Cap 14 - Estamos namorando

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Luiza saiu da sala minutos depois de Alexandra, precisava respirar. Estava extasiada pelos sentimentos contrários que experimentara. Desde o êxtase perigoso e proibido nos braços de Valentina, até a raiva de Alexandra.

Recostou-se na mesa de sua secretária e Marie a olhou com um olhar malicioso.

"O nível de seus clientes anda subindo senhorita Campos".

Luiza sorriu.

"Se todos os meus clientes fossem como Valentina Albuquerque eu estaria perdida".

"Se todos os seus clientes fossem como Valentina Albuquerque, eu trabalharia de graça".

Ambas gargalharam com gosto.

"De onde saiu aquela deusa?"

"Dos meus sonhos".

Disse Luiza com um ar perdido.

"Está de quatro por ela não está?

"De quatro, de lado, de frente. Como você imaginar".

Ela disse sem conseguir segurar a língua e Marie arregalou os olhos.

"Nossa senhora. Luiza se revelando".

"Você não tem noção do que aquela mulher é capaz".

"Tenho uma vaga noção Luiza, de que aquela mulher é sensacional".

Luiza arqueou a sobrancelha divertida.

"É mesmo? Você descobriu por si mesma ou alguém te contou?".

Marie Gargalhou, havia uma pontinha de ciúmes nas palavras dela.

"Quem me dera ter a sorte de descobrir por mim mesma, mas não querida. Foi a porta do seu escritório que me contou."

Luiza ficou vermelha.

"Marie! Você ficou ouvindo atrás da porta?"

"Não, não foi necessário, era alto o suficiente pra eu ouvir daqui".

Luiza ficou mais vermelha.

"Por favor, me diga que ninguém mais ouviu"

Ela implorava com o olhar.

"Não, mais ninguém ouviu - viu sua chefe se aliviar - Porém recomendo que dê um jeito neste chupão, ou não ter ouvido seus gemidos será um mero detalhe em alguns minutos".

Luiza arregalou os olhos.

"Chupão? Onde?"

"Bem aqui"

Marie apontou a marca.

"Droga! - olhou num pequeno espelho a mancha vermelha. - O que eu vou fazer?"

Marie sorriu.

"Deixa que eu cuido disso. - Luiza arqueou a sobrancelha pra ela - O que? Eu sou perita nisso viu? Já tive que esconder muitos chupões pra papai não ver".

Ambas gargalharam enquanto a secretária pegava um estojo de maquiagem para reparar a mancha no pescoço da chefe.

Alexandra estava furiosa quando chegou ao andar de baixo. Puxava o ar com força para tentar controlar os impulsos.

Sim, ela tinha plena consciência de que deixara Luiza, de que havia escolhido Alexia. Não havia sido uma decisão fácil, afinal, Luiza era a mulher certa para casar. Uma mulher de família, estruturada, inteligente, bonita, bem sucedida. Certo que para ela, acostumada a obscenidades, Luiza mais parecia uma boneca inflável na cama, apenas ansiosa em fazer o que ela queria, sem ousar, sem tomar atitudes.

O relacionamento delas sempre fora frio, mas a verdade é que ainda assim seus pais teriam aprovado mais um casamento com Luiza do que com Alexia, mas ela precisava de emoções mais fortes as que Luiza poderia lhe oferecer.

Lembrou-se da apreensão que sentiu o dia inteiro antes de encontrar Luiza para lhe dizer que havia terminado. Que queria o fim do noivado, mas aquela situação não poderia se sustentar mais, já tinha quatro meses que se encontrava com Alexia e desejava cada vez menos ela. Elas quase não dormiam mais juntas e o mais incrível disso é que ela nem reclamava.
Esta lembrança a enfureceu mais ainda. Esteve com ela dois longos anos e tudo o que conseguira era sexo frio e gozo rápido, muitas vezes imaginando cenas eróticas que via nos filmes, ou recordando suas transas com Alexia. Nem sabia ao certo se ela realmente atingia o clímax ou fingia chegar lá.

Conhecia a fama de Valentina de pegadora. Ela já saíra com as mulheres mais desejadas da região e todas elas caiam de amores por ela, como ela podia ter se interessado pela Luiza? Logo ela que era tão reprimida de prática naquele assunto.
A menos que não fosse mais.

E era isso que a enfurecia, o fato de saber que ela provavelmente havia desabrochado como mulher e que isso ocorrera nos braços de outra pessoa. Não admitia que Valentina Albuquerque tivesse lhe colocado para trás desta maneira. Como ela conseguiu fazê-la baixar aquele muro de pudores? Ela não entendia, muito menos aceitava;

Poderia até estar com Alexia, mas de alguma forma Luiza a pertencia e ela não se deixaria vencer desta maneira.
Encontrou Valentina ainda na entrada do prédio, ela conversava alegremente com Duda, irmã de Luiza. Parecia já ter se enturmado à família.

Duda falava com um grande sorriso, e dava tapinhas amigáveis nas costas de Valentina, a inveja aflorou mais forte no coração dela. Duda sempre a tratara com distância, mal conversavam enquanto ela foi noiva de Luiza.

Neste momento Alexandra sorriu com malicia e raiva, o que diria Duda se soubesse que Valentina estava prostituindo sua irmã? Por que era isso que ela estava fazendo, quando a convencia a transar na própria sala.

Ela julgava o relacionamento de Valentina e Luiza da pior maneira possível, tomada por um sentimento de posse e egoísmo, e achava que todos pensariam da mesma forma.

Viu quando Duda se afastou e Valentina se encaminhou até seu carro.

"Ei Valentina!"

Ela a chamou disposta a discutir com a Russa. Valentina virou-se tranquilamente.

" Fala Alexandra". - disse com deboche.

"Preciso falar com você".

"Já está falando. O que você quer?"

"Creio que você saiba que eu quase me casei com Luiza"

Valentina arqueou a sombrancelha.

"Sim...E?"

"E que eu quero saber, o que está rolando entre vocês duas?"

Ela disse com ar superior.

Valentina fez uma expressão inexplicável e aproximou-se dela. Alexandra recuou um pouco assustada, mesmo que fizesse um esforço absurdo para manter sua dignidade e não fugir correndo por mais que ela fosse maior do que Valentina.

"Bem, creio que estamos namorando".

A professora - VaLu Onde histórias criam vida. Descubra agora