CAPÍTULO 41

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     Assim que tranco a porta do meu quarto de novo, Elliott me lança um olhar avaliativo por longos segundos. Eu sento no chão e pego uma Mini bola de basquete que está próxima aos meus pés, mas na verdade eu só quero me ocupar com alguma coisa mesmo.

     — O que aconteceu, Mikah? — Ele pergunta, se agaixando ao meu lado e tocando de leve a minha bochecha. Eu encaixo a cabeça nas suas mãos, buscando um pouco mais de contato.

     — Nada não, Elliott. Deixa pra lá. — Dou de ombros e desvio o olhar. Não quero receber o mesmo olhar reprovador que o meu pai me deu, só que dessa vez vindo do meu namorado.

      — Aconteceu sim, chocolate. você nunca trata ninguém mal sem motivo algum. — Ele se ajoelha ao meu lado e agarra o meu rosto, forçando-me a olhar para cima e encarar os seus olhos bonitos.

     — E-eu... Não...

     — Confia em mim, Mikah. Eu sou seu namorado. Eu amo você. Estarei sempre aqui pra ti. — Ele diz, me fazendo soltar um suspiro rápido e puxa-lo para o meu colo, o abraçando com força.

     — E-eu... — começo, sem saber como falar isso. Só queria esquecer essa merda e seguir em frente. — C-cheguei em casa bêbado uma vez e... Acabei dormindo no quarto de hóspedes porque não queria sujar a minha cama e estava com preguiça de tomar banho. F-fiquei só de cueca e... Acordei com ela a-acariciando o meu pau.

     — O-o que? — Elliott exclama, completamente espantado e horrorizado.

     — N-não deu tempo dela tirar a minha cueca porque... B-bom, eu surtei antes. Aceitei a bolsa na Califórnia e fui embora. — Termino de explicar, tentando abrir um sorriso para mostrar que estou bem, mas é um pouco difícil fazer isso.

     — Vem. — Elliott levanta e me puxa para cima com força, antes de correr até as nossas malas e começar a enfiar tudo de volta dentro delas de qualquer jeito.

     — O-o que cê tá fazendo? — Pergunto, sem entender nada.

     — A gente vai embora desse maldito lugar. — Ele rosna, dando um chute forte na mala para conseguir fechar.

     — Hoje é domingo. N-nosso vôo só é amanhã a noite...

     — NÃO!! A GENTE VAI DÁ NO PÉ AGORA!! VOCÊ NÃO FICA MAIS UM SEGUNDO NESSE LUGAR!!!— Ele diz, antes de me pegar as malas e correr até mim ainda descalço. Uma das malas vem parar nas minhas mãos, e meu namorado pega a minha outra mão e começa a me puxar para fora daqui.

      Nosso pai está esperando no andar de baixo, e arregala os olhos ao ver a gente saindo com as malas. Ele nota que Elliott quem está me puxando, e lança para ele um olhar fechado.

     — Garoto, pra onde pensa que está levando o meu filho? — Meu pai pergunta, ficando de frente para Elliott e barrando nossa passagem.

     — Sai da minha frente, seu velhote. — O meu namorado diz, e eu entro na sua frente rapidamente, impedindo essa discussão boba de começar.

     — Vamos, Elliott... — Começo, mas uma voz repugnante me corta.

    — vai pra onde, querido? — Jordana surge do nada e se aproxima, fazendo Elliott encara-la com sangue nos olhos.

    — OLHA AQUI SUA IMUNDA. FALA DE NOVO COM O MEU NAMORADO, OU SEQUER CHEGA PERTO DELE, QUE EU VOU ACABAR COM A TUA CARA!! — Ele rosna, cuspindo na cara da mulher, que fica tão surpresa com isso que mal tem tempo de desviar quando Elliott pega o primeiro vaso que encontra pela frente e atira na cara dela, não acertando porque meu pai se joga em cima dela e a tira do caminho.

     — Ficou louco garoto?! Quem você pensa que é?! — Meu pai grita, e eu estou tão paralisado no lugar que só consigo observar a cena.

     — VOCÊ VAI FICAR DO LADO DESSA IMUNDA QUE ASSEDIOU E TENTOU ABUSAR DO SEU FILHO ENQUANTO ELE TAVA DESACORDADO?! OLHA AQUI SEU...

     — E-elliott, vamos embora. — Imploro, agarrando o seu braço assim que ele pega outro vaso pra jogar. Ele me encara por alguns instantes, antes de desistir de pegar o vaso e assentir levemente com a cabeça.

    — A-abusar? C-como assim abusar? — meu pai pergunta, se afastando da vagabunda em seus braços e alternando o olhar entre nós dois.

     — É-É MENTIRA! VOCÊ NÃO PODE ACREDITAR NELE!! - ela grita e começa a dar um showzinho.

     — Vamos, Micael. Não vale a pena. — Elliott diz, pegando a minha mão, e então começamos a correr para fora daqui, largando as malhas e os sapatos no chão.



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     Quando saímos da sacada do condomínio, ambos estamos suados e ofegantes, sem sapatos e nada além dos nossos celulares e carteiras. Eu não consigo evitar de rir baixinho, embora seja de nervosismo mesmo.

     — Eu vou chamar um táxi. A gente vai dá o fora daqui.

     — Vamos pra onde? — Pergunto, agarrando a sua mão e o puxando em direção a rua. A cena é um pouco engraçada, porque nós dois parecemos uns doidos correndo sem sapatos por aí, e está frio pra caralho também.

      — Vamos conhecer essa cidade, ué. A noite vamos tentar entrar em contato com a companhia aérea para antecipar a nossa viagem. — Ele diz, acenando freneticamente quando um táxi passa pela gente. O motorista freia bruscamente e dá ré.

     — Certo. A gente pode ir num parque de diversões, e andar pelo shopping, sei lá. — Digo, dando de ombros. Nós entramos no táxi e comprimentamos o motorista, que lança um olhar curioso para os nossos pés.

      — Esse deve ser o pior aniversário de todos, né? Sinto muito, por tudo. — Elliott diz, encolhendo os ombros, mas eu o envolvo rapidamente com os meus braços, abraçando-o com força.

     —  Estamos juntos, e é isso que importa. — digo, esfregando a minha bochecha na sua e fazendo-o soltar uma risada baixinha.

     — Nunca deveríamos ter vindo aqui. Nas férias, podemos viajar para San Francisco, Nova York, Europa, seu lá! — Ele diz.

     — Verdade. Sempre quis conhecer o país de Gales. — Sussurro, quase o puxando para o meu colo de tão coladinho que estamos.

     — Porquê o país de Gales?

     — Não faço ideia. — Dou de ombros, fazendo-o revirar os olhos e dá um tapinha na minha nuca.

     —  C-chocolate... Você... Tá bem?

     — Tô sim, leite azedo. Ela não conseguiu o que queria. — Digo, encerrando o assunto e enfiando esses pensamentos na mesma parte meio esquecida da minha mente em que estavam. É melhor assim.



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     Acabou que tivemos que ir para um hotel depois de uma tarde divertida num parque de diversões, apesar de eu ter medo de altura e precisasse que Elliott ficasse insistindo para a gente ir nos brinquedos assustadores (ele riu muito de mim também por causa disso).

     O nosso vôo foi antecipado para a manhã do dia seguinte, e nós também tivemos que dá uma passadinha no shopping para comprar sapatos novos.

     Durante a noite, nós fazemos amor várias vezes, e eu preciso assegura-lo que estou bem várias vezes. Estar com esse garoto me faz bem, e eu não consigo sequer pensar em me afastar dele por um segundo que seja.



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AMOR E ÓDIO (COMPLETO)Where stories live. Discover now