all about my grandmother - wolfstar

capítulo quatro.

Minha avó sobreviveu a fome durante a segunda guerra, e por isso não pôde realizar seu maior sonho: se tornar bailarina. Seu corpo era muito magro e frágil e não sustentaria enquanto dançasse ou não seria boa o suficiente, mas ela nunca reclamou por ter perdido seu sonho por causa da guerra, ela acreditava que era melhor que todos tivessem a oportunidade de comer do que ela realizasse o seu sonho. Lembro-me de como ela falou quando teve a oportunidade de comer chocolate e pizza pela primeira vez, era como se tivesse ido para o céu na terra.

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Quem iria reparar no meu fedor de suor quando a casa está exalando ao máximo o cheiro de pizza. A casa tem dois andares e toda uma pegada rústica, todos os móveis são feitos de madeira bem escura, os lustres são simples de cor verde musgo, as paredes são brancas com pinturas de dragões, olhos gregos, alguns nichos com livros de filosofia, história e terror. Fiquei encantado.

─ Mil desculpas pela bagunça, eu acabei de chegar em casa e... ai sabe, eu não deveria ter que explicar.

Lauren é linda, simplesmente linda, e louca! Ela gesticula muito com as mãos, ri alto demais, é desengonçada, risonha, resumindo: ela é perfeita.

─ A casa é sua, você não me deve explicações.

Ela me respondeu com o sorriso mais sincero e aliviado que alguém poderia dar, eu sorri de volta pela corrente de energia que circulava entre nós e... PUFT! Saimos do transe quando alguém entra na sala.

─ Você já deve conhecer a minha filha, Lorelai.

Ela fazia um sinal para que Lorelai se aproximasse, mas ela não cedeu. Lauren ficou lado a lado com a garota e a colocou no colo.

─ Você está meio velha pra isso, não acha? - perguntou Lauren rindo. Lorelai não demonstrou que iria respondê-la.

─ Hamm, bem, essa é minha filha Lorelai, ela tem um atraso na fala, mas já estamos resolvendo isso. E ali está...

Ela virou a cabeça para procurar mas não achou, foi andando até o início dos degraus e tentando ver alguma coisa no andar de cima.

─ Argh! Moony, desça daí agora - ela gritou.

Rapidamente pude ouvir os degraus de madeira rangendo. Era ele. Remus Lupin. Vestindo um suéter com linhas vermelhas, azuis e verdes, todas elas num tom mais escuro possível. Sua calça moletom marrom escuro tinham corações simples costurados à mão provavelmente, mas as suas meias eram mais legais, tinham dois olhos na ponta dos dedos.

Me segurei profundamente para não abrir um sorrisinho sequer.

─  E esse é meu irmão, Lupin.

Ele não parecia nada feliz em me ver. Toda vez que eu tentava manter qualquer tipo de contato visual ele desviava o olhar. Vai ser uma noite complicada.

─ Sou Sirius Black, mas você pode me chamar só de Sirius ou só de Black, você escolhe.

Ele deu um sorriso forçado sem vontade, acho que a presença da irmã o deixa nervoso. 

─ Por aqui te conhecemos pelo sobrenome da sua avó, qual a origem do Black no nome? Digo, a história por trás parece interessante.

Formo toda uma resposta em mente (a menos maldosa possível) mas antes que eu possa começar ela me interrompe.

─ Quer saber ? Guarde suas palavras para a sala de jantar, Moony e eu colocaremos a mesa, certo Moony ?

Quando fui perceber os olhos de Lupin estavam passeando pelo meu corpo, como se quisesse saber me descrever para a polícia quando eu for tentar assassiná-lo. Ele desviou no mesmo instante e subiu as escadas.