seis

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Já se passaram dois dias que ela não a vê. E pelo visto Natasha a evita de propósito. Faltou o trabalho, o colégio. Até mesmo sua janela agora estava fechada. Mas por quê? Elas tiveram um bom tempo juntas da última vez, mas parece que tudo voltou ao início novamente. No fim de tudo talvez fosse seu carma: ser insuficiente.

Ou talvez ela estivesse sendo paranóica e Natasha lhe daria uma explicação comum, como sempre faz.

Dentro desses dois dias ela finalmente conheceu seu novo padrasto, ou melhor, o projeto de um, mas nem se quer lembra seu nome porque está muito cheia pra isso. Não consegue parar de pensar no que está acontecendo.

Ela sente sua falta. Era bom tê-la dizendo que vai ficar tudo bem mesmo sem saber se ficaria, pelo menos, ela fazia acreditar que sim. Apesar disso, consegue não fraquejar na avalanche de emoções que a persegue recentemente.

Muitas vezes tem medo de ambientes tristes, do seu extinto, das suas experiências. A partir do momento em que será necessário enfrentar.

Por outro lado, a ruiva se vê arrependida. Ela sabia que não era uma boa ideia desde o começo. Seu objetivo está ficando cada vez mais difícil de ser concluído. Ela acabou gostando de Wanda mais do que devia. Por vezes se flagrava com o telefone em mãos ou em frente à janela pensando na morena.

Não pode dizer como está definido para ser. À noite chora lágrimas fluindo pelas bochechas. Só pensa nela quando chega o escuro. Ela se pergunta com frequência o que fazer agora, nada parece justo.

De uma maneira usual ela resolve seus problemas com embriaguez.
— Eu devia contá-la - diz um pouco debilitada. A cabeça latejante a impedia de ser mais clara.

— E depois, o que acontece? Acha que Wanda vai ouvir o que você fez e fingir