¹⁷

771 78 27
                                    

𝒜𝑦𝑎𝑛𝑎

— É sério isso, Dener?

Eu estava desacreditada.

— É. – Responde simples.

Não é como se ele não estivesse com um filhote de pastor alemão em mãos, não é?

Eu ganhei, mas não tenho tempo ou paciência pra cuidar de animais. Mas vi que você gosta muito quando a gente estava no centro aquele dia...

Ah, sim. O cachorro que ele estava estrangulando.

Fiquei muito curiosa para saber quem era aquela moça, mas me limitei a perguntar sobre, pois não tenho nada a ver com isso.

Dou espaço para ele entrar em minha casa. Me sento no sofá, esperando que ele venha, e assim ele faz.

Gana coloca a pequena transportadora de animais entre nós e aber a pequena grade, deixando o filhote sair, logo após coloca a caixa no chão.

Fico extremamente feliz quando ele corre pra mim e começa a morder minha blusa.

Que fofo!

Faço carinho nele várias vezes, esquecendo que não estava sozinha em casa.

— Muito obrigada, Dener! Eu realmente amei ele. – Falo, sem encarar o homem.

Toco algumas vezes em suas orelhinhas e seu rabo. Ele estava eufórico.

— Ele já está comendo ração. – Avisa, e me entrega uma pequena sacolinha, com bastante ração dentro e um potinho verde com espaço para água e comida.

Que atencioso. Nem parece que é bruto vinte e quatro horas por dia.

— Você pode ser o mascote da academia, sabia? – Pergunto para o cachorro, aguardando uma resposta que claramente não vem. — O Thomas vai te amar.

Eu sabia que Thomas gostava de animais. Ele tem praticamente um zoológico em casa.

— Aceita um chá, Dener?

— Qual? – Pergunta, duvidoso.

—  Chá preto. – Falo, me levantando. — Já está pronto e quentinho. Tinha acabado de fazer.

— Vou aceitar.

Antes de pegar o chá, coloco o cachorro no chão para conhecer melhor o espaço.

— Vou fazer o cantinho da perturbação para ele. – Penso alto.

— É uma ótima idéia. Porque esse tem cara que vai dar trabalho. – Dener comenta com um pequeno sorriso nos lábios.

Volto ao sofá e entrego a pequena xícara para ele, que estava prestando atenção no filme que estava passando na televisão.

— Já descobriu alguma coisa sobre seu pai? – Toca no assunto de repente.

— Não, na verdade eu tô cansada de encher minha cabeça com isso.

Não sei se está vivo ou morto, não sei de nada sobre ele além de seu nome.

Minha única saída agora é tentar contato com minha mãe, infelizmente.

As vezes sinto um aperto no peito de saudades dela. Independente dos fatos, é minha mãe.

— O que te incomoda?

Dener coloca sua xícara na mesinha de centro e se aproxima de mim no sofá.

— Saudades da minha mãe ao meu lado, sem tantos problemas.

Guerreiro GanaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant