Olá, estranho.

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SEGUNDA PARTE.

Amanda.
2023.

— E por isso eu acho melhor não casarmos

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— E por isso eu acho melhor não casarmos..— eu disse para Charles o meu noivo, agora ex.
— Se eu implorar por você, você fica? — ele questionou.
— Será inútil... — eu dizia com uma mala ao meu alcance.— Preciso recomeçar a minha vida, quero saber quem sou. Muito obrigada por ter participado.

Foram as últimas palavras que falei antes de ir para o aeroporto e partir no avião direto para New York.
Eu e charles nos conhecemos a uns anos atrás, namoramos por nove anos e noivamos no ano passado, mudamos juntos e vi que me casa não era o que eu queria, não com ele. A família dele não gosta de mim, porque sou Cubana e por uns "dons" meus. São um bando de preconceituosos, mesmo Charles sendo um cara incrível. Em famílias sempre há exceção entre grossíssimas aspas.

E por falar em família, tenho a minha. Parte deles se mudaram para o Canadá para tentar uma vida melhor, para recomeçarem. Isso ocorreu quando a minha avó morreu de pneumonia, eu era a neta favorita dela. E por falar em mim, me chamo Amanda Sanchez e bom, o que posso dizer é que a vida é feita de recomeços principalmente para uma mulher que tem trinta e três anos.

Quando entrei no avião, meu coração se partiu, mas me senti aliviada. O meu namoro e o de Charles não estava mais funcionando e mesmo que ele fosse uma pessoa boa, era muito possessivo e eu sentia que nos casar não iria melhorar em nada. Eu era psicóloga na Austrália, provavelmente optaria por essa mesma opção em New York. A minha avó era médium, ela adivinhou que eu terminaria com o meu primeiro noivado e, falando em mediunidade, eu também sou. Mas ignoro ao máximo esse fato, talvez eu tente me reconectar com a minha espiritualidade nesse recomeço ou sei lá.

New York, aqui estamos nós. O aeroporto parecia um formigueiro e eu não conseguia me localizar direito, era uma multidão de gente. Eu havia comunicado ao meu amigo, Christopher Robert Evans, o que aconteceu comigo. O chamo apenas de Chris. Ele morou por um ano no Canadá e o conheci na escola, nós tornamos melhores amigos desde aí.

Eu olhava maravilhada por todo aquele ambiente, esperando se encontrava algum rosto familiar, sentindo alguém tocar em meu ombro e chamar pelo meu nome.

— Amanda! — disse o meu amigo Chris.
— Cara, não vi você.— eu o abracei.
— Que saudades desse seu sotaque latino. — ele retribuiu ao afeto. — Arranjei um dos meus imóveis para você ficar, vamos indo?
— Por favor.

Pedi antes, por mensagem, para que ele não tocasse naquele assunto do ex Noivado e como um bom amigo, ele não fez isso. Ele me ajudou a colocar as bagagens no carro e dirigiu até a residência. Eu me divertia com os seus papos e sentia muita falta de ter amigos para me divertir ou ao menos me ouvir.
Chris iria trabalhar, então ele não passaria o dia comigo, mas me ajudou a arrumar parte da casa e o resto eu terminaria, logo, nos despedimos. Assim que ele se foi, decidi ir ao mercado comprar mais algumas coisas que faltavam como o leite, frutas e alguns temperos.

Já na rua, eu andava no meio da multidão e parecia que as ruas de New York não ficavam vazias nunca. Parei no sinal e encarei direto para o nada, até ver um rosto de um homem que parecia familiar, mas eu não o conhecia. Vozes surgiam em minha cabeça ao encarar aqueles olhos azuis e percebi que ele me encarava também. Parei no meio da rua, sentindo náuseas e tonturas, um zumbido surgia do meu ouvido e desmaiei quando um carro freou na minha frente. A multidão estava voltada para mim e o homem se aproximou, mandando todos se afastarem ligando para uma ambulância.
Meus olhos castanhos se abriam até encarar aquele olhar marcante do homem que checava o meu pulso, ainda estava inconsciente.

— Moça, pode me ouvir? — ele pergunta com o seu leve sotaque britânico.
— Olá, estranho.— respondi ainda desatenta.

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