Capítulo 12 - Ricardo

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Como se já não fosse o suficiente ouvir cada asneira dita na casa dos meus pais, Bárbara decide vir até a minha própria casa dizer mais sandices.
Assim que abri a porta e a vi, eu tive uma imensa vontade de bater a porta em sua cara. Mas ela havia sido um pouquinho mais rápido e entrado, sem ser convidada.
A minha noite havia sido péssima, sequer tinha conseguido dormir direito. Passei incontáveis horas olhando para o teto da sala, abraçado com a almofada e com os pensamentos na minha amada. Sem contar que o sofá estava extremamente desconfortável, mas no momento parecia irrelevante.
Só consegui constatar a minha estupidez de ter adormecido ali quando amanheceu e as dores nas costas vieram.
Sutis sinais da idade chegando.

Após ter mergulhado no chuveiro, o meu corpo e a minha mente gritaram o quanto seria burrice minha sair de casa. Por isso, avisei ao Cristopher que não iria trabalhar, mas ocultando os reais motivos. Ele já tinha problemas demais e não precisava de mais.
Eu tenho certeza de que ele logo perguntaria o que houve, ficaria preocupado e acabaria preocupando também a Aline, por isso decidi poupá-lo.
Alguns minutos depois de vestir uma calça, ouço a campainha tocar. Meu coração dispara ao cogitar a possibilidade de ser ela, mas infelizmente ela sequer havia respondido a minha mensagem de ontem e menos ainda o bom dia.
Ela estava muito chateada e com razão. Eu queria dar um tempo e deixá-la refletir, tentar se tranquilizar mas estava sendo muito difícil. A minha vontade era de ir até ela e falar tudo, mas eu acredito que ela não queira me ouvir.

Ainda sinto a dor em seus olhos quando me recordo da discussão de ontem. E o peso de suas palavras, mesmo que ela não sentisse nada daquilo.
Desde que nos vimos pela primeira vez, eu me apaixonei perdidamente por ela e estar dessa forma, brigados, me faz sentir o coração em pedaços.
É real...
Essa dor é muito real!
Nós nunca brigamos, nunca ficamos mais de algumas horas sem conversar, devido aos nossos horários.
E do fundo do meu coração, eu desejaria nunca ter ido até a casa dos meus pais.

_Você já foi mais educado Rick. - Entra sem ser convidada

Eu odeio esse apelido idiota!

_Eu não quero você na minha casa Bárbara.

_Eu só quero conversar.

_Não temos mais nada para conversar. E quem deu-lhe o meu endereço?

_A Estela. Você sabe como a minha sogrinha sempre me amou.

Às vezes a minha mãe conseguia me fazer sentir saudades de quando estávamos brigados.
Por mais que eu a ame de todo o meu coração, ela sabe que eu não quero mais a Bárbara e insiste nessa merda. Mas eu teria uma conversa séria com ela, e se porventura ela não entenda o meu lado, eu terei que tomar medidas drásticas.

_A sua casa é linda. - Diz olhando ao redor - Um pouco pequena ao meu ver, mas elegante.

_Diga logo o que você quer e saia daqui.

_A única coisa que eu quero é você. Eu estou decidida a te reconquistar, voltei especificamente para isso.

_O que te fez mudar de idéia depois de tantos anos?

_Eu nunca aceitei o nosso término. Você sempre foi o homem que eu amei e ainda amo.

_Eu não acredito em você!

_Eu estive lendo notícias suas, sempre acompanhei sua vida. Eu sei que você ainda me ama também.

_Eu nunca te amei Bárbara. O máximo que eu senti por você foi uma paixão descompensada.

_É claro que você me amava. Eu sentia e você demonstrava isso. - Manuseio a cabeça - Todas as vezes que estávamos juntos, quando fazíamos amor...

_Cale a boca! - Me exalto - Eu não sei como você tem coragem de vir na minha casa e falar esse monte de estupidez. Mas não me admira, você sempre foi uma dissimulada.

Flores de Aço Where stories live. Discover now