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Acabei chorando tanto que peguei no sono, acordando só no dia anterior, ou eu acho que era. Quando acordei a mãe não estava mais caída a meu lado, apenas a poça de sangue estava manchando o carpete felpudo. Por estranho que possa ser, meu corpo e minha parte íntima não estavam tão ruins quanto antes. Eu consegui levantar e tomar um banho, choramingando, claro. Pode estar de boa para andar, mas não para jogar água e esfregar.

Não tem sêmen e nem nada dentro de mim, o que me deixou surpresa e bem sem graça. Nada normal pra mim ficar tímida com algo desse nível. Lavei o cabelo e os enrolei na toalha. Vesti o uniforme e joguei o de educação física dentro da mochila junto de alguns livros. Troquei os curativos e peguei meu cartão, colocando dentro do bolso. Penteei meus cabelos, balancei a cabeça pra lá e pra cá rápido, depois sai do quarto com a mochila em mãos.

A mãe estava sentada no sofá assistindo. Havia uma faixa branca contornando sua cabeça e ela parecia um pouco inchado. Engoli em seco. Passei em sua frente e fui ate a porta, calçando meu sapato e saindo porta a fora. Acho que a minha vida tá muito caótica para ser normal. Vidas normais não são caóticas assim, apenas em filmes e séries, o que te faz desejar ter uma vida caótica. É meio estranho e eu sou estranha, então combina comigo.

Coloco meus fones de ouvido e pulo na bicicleta, começando meu caminho com calma, encarando os lados e vendo o quão o mundo pode se tornar escuro para os olhos. Meu rosto está tão inchado e meus olhos vermelhos que nem pimenta, sem contar no quão quente ele está. Chorar por tantas horas tinha parado de ser uma rotina.

É um inferno pensar que a merda da rotina pode voltar e em dobro. Quem me tirou a tristeza está me dando mais ainda. Parece que eu me apaixonei de verdade por aquele ser ser de outro mundo e bem dotado. Eu sei que nunca encontrarei outro como ele, por isso me sinto tão mal. Travo a bicicleta em seu devido lugar e adentra a escola ainda com meus fones no último volume e a mente em outro patamar.

Guardo minhas coisas e pego o que irei precisar, vou para a sala e me sento em meu querido lugar. Quando o professor coloca o pé na sala, retiro os fones e me arrumo na cadeira prestes para copiar e prestar atenção, mas uns murmuros não me deixam prestar devida atenção.

Olho ao redor discretamente, vendo a quantidade de olhares pra cima de mim. O que me deixa intrigada é o fato dos murmuros não serem do mesmo jeito de antes. Antes de diziam "Olha que porca fedorenta", "Rata de outro país", "Gorda! Vai quebrar a cadeira se continuar sentada", "Tão feia e sebosa".
Agora é sobre a briga de ontem e tudo o que fiz com a idiota da Nabi. Não me orgulho, mas também não me arrependo.

Aperto minha coxa, nervosa. Sinto vontade de vomitar e uma angústia estranha me afogando. Ergo a mão com rapidez.

Prof:Sim, Bianca-ah?

Eu:Po-posso ir a enfermaria? Não me sinto bem.

Prof:Sim, pode ir. Como eu ia dizendo...

Me levanto rápido e saiu quase correndo da sala. Corro em direção ao banheiro e me jogo na frente do vaso, jorrando a minha frustração pela boca do jeito mais porco de se fazer. Vomito tanto que dou uma última olhada pra ter certeza de que minhas tripas não saíram junto. Dou descarga e saiu limpamdo a boca. Vejo duas meninas se maquiando no espelho, mas quando me veem, dão o pé imediatamente.

Xx:Que bixinhas medrosas!

Olho na direção da voz que me assustou. Uma garota sem uniforme e com um cigarro entre os dedos está sentada em cima da pia, olhando para o nada, soprando a fumaça lentamente. Sua calmaria me inveja. Quando me olha, prendo a respiração. ELA É UMA GATA DEPRESSIVA:

 ELA É UMA GATA DEPRESSIVA:

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Alpha species, omega genus •jeon Jungkook• +18Where stories live. Discover now