The first time

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L.

Mais um baile, mais regras, protocolos, políticas. Observo o salão de baile enquanto meu pai conversa com alguns membros da realeza de diversos reinos sobre acordos que irão garantir o futuro do nosso povo e de nossa família.

— Me perdoe, majestade, mas há algumas pessoas que desejam falar com o príncipe herdeiro.

Meu pai olha alternadamente entre nós tentando entender a urgência daquele pedido. Por fim concorda com um leve inclinar de cabeça e estou livre.

Esse era o código do meu irmãozinho para me tirar das exaustivas conversas sobre o futuro de nosso país. Como desejei não ser o príncipe herdeiro, mas aqui estou eu, o segundo filho carregando o peso da coroa após perder meu irmão mais velho numa emboscada. Louis seria o rei perfeito, ele tinha o dom, havia nascido para governar, mas agora só me resta a saudade do meu irmão.

As horas pareceram infinitas até poder me recolher aos aposentos e me poder me desfazer da minha armadura. Desde que havia perdido meu irmão esse era eu, alguém fadado a cumprir expectativas e governar meu país. Mas agora posso ser somente o garoto com saudades do irmão, que sente medo, felicidade e, agora, exausto pela noite longa. Em poucos minutos caio no esquecimento de uma noite sem sonhos.

Antes do amanhecer já havia escapulido de meus aposentos para ir ao meu lugar. Lá eu poderia aliviar o peso das responsabilidades, conversar com meu irmão sobre minhas frustrações e pedir seus conselhos. Louis havia descoberto aquele lugar quando éramos crianças e desde então íamos lá sempre que precisamos pensar.

Estava perdido em meus pensamentos quando ouço um barulho as minhas costas, os anos de treinamento guiam meu corpo que se põe em alerta e me viro com a espada desembainhada.

Qual foi minha surpresa ao me deparar com o filho do duque. Qual era seu nome? Zayn? Sim, era este seu nome, lembrava de havê-lo visto em alguns bailes.

— Não deveria assustar as pessoas assim. Poderia ter te matado — falo tentando manter a calma, mas meu coração está acelerado e não sei o porquê.

Respiro fundo tentando manter a calma, afinal havia sido minha própria desatenção que tinha me surpreendido.

— Me perdoe, vossa majestade. — disse, fazendo uma reverência.
Quando finalmente nossos olhos se encontraram e pude ver um leve sorriso nos cantos de seus lábios, o mundo pareceu parar. Nunca poderia imaginar que ali começava a eternidade dos meus dias.

DandelionsWhere stories live. Discover now