Capítulo único

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Já era virada de ano e Porchay mal conseguia processar tudo que aconteceu durante aquele ano. Seu irmão foi trabalhar "em um bar na praia" e ele teve que se virar sozinho, seu maior ídolo aceitou ser seu tutor e aos poucos foram se aproximando e se envolvendo, foi sequestrado, descobriu que na verdade seu irmão era guarda costas de uma família de mafiosos e estava namorando com o filho do meio dessa família e para completar também descobriu que o cara por quem estava apaixonado era o filho mais novo dessa família de mafiosos e estava apenas usando ele para conseguir informações, por fim tendo o seu coração quebrado pelo mesmo, que agora não largava do seu pé, mandando vídeos e mensagens diariamente, tentando reconquista-lo, e não adiantava nem bloquea-lo pois ele sempre arranjava um número novo.

Agora Porchay estava ali, sendo obrigado a ficar no mesmo ambiente que o cara que, apesar de tê-lo machucado, ele ainda amava e a presença dele ainda mexia muito consigo, mais do que ele seria capaz de admitir.

Acontece que nesse final de ano Tankhun teve a brilhante ideia de organizar uma festa para toda a família e o mais surpreendente é que ele resolveu convidar os primos, o motivo provavelmente é por conta do seu ex guarda-costas que ele tanto amava e sentia falta.

O mais velho dos irmãos insistiu tanto que Kim não suportou mais e decidiu comparecer na tal festa, ele estava relutante em ir por medo da rejeição de Porchay, durante um bom tempo ele vem tentando se desculpar e sempre é ignorado pelo garoto, por mais de que quisesse vê-lo novamente, temia que seu garoto ficasse desconfortável com sua presença, mas agora que estava ali, vendo ele depois de meses, não se arrependia de ter ido, ele estava tão lindo e angelical que deveria ser um pecado tal coisa. Kim o olhava disfarçadamente toda vez que podia, tomando cuidado para não ser flagrado e é claro que Porchay percebia os olhares, até porquê ele mesmo estava fazendo o mesmo, mas apenas se fazia de louco e fingia que nada estava acontecendo.

No fundo Porchay já havia perdoado Kim e agora até o entendia, mas não iria se entregar assim facilmente, ele queria que Kim corresse atrás de si, como muitas vezes já havia feito pelo mais velho e queria que ele sentisse pelo menos um pouco da dor que sentiu. Não que ele fosse uma pessoa vingativa, mas Kim estava merecendo um pouco. Ele não esperava que Kim fosse aparecer na festa em família, afinal ele quase não aparecia em casa, mas já que ele apareceu essa era a oportunidade para se resolverem de vez.

Quando deu meia noite todos se cumprimentaram e Porchay não pôde deixar passar a oportunidade de apertar levemente a cintura de Kim quando foram desejar feliz ano novo um para o outro, fingindo não serem nada próximos e estarem interagindo apenas por educação. Para os demais aquilo não era nada demais, era apenas duas pessoas que não tinham intimidade cumprindo as tradições, mas para Kim aquilo era sim algo demais, ao sentir o leve aperto seu corpo congelou por alguns milésimos de segundos, logo voltando ao normal e buscando olhar para o garoto que fingiu que não havia nada demais, porém deixando escapar um sorriso sorrateiro em seus lábios.

Pouco tempo depois o pai dos meninos já havia se retirado para seus aposentos e os demais que sobraram há estavam completamente alterados por conta da bebida, pouco provável que fossem se lembrar de muita coisa na manhã seguinte. Khun estava encima de uma mesa cantando com um microfone que ele tirou Deus sabe de onde, tendo como plateia seus fiéis escoteiros, Arm e Pol, que dividiam a atenção entre prestar atenção no show e conversar com Pete que tinha Vegas grudado em si apenas escutando tudo, Macau já havia sido vencido pelo sono e estava dormindo jogado no sofá, enquanto Kinn e Porsche estavam se agarrando como se não houvesse mais ninguém no local. Aproveitando que ninguém estava prestando atenção em si, Porchay sai sorrateiramente, já sabendo que seria seguido por Kim, ele entra em um corredor e quando o mais velho ia passando direto ele o puxa e o coloca contra a parede, tendo Kim espantado pela ação do garoto.

