Acordei assustada, sem entender onde estava de fato, estava escuro, e um cheiro forte atingia meu nariz.
Olhei ao redor tentando entender, e logo me lembrei onde estava na ultima vez que estive acordada. Entrei na carroça vazia e depois apaguei.
Levantei minha cabeça que ainda latejava, e senti a carroça ainda em movimento, olhei ao redor e logo vi varias galinhas comigo, e então entendi de onde vinha aquele fedor, eram as fezes das galinhas.
A carroça estava toda suja, e cheirava muito mal.
Senti uma queimação em meu ombro direito, e quando olhei pude observar um corte recente ali, com sengue seco.
Provavelmente me cortei ao pular da janela, toquei no ferimento e gemi de dor ao sentir a ardência.
Então, a carroça parou abruptamente.
E com isso fui lançada para frente, tentei me recompor para tentar me esconder outra vez, mas os fenos já haviam sido desfeitos.
Escutei passos vindo ao redor da carroça.
- Melhor alguém avisar ao Madoc que essas galinhas não irão servir nem de aperitivo. - Ouvi uma voz vindo até a parte que abre a carroça.
Escutei uma risada.
- Certo, podemos pegar algumas. Ninguém vai notar de qualquer maneira. - Uma voz masculina e diferente da outra que ouvi disse.
A porta estava sendo aberta, e eu me levantei de uma vez olhando para o bruxo que ia abri-la. Quando foi aberta me surpreendi ao ver um homem humano parado na entrada olhando para mim chocado.
- Mas que diabos? - Ele disse olhando para mim sem entender.
Eu estava em pé e assustada, respirava ofegantemente pelo medo do que iria acontecer.
- Stefan, venha ver isso aqui. - O homem chamou o outro sem tirar os olhos de mim.
O outro homem que também era humano apareceu na entrada da carroça olhando para dentro, e logo me vendo.
Ambos pararam me encarando de cima a baixo, me analisando.
O primeiro que me viu entrou na carroça, abrindo espaço para que varias galinhas fugissem.
- Merda, Félix. - O outro disse enquanto parecia tentar não deixar as galinhas fugirem, e falhando miseravelmente. - Me ajuda aqui, as galinhas estão fugindo.
O outro que ainda me encarava nem mesmo piscou para ele, deu um passo a frente. E pelo meu medo, eu dei um passo para trás. Ele parou, parecia tentar não me assustar.
- Não vou machucar você, bebê. - Ele disse sorrindo com seus dentes amarelos, um sorriso que já tinha visto varias vezes em Alaric. Malicioso. - Quem é você? - Ele me perguntou.
O outro homem que eu acreditava ser o Stefan, desistiu de tentar impedir as galinhas, e então parou para observar seu amigo e eu.
- Catrinna. - Respondi sua pergunta baixinho.
- Com certeza é uma prostituta, olhe só para as roupas dela. - O Stefan disse ao seu amigo, que desta vez parou de me analisar e olhou para o outro homem.
- Se ela for uma prostituta, deve ser da realeza. - Ele disse ao seu amigo e voltou o seu olhar para mim. - Não tem prostitutas comuns tão bonitas e bem vestidas assim. - Ele disse encarando o meu decote e depois lambeu os lábios.
Ele veio andando em minha direção outra vez, e fui outra vez andando para trás, afim de manter a distância.
Não sabia o que esse homem faria comigo.
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segredos de sangue e ira
FantasyJá se sentiu amaldiçoada? Em um mundo repleto de feéricos e bruxos. Catrinna, uma feérica que estava perdida na dor, sem esperança, sem força e feita como bichinho de estimação de um Rei bruxo muito cruel, se via sem saída daquele reino de sofrime...