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ISABELLE LONGWELL; point of view.
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Medi a abertura da lente objetiva, ajustando a entrada de luz na foto. Controlei a velocidade do obturador, tendo noção da quantidade e período de tempo que a luz entra em contato com o sensor da câmera. Após ter o enquadramento perfeito, sinalizei o silêncio no set para que iniciássemos mais um take de gravação.
Voltei minha atenção para a tela lateral, acompanhando o resultado. Quando me dei por satisfeita com o material, finalizei a gravação e imediatamente a música foi pausada, assim como o silêncio foi quebrado. O clipe de "ai calica" estava ficando bem melhor do que qualquer coisa que eu possa ter idealizado, absolutamente o meu trabalho favorito.
— Pausa pra uma água, galera. – Ana Júlia avisou, enquanto se dirigia ao bar improvisado da casa alugada para cenário de seu novo clipe
Peguei minha própria garrafa d'água e me dirigi até a varanda. Sentei no sofá espaçoso e confortável, sentindo meu corpo relaxar minimamente. Estávamos gravando desde cedo e infelizmente não estava nem perto de terminar.
Peguei meu celular, afim de verificar as notificações. O nome de minha prima, Clara, estampou a tela. Franzi o cenho diante de tantas mensagens. Talvez ela estivesse irritada ao se dar conta de que estou enrolando para comprar a passagem para Fortaleza. Tenho menos de quinze dias para fazer isso, o que está tornando a mãe do meu afilhado uma dramática completa. Ainda não conversamos sobre Teto estar namorando; provavelmente ela não sabe que eu descobri e muito menos que estou sendo obrigada a conviver com a sortuda.
Ledo engano quando pensei que teria que conviver com Jeinlyn por pouco tempo. Além de estar gravando o clipe com ela, a mesma não para de falar sobre querer me contratar para fotografar algumas de suas publicidades digitais. Não nego a oportunidade, porém, também não tenho vontade de aceitar. Não é uma questão de rivalidade feminina, até porquê tenho horror disso, entretanto, não sou masoquista de querer estar perto da mulher que namora o cara que até pouco tempo tinha a maior conexão de todos os tempos comigo.
Dizer que o amava é um exagero. Não é?
É claro que é.
Balancei a cabeça, afim de afastar aqueles pensamentos infundados. Bloqueei a tela do celular, optando por ignorar Clara sem ao menos checar o conteúdo das mensagens. Ainda precisava pensar em uma boa desculpa para não ter comprado a passagem e possivelmente em uma boa desculpa para não ir. Afinal de contas, a própria me deu a opção de termos nossa comemoração em outro momento.