Pela proximidade que agora se encontravam era possível perceber algumas diferenças desde a última que estiveram tão próximos assim, como o cabelo de Kim que estava mais longo e o fato de Porchay agora está mais alto, passando da altura do mais velho.

- Resolveu parar de me ignorar agora? - Kim o provoca após se recuperar do susto.

- É difícil não dar atenção quando você está me encarando desde a hora que chegou - ele rebate.

- Fala como se não tivesse apertado minha cintura na frente de todos, sorte que já estavam bêbados o suficiente para prestar atenção.

- Oh, aquilo? Não foi nada demais, sabe eu poderia ter feito com qualquer um, não se sinta especial por isso - uma pontada de ciúmes atinge Kim após escutar isso, só de imaginar o seu anjo tão próximo assim de alguém já o faz surtar.

- Não ouse fazer isso com mais de ninguém.

- Por que? Que eu me lembre, eu não sou propriedade de ninguém, posso tocar em quem eu quiser- essa última parte Chay sussurra bem próximo do ouvido de Kim, na intenção de provoca-lo, ansiando para ver a reação dele. Kim se irrita ao pensar nessa possibilidade e agarra a cintura de Porchay, colando os seus corpos.

- Você pode até negar, mas você ainda me pertence e não vou medir esforços para que isso não mude - ele responde num tom sério, olhando no fundo do olhos do mais novo, com suas bocas a poucos sentimentos de se tocarem.

- É mesmo? Então porque não me mostra o quanto eu sou seu? - O mais novo aproxima mais ainda suas bocas, a ponto que elas quase se tocam, desafiando Kim a tomar uma atitude.

- Você não quer que a gente converse primeiro para esclarecer tudo, eu sei que... - ele é interrompido quando Chay o puxa pela nuca, juntando seus lábios.

- Ano novo Kim, vou deixar o passado exatamente onde ele deve estar, no passado, isso não significa que você já está perdoado, ainda vai ter que fazer muito por merecer, mas por hora para de enrolar e me beija logo - esse foi o gatilho que Kim precisava para agarra-lo e o beijar, descontando toda a saudade que estava sentindo, sem ao menos se preocupar se seriam vistos.

- Vem, aqui corre risco de alguém nos ver - Porchay interrompe o beijo o puxando em direção ao próprio quarto, eles entram e ele tranca a porta atrás de si, deixando bem claro as suas intenções.

- Tem certeza que quer fazer isso anjo? Não quero que haja sem pensar e se arrependa depois - Kim fala preocupado de que Porchay esteja apenas agindo por impulso, isso é verdade? Sim, mas ele com certeza não se arrependerá depois; se restava algum pingo de dúvida na cabeça de Porchay, elas acabaram de sumir após ele escutar aquele apelido que tanto fudia com seu psicólogo. Naquele momento só de ver como Kim olhava para si com desejo, carinho, como se ele fosse a pessoa mais especial do mundo, ele tinha certeza de que estava pronto para se entregar.

- Não sei você, mas eu não tenho a mínima dúvida do que eu quero agora - ele diz se aproximando e tomando o rosto de Kim em suas mãos, beijando cada parte pausadamente, descendo até o pescoço e subindo lentamente até o ouvido para sussurrar - E nesse momento tudo que eu quero é você!

Kim mais uma vez toma o lábios do Chay, dando início a um beijo quente e cheio de desejo.
Nunca se passou pela sua cabeça que o seu garoto fosse tomar esse tipo de atitude e que fosse ele a agir primeiro para que se reaproximassem, mas o agradece por isso, pois se dependesse dele não estariam assim agora. Só o que lhe restava fazer era aproveitar a oportunidade e garantir que Porchay não iria se arrepender da decisão que tinha tomado.


Feliz ano novo para vocês!
Venho aqui com essa oneshot em comemoração ao ano novo, enquanto eu não atualizo after all, espero que gostem, bjs!

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