Capítulo 7 - Ágata

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Pela Deusa eu vou me matar, sem exagero estou indo agora mesmo atrás de uma faca de prata pra atravessar meu coração, só não faço de fato porque isso poderia matar meu companheiro, que está adormecido em cima de mim com meu seio na boca e tudo porque eu simplesmente ofereci.

Sucessão de fatos nos trouxeram a esse momento onde ele nem está mais sugando, apesar dos meus seios estarem mais cheios que ontem a noite e Nicolas está agarrado a eles como uma boia no meio do oceano.
Mas em fim, quando ele abriu a porta do quarto em que estava eu senti como um peso esmagador no peito e sabia que vinha dele, pela nossa ligação, então depois de conseguir ignorar o fato de que ele estava sem camisa expondo aquele peitoral e abdômen perfeito e conter minha vontade de passar a língua por cada quadradinho o convidei para conversar, poderíamos ter ido pra sala ou pra cozinha já que ele disse que queria água, mas por impulso o trouxe pro quarto.

E quando ele levou minha mão a sua cabeça pra que eu fizesse carinho em seu cabelo, eu achei a coisa mais fofa, aquele homem de quase dois metros me pedindo carinho descaradamente.

Vi como ele ficou com minha fala e imagino que ele deva ser cobrado o tempo todo pra ser forte e autossuficiente, mas poxa de forma meio torta sou a companheira dele e quero que ele seja ele mesmo comigo.

E levada por esse pensamento quando vi que ele estava excitado e fugindo do quarto tanto eu quando minha Loba basicamente imploramos pra ele ficar, na hora eu estava desejando mesmo uma noite de sexo bruto e selvagem pra esquecer de tudo, mas o discurso de querer me amar e venerar somente quando tivéssemos resolvidos me desarmou.

Então o convidei pra apenas ficar por perto, de fato só a presença dele estava me acalmando, mas eu tinha que ir além e oferecer meu leite pra ele? Não! Mas eu quis muito!  Sabia que podia ser estranho, mas ele não falou nada apenas começou a mamar e puta que pariu, foi a sensação mais maravilhosa que já senti, tinha claro o fator sexual, eu estava excitada com ele e ele também estava excitado e Deusa que aquele volume sobre a  calça não seja propaganda enganosa, mas também foi uma troca de carinho tão intensa, ouvia o barulhinho de estalinho que ele soltava as vezes e quis apertar as bochechas dele.

Claro que não conheço basicamente nada dele,  mas pude perceber que existem pelo menos dois Nicolas, um que é o Supremo frio e distante e um mais ameno que talvez nem ele mesmo conheça, é esse Nicolas que eu quero.

Ele adormeceu antes de mim ainda mamando e recebendo meu carinho nos cabelos e não me mexi porque estava realmente bom, mas agora acordei antes dele e estou com medo de ficarmos com clima estranho.

Sinto ele se remexer e sei que ele irá acordar, Nicolas simplesmente aperta mais meu seio e começa a sugar, olho pra baixo e vejo seus olhos  me encarando de volta, ele larga meu seio.

– Bom dia, tem razão nossa ligação é muito forte acordei ao sentir toda a inquietação vinda de você, espero que não tenha se arrependido de me oferecer seu leite, porque não espero ficar sem ele tão cedo.

Pelo brilho das estrelas! Que  voz rouca maravilhosa de quem acabou de acordar,  do tipo de encharcar calcinhas, que é exatamente o que acontece com a minha, finjo demência e só sorrio aliviada por não ter ficado um clima estranho quanto ao leite e muito animada por ele gostar.

Ele dá um sorrisinho sacana e até arrogante, certamente por sentir meu cheiro excitada, mas não fala nada só volta a mamar e me abraça mais forte.

– Bom dia, estava com medo de como ficaríamos agora, na ponta do lápis é uma situação bem incomum.
Ele apenas murmura sem de fato falar nada, pois não larga meu peito.

– Vou esperar você terminar, pelo horário Gael já saiu, devemos estar só nós e Alec em casa.

– Alec foi embora ontem ainda – fala rápido e muda pro outro seio.

– Nesse caso só nos dois – falo e a carinha fofa enquanto mama muda em segundos pra um olhar tenso e sensual que me faz engolir em seco – olha você me ajuda na questão do controle viu, temos muito o que pensar e organizar, assim que terminar eu vou buscar pães frescos pra comermos com carne no café da manhã e daí já começamos a estudar planos e hipóteses, quero saber mais sobre as Filhas da Lua – ele apenas concorda com a cabeça e continua mamando mais alguns minutos.

– Pronto, quer que eu te acompanhe a padaria?

– Olha o Supremo indo na padaria da Alcatéia que nem é a que ele mora com a professora de história das crianças, no dia seguinte a ele não concluir a apresentação da Luna, pode ser uma fofoca que a gente não está pronto pra lidar.

– Professora de história?

– Sim, Gael não me cobra nada pra ficar aqui, mas sou muito ativa e me sentiria enferrujando se ficasse parada, então eu soube que precisavam de professores pra escolinha e Minha Deusa eu amo aqueles lobinhos.

– Você será uma ótima Mãe dos Lobos – fala e eu o olho assustada – que é? Olha a única coisa que tá certa nessa história toda é que você será a Luna Suprema, Mãe dos Lobos e Minha, todinha minha.

Diz com a voz ainda rouca e com possessividade enquanto me abraça por trás e passa a pontinha do nariz gelado pelo meu ombro me fazendo ter arrepios que causa formigamento em todo corpo, a tensão sexual entre nós está cada vez mais forte.

– Tá bom vou indo lá, vou pegar algumas roupas do Gael pra você, apesar de você ser mais alto, devem servir – falo enquanto fujo do meu próprio quarto em direção ao quarto de Gael, já que meus itens de higiene estão lá desde o banho de ontem.

Faço minha higiene pessoal, pego algumas roupas e entro no quarto que Nicolas está, escuto o chuveiro ligado e me parabenizo quando não vou lá dar uma espiadinha.

Saio em direção a padaria que costumo ir todas as manhãs mesmo que pra comprar pães só pra mim, amo pão fresco.

A Alcatéia do Sul é enorme e muito moderna, a parte central onde fica a casa do Alfa é ainda mais moderna e segura, por isso resolvo ir a pé.

Entre a casa e a padaria tem um parque que mais parece bosque e eu corto caminho por ele, meus pensamentos vão em direção a Nicolas e um sorriso bobo surge em meu rosto e minha loba se agita em alegria, sei bem que estamos em uma situação atípica, mas poxa achei meu predestinado e a sensação maravilhosa que isso traz aquece meu coração,  sinto o cheiro de praia, sorrio mais ainda e diminuo as passadas pra ele me alcançar.

– Olá Ágata – fala uma voz que não é Nicolas e sinto o frio de uma lâmina na minhas costas – continue caminhando e não olhe pra trás, se vir meu rosto vou ter que te matar e esse não é meu plano pra você, só quero dizer que você ter encontrado Nicolas não muda nada, sei que a inútil da Letícia já deve ter aberto a boca, mas nada muda se ele morrer você é uma Alfa poderosa e agora a Mãe dos Lobos, com certeza a Lua irá lhe conceder  outro companheiro e pode ter certeza que eu farei de tudo pra ser eu.

Respiro fundo lembrando do meu treinamento de controle das emoções, sei que qualquer migalha de informação será útil.

– Por que você odeia o Nicolas? Pra que mata-lo? Quem te garante que com a morte dele eu não perca minha áurea de Mãe dos Lobos? Eu seria apenas mais um Loba entre várias.

– Ah eu não o odeio, ele é só o cara que está no lugar que eu desejo estar nada pessoal, e nós sabemos que você não  é só mais uma Loba, mas  também não se ache tão especial se eu matar os dois o cargo de Supremos ficará livre para o mais forte e sem dúvidas sou eu – fala com uma certeza impressionante, ou ele é alguém muito forte ou com uma auto imagem muito diferente da realidade – aliás como foi encontrar seu companheiro e ver ele com outra?

Fala tentando me afetar, mas eu não sou uma Loba frágil e insegura, ignoro sua alfinetada e me foco na primeira fala pra tentar irritar ele e pescar alguma informação.

– Não é você não, o ser mais forte é  Nicolas! E mesmo que ele morra eu nunca seria enganada sobre meu companheiro, me contar seu plano só mostra o quão fraco você é, nem inteligente consegue ser.

Sinto que atingi meu objetivo quando o aperto no meu braço aumenta ao ponto de machucar e doer, mas como não quero atrair ninguém inocente pra perto de nós, mantenho um rosto neutro.

– Ele é só um filhinho de papai que herdou o cargo cedo demais – fala com evidente repulsa na voz, me apertando ainda mais, suas ações desmentem sua fala anterior, ele claramente odeia Nicolas, não o vê só como um meio para o fim, é pessoal – agora futura Luna Suprema já que parece ser tão corajosa e confiante no seu companheiro eu preciso mostrar pra vocês que estão vulneráveis e que nem que vocês se unam, terão ao menos uma parte do meu poder, eu tô no controle desse jogo.

E dizendo isso sinto um cheiro me entorpecer ao ponto da tontura e a lâmina entrar nas minhas costas e parar a centímetros do meu coração, o golpe não é pra me matar, mas pra mostrar que se ele quisesse teria feito, como uma forma de mostrar que ele tem poder sobre minha vida e morte, enquanto penso nisso o cheiro de praia e qualquer outro desaparece e tudo escurece, perco a consciência.

– Ágata!! Ágata pelo Deusa onde você está? Consegue me ouvir? Por favor cadê você?

Escuto me chamarem, mas tá longe, estou tão tonta.

Nicolas?

– Santa Lua!! Cadê você? A Alcatéia inteira está atrás você, por favor te sinto ferida e em perigo, se force e me fala como é onde você está que vamos te buscar, não pode estar longe já que consigo te ouvir e te sentir, mas não sinto seu cheiro pra te rastrear.

Olho ao redor e me tremo inteira não sabendo onde estou exatamente, mas reconheço o cheiro do território.

Nicolas eu não sei ao certo, pois nunca vim pra cá, mas pelo cheiro estou no território dos vampiros – prendo o choro na garganta e tento me levantar pra um provável confronto, sei que estou quebrando uma regra só por estar aqui e até explicar que vim levada contra minha vontade os guardas ou qualquer outro vampiro poderia me atacar – eu estou sangrando e fraca, não aguentaria uma luta contra eles assim.

– Calma pequena como disse tenho boa relação com o Rei Vampiro vou comunicar que você foi ferida e levada pra aí a força, não sente cheiro de Lobos? Pra dizer que está próxima? A final ainda conseguimos nos comunicar e eu sinto a dor do seu ferimento, não pode estar tão longe.

Sinto que vou desmaiar.

E tudo escurece novamente.

Acordo sentindo cheiro de praia e me tremo inteira com medo de ser meu raptor de novo, mas a presença é dele, sei que é Nicolas, então abro os olhos e me espanto com sua aparência cansada.

– Oi

– Aí minha Deusa, muito obrigado – fala e literalmente me arranca da cama se senta nela me pegando no colo – agora eu chego perto de entender  o que é o sentimento de companheirismo, eu quase enlouqueci nesses dias.

– Espera dias? No plural?

– Calma, vou chamar o médico e a curandeira – fala e sai, só então vejo que estou em um quarto luxuoso e sinto minhas costas doendo, meu corpo todo na verdade.

– Boa tarde, senhorita Ágata, sou o Dr. Thiago e essa é a curandeira Fátima, você sofreu um golpe com uma adaga de prata envenenada, por isso precisamos da ajuda dela também. O que sente agora?

–  Uma dor mais forte nas costas, mas meu corpo como um todo dói, a quanto tempo estou aqui? A onde é exatamente aqui?

– É o hospital da Alcatéia Central é o nosso centro mais preparado, você sobreviveu por sorte e vontade da Deusa, devido ao veneno você dormiu por quase três dias inteiros, quanto as dores elas ainda podem permanecer mais alguns dias, os cuidados com o pós operatório do golpe está bem evoluído, mas o veneno retardou seu processo de cura, a curandeira vai te passar uma dieta para você seguir e te ajudar a se livrar totalmente do veneno e seu corpo poder se curar normalmente, mas se está consciente e lúcida hoje a noite te libero pra alta.

Ele fala tudo enquanto me examina e eu o escuto, mas não entendo de fato nada.

– Vou te liberar sobre os cuidados do Supremo, não posso te liberar por conta própria até estar completamente curada.

Eu apenas quero sair daqui e poder conversar com Nicolas sobre o acontecido e tentar lembrar tudo o que o agressor me disse.

– Sim certo, pode me deixar com ele um pouco?

– Claro, nós vamos preparar sua dieta. Com licença, Supremo – fala se curvando em reverência. 

– Está mesmo bem? – pergunta Nicolas ainda tenso.

– Sim, só com as dores que comentei, quero sair daqui pra conversamos, como me achou?

– Na verdade corri até Gael quando não voltou pra casa com os pães e eu sentia que estava em perigo, ele me disse qual padaria você costuma ir e lá descobrimos que você não tinha aparecido, voltamos todo o caminho e por todo o tempo eu tentava te chamar pela nossa conexão, em uma parte já quase saindo do território de Gael finalmente consegui te ouvir e quando você me disse que estava no território dos vampiros liguei pro Rei Vampiro e ele ordenou que seus homens saíssem a sua  busca. Você estava bem na divisa do território com a parte mais  afastada da Alcatéia Sul.

Ele me olha e vejo sua agonia pelo olhar.

– Quando te peguei nos braços você estava inconsciente e fria, eu nunca senti tanto medo na vida – lágrimas que acho que Nicolas  nem nota rolam pelo seu rosto e eu o abraço.

– Calma, eu  estou bem, vou aceitar o conselho de Alec e vir ficar na Alcatéia Central, sei que aqui é mais seguro.

– Sei como se sente com o palácio, mas tenho uma casa só minha, meu refúgio que nunca levei ninguém, podemos receber Gael e Alec pra reuniões sem chamar a atenção.
Ia responder, mas Nicolas já nem me ouviria mais, pois  olha para o pijama hospitalar que uso e noto que está molhado na parte dos meus seios.

– Quer mamar? Acho que meu leite vicia tal qual das fadas.

– Não, porque nesses três dias eu nem lembrei dele, as enfermeiras que te limpavam que deviam lidar com ele, mas o contato que temos enquanto estou mamando esse sim é viciante – Fala subindo na cama.

– Ei vai trancar a porta!!

– Se for pra ninguém saber que é minha companheira, admito ser um pouco tarde, Alec só te chama de Luna e Gael gritou no meio do corredor que me desafiaria pra um duelo se eu deixasse minha companheira morrer.

– Santa Selene, imagino a cena, então vem.

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