Cap 35 - Me perdoa

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Será que agora vai ficar tudo bem com nosso casal??

Boa leitura!!
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- É o ciclo menstrual dela senhora. A senhorita Campos não sofreu nenhum tipo de ferimento. Não há com o que se preocupar. Sua mulher está ótima.

Sentiu-se aliviada.

- Certo, obrigada doutora. Quando eu poderei vê-la?

Foi tudo o que ela conseguiu balbuciar sem jeito, a voz era quase uma respiração. O coração dela batia tão forte, que achava que iria sair.

- A Senhorita Campos ainda está em observação mas pode entrar para vê-la.

- Tudo bem, obrigada. - disse nervosa.

- Ótimo. Passe bem senhora Albuquerque.

E sem lhe dar chance de perguntar mais nada, ela saiu.

Valentina a encarou... Era como se as palavras tivessem sumido no ar. Os olhos diziam tudo... as lágrimas que brotaram nos olhos dela sem cair, diziam o quanto ela precisava dela naquele momento.

Se aproximou de Luiza devagar. Sentou ao lado da cama e pegou sua mão.

- Está melhor? - perguntou num tom de voz que contrastava em absoluto com o tom que usara horas antes.

- Sim... Foi só um mal estar passageiro... - ela disse tentando decidir como diria a ela que era uma idiota. - Valentina... Precisamos conversar.

- Sim, precisamos. - disse sabendo que aquela era a hora certa. Não haveria outra. - Quer falar primeiro?

Ela mordeu o lábio, do jeito que deixava ela maluca.

- Não.. fala você - ela disse tentando livrar-se mesmo que momentaneamente da confissão que teria que fazer.

- Ok, então. Lu... Eu falei com um amigo que trabalha na polícia para que ele investigasse aquela ligação. Esperei por semanas alguma notícia, qualquer coisa que me fizesse ter provas de que eu não me encontrei com aquela mulher, para que eu pudesse te procurar e te provar que eu não fiz nada. Até que... depois que eu saí do evento, meu amigo me ligou informando que ela estava na festa. Quando retornei te encontrei passando mal, sangrando e esqueci de tudo naquele momento. Eu a encontrei junto com Alexandra, mas perdi a chance de te provar que não tive nada a ver com aquele telefonema. - falou com um tom dolorido na voz. Ela mordeu o lábio de novo.

Valentina a viu enxugar as lágrimas que teimavam em cair.

- Valentina. - Apertou a mão dela - Eu...

Ainda buscou as palavras, mais uma vez, mas não havia outro jeito de dizer.

- Me perdoa. - Luiza disse fechando os olhos com força.

Como os sentimentos podiam embaraçar-se tanto dentro dela.

Estava sentindo-se idiotamente estúpida.

Valentina arregalou os olhos e apertou a mão dela num impulso.

- Que... Como assim? Você acredita em mim?. - ela disse perdida.

Luiza respirou fundo antes de iniciar.

Há um mês ela vinha sendo estúpida com Valentina. Estúpida por não acreditar nela, por em um momento pensar que Alexandra não fosse capaz de fazer tudo que fez. Mas isso foi antes dela ouvir tudo aquilo... Amava Valentina. Amava-a com loucura, e no fundo sempre soube que nunca precisaria de provas para confiar nela.

- Eu descobri tudo Valentina. Na saída da festa ouvi a Alexandra conversando com aquela mulher. Eu não acredito em como pude ter sido tão idiota e tão estúpida com você.

O coração dela saltou.

- Lu...

- Não! - ela a interrompeu. - Me deixa terminar... Estou passando o inferno nas últimas semanas apenas por que cometi a insanidade de me afastar de você. Eu cometi um erro, sim, cometi.  Você tinha razão. Eu descobri que você não tinha nada com aquela vaca da Marcela e me sinto uma idiota completa, por não ter acreditado em você. Eu me senti tão magoada por achar que você estava dormindo com outra que deixei esse sentimento doentio crescer dentro de mim.

Luiza falava rápido e ela ficava mais e mais pasma com cada letra que saia da boca dela.

- Lu... - ela tentou de novo

- Isso dói sabia Valentina? Dói muito. Sufoca... Você sabe o que eu passei imaginando que quando aquela proposta ridícula chegasse ao fim eu teria que te dizer adeus? Você tem noção? - ela não a deixou responder. - Eu amo você.

A frase morreu. Na boca dela... que acabara de cobrir a sua, naquela maneira única de fazer Luiza Campos perder o rumo das palavras.

Luiza abandonou-se, perdida no gosto único dos lábios da mulher que amava, a necessidade que tinha dela era ainda maior.

Quando Valentina a sentiu mole e relaxada o suficiente para que não retrucasse, largou a boca dela, mas manteve o rosto a centímetros do seu.

- Você me ama?

Perguntou, contrariando a vontade que tinha de dizer a ela novamente que era correspondida, precisava ouvir de novo.
Ela cerrou os olhos, pelo sorriso que desabrochara no canto da boca da Russa, mas as palavras saltaram como se ela não tivesse controle próprio.

- Amo. Amo Valentina, mais do que deveria. Mesmo sabendo que é loucura. Eu amo você.

Ela sorriu ainda mais abertamente e a beijou de novo.

Depois largou-a afastando-se, andando em círculos, como uma louca.

- Você me ama. Você me ama.

Repetia andando de um lado pro outro.

Valentina parecia a ponto de surtar.

De repente afastou-se e andou até o outro lado da sala. Baixou-se para cochichar algo no ouvido de uma senhora deitada no outro leito.

A professora - VaLu Onde histórias criam vida. Descubra agora