De Todo Mal, Proteja-me

14 2 3
                                    

Hei de existir um homem que queira assumir o carga de messias, e confundir com o de Deus.


A enorme igreja em Londres estava pouco movimentada, as pessoas faziam suas preces admirando a imagem de Jesus Cristo naquela manhã.

Os noticiários sempre continham as diversas passeatas de protestantes, jesuítas e muçulmanos pelo Reino Unido e chegando até boa parte do Leste Europeu. Dentro da parte mais conservadora da sociedade, muitos afirmavam que aquilo era uma declaração contra o cristianismo, os tempos de intolerância atingiram o nível de alerta máximo para os países, casos e mais casos de violência e batalhas nas ruas e nas igrejas nas pequenas cidades.

Além disso, o boato de uma seita oculta que em sua antiga fama travou grandes problemáticas para a igreja católica voltavam e junto a isso, a volta de um assassino que se auto declarava como: A Mão Negra de Deus.

Os fiéis dentro da igreja rezavam, fielmente e desta vez clamando por salvação, divina ou humana. Alguns pediam por esperança, outros por fortuna e bons frutos, alguns por cura e perdão.

E um, por morte.

Abriu-se para entrar no pequeno confessionário um homem, trajado com roupas de arcebispo, sentou-se e começou a confessar:

- Padre, eu pequei. - disse ele.

- Todos nós somos sujeitos aos erros e aos pecados, nobre irmão. - disse a voz do outro lado. - Diga-me, o que te afliges?

- Por um momento, desejei a morte do santo papa, do homem que representa nossa fé neste mundo.

O homem do outro lado esbanjou um sorriso discreto.

- Por qual motivo, meu irmão?

- Diante tantas coisas que rondam nossa comunidade cristã, tanta coisa que desonra o nome de nosso deus e nossas crenças...ele...ele diz que devemos aceitar as diferenças de outras religiões, devemos...

- Amar o próximo? - questionou, deixando o arcebispo calado. - Diga-me, amado irmão, o que pensaste?

- Deus nos deu o julgamento de amar, mas não a obrigação e o dever disso. Esses... - ele suspirou fundo. - Esses seres impuros, sujos, homens sem qualquer pingo de juízo e de devoção ao deus cristão, eles devem...

- Queimar. - disse o homem revelando o rosto. Viktor Redford, o cardeal. - Nosso tempo chegará, meu irmão.

O arcebispo fez o sinal de cruz em si esbanjando um olhar de agradecimento para o cardeal.

- Estamos com o senhor, cardeal. A igreja renascerá em teu comando. Deus o escolheu. - disse ele.

- E que Deus ouça seu pedido de perdão, nobre arcebispo. E que a mão dele atenda o seu pedido.

O cardeal fez o sinal da cruz para o arcebispo que agradeceu e se retirou exibindo gratidão aos fiéis que vinham até ele. O cardeal então saiu pelos fundos do confessionário descendo uma escada que levava para abaixo da igreja, chegando a um imenso salão onde o Priorado Vermelho detinha como sede.

Juntou-se a ele o arcebispo Abraham e mais alguns cardeais, ele mantinha os passos firmes para um corredor ao fim do salão.

- O povo clama por você no cargo de Papa, meu senhor. - disse Abraham.

- O povo clamará muitas coisas após isso, Abraham. - ele chegou em uma porta no meio do corredor, abrindo-a, entrou em seu escritório que continha uma imensa janela de vidro que dava para uma parte ainda mais funda da igreja.

Os cardeais observavam o que havia ali e viam um cenário de tortura e de assassinatos contra rebeldes e contra qualquer tipo que o Priorado considerava como ameaça a igreja.

Sangue Negro Where stories live. Discover now