Capítulo 2.

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Laço sanguíneo não é sinônimo de família.

ADDISON POV

Quando crescemos nós somos ensinados a diferença entre o certo e o errado. Os adultos nos mostram suas próprias concepções e esperam que sejam seguidas.

Apesar de ter nascido em um berço de ouro, com tudo ao meu dispor e as pessoas em volta acharem que é muito mais fácil quando se tem dinheiro, mas a realidade é bem diferente.

Minha vida sempre foi cheia de complicações desde a minha primeira respiração, meu pai nunca quis uma menina e me culpava o tempo todo por isso.

Robert, me ensinou em meio as agressões psicológicas que nada nunca seria fácil para mim. Eu teria que conquistar todos os meus objetivos, ele só me ajudaria se visse que valeria a pena gastar seu tempo e dinheiro. Ele nunca chegou a gastar nada.

Beatrice, minha mãe, fazia o possível e dentro de suas próprias limitações para que eu tivesse uma infância e toda uma vida mais plena, menos amarga e conturbada. Ela dedicou 24 anos da sua vida a me fazer entender que eu não era culpada por nada e que ela se sentia feliz em me ter, mesmo que meu pai dissesse constantemente o contrário disso.

Ela se foi no dia 27/08/2006. se passaram 12 anos.

Com o passar dos anos, eu desenvolvi meu próprio escudo e só consegui tirá-lo uma única vez, mas consegui me manter sã diante de tudo que minha família me proporcionava. Eu me distraio com uma rotina regrada que sigo completamente à risca e aos sábados me deixo ir em um pub irlandês para aliviar os ares.

Mesmo que eu não queira meu nome sempre vai estar ligado ao de Robert, aos seus escândalos e eu sempre torci muito para que ele fosse descoberto de uma vez por todas.

Sempre soube que os tabloides de New York e os jornais não estavam perseguindo meu pai como ele dizia em sua própria defesa, tudo sempre foi verídico mas para minha segurança, ou, o que restou dela, eu deveria me manter calada.

Hoje eu trabalho na empresa, não porque Robert quis mas porque fui nomeada pelo testamento deixado por minha mãe ao morrer, onde dizia que todas as suas ações e cargo na empresa seriam minhas.

Fui ganhando minha independência com o tempo e ganhando traços da personalidade que minha mãe sempre lutou para que eu nunca tivesse... Os traços dele.

As paredes da empresa dizem que eu sou uma mulher difícil de lidar, meu apelido nada mais é do que Satã e eu não posso discordar, meus modos deixam a desejar mas eu sei que no fundo, não passa apenas de uma proteção.

A única vez em que eu me permiti criar laços foi com Amélia Shepherd. Eu frequento sua cafeteria super aconchegante e com um café aromatizado de baunilha excepcional há mais de 3 anos, todos os dias sem pular nenhum.

Ela é a pessoa mais divertida, sem filtro e especial que eu deixei se aproximar. Ela respeita minhas limitações, sabe que eu sou difícil e mesmo assim não se afasta. Somos boas amigas, nos ajudamos em nossos períodos difíceis.

UMA SEMANA ANTES.

Estacionei meu carro às exatas 07:00AM na porta da Shepherd's Coffe como faço todos os dias, eu preciso seguir meus padrões de rotina para não me sentir deslocada. Coloquei meu jornal embaixo do braço e atravessei a rua.

O exterior é um letreiro verde neon em cursiva e de paredes em tom de bege. Por dentro, as mesas são nas laterais, os bancos são de madeira com estofado verde claro e o vidro deixa o sol entrar para que fique tudo mais aconchegante.

Dangerous Passion - Meddison.Where stories live. Discover now