off, as duas versões eram idênticas e ele fez questão de não esconder nada, não tinha mais nada a perder e estava cansado de esconder aquilo.

Quando terminou de contar sobre o dia em que as drogas foram encontradas e de como ele incriminou Jumpol, Win desabafou sobre seus medos e suas fraquezas e sobre como usou sua imagem de filho do presidente como desculpa para esconder seus erros, como se a imagem de Jumpol fosse menos importante que a dele.

Com um choro amargo as palavras de Win saiam engasgadas, desde aquele dia se sentia péssimo, mentiroso e falso, e ficava ainda pior quando todos o elogiavam e o usavam como referência de bom filho e bom cidadão, mas ele sabia que não merecia toda aquela atenção.

Bright não disse nada, não o repreendeu, não o julgou, nem deu sua opinião sobre nada, muito menos disse o que era certo a se fazer, ele apenas o abraçou ternamente, envolvendo Win em um abraço aconchegante e carinhoso.

— Somos humanos, Jovem mestre. Todos nós cometemos erros — Bright sussurrou enquanto acariciava seus cabelos.

...

Mesmo com os diversos abraços e carinhos que Bright lhe dava, a semana não foi fácil para Win, todos os dias ele se levantava da cama sem a menor disposição, seus pais até tentavam conversar, mas ele sempre se esquivava. Apesar do alívio que sentiu depois da conversa com Bright ao compartilhar tudo aquilo e tirar aquele peso de seu peito, Win agora se sentia impelido a contar a todos a verdade, isso não era algo fácil e ele ainda sentia medo. Mas precisava parar de fugir.

O primeiro passo foi conversar francamente com seus pais e confessar seu erro, lidar com a decepção deles era a tarefa mais difícil que teria, porém, sentia que se passasse por isso poderia sobreviver a qualquer outra coisa.

A princípio seus pais ficaram um pouco devastados, jamais imaginariam que seu filho perfeito tivesse feito tal coisa, tanto usar drogas quanto incriminar o amigo por aquilo. Gulf foi o mais sensato como sempre, Mew apesar de ser mais emotivo manteve a calma e ambos fizeram questão de demonstrar seu apoio ao filho por ele ter tomado a atitude de enfrentar seus medos e corrigir seus erros.

Game (L)overWhere stories live. Discover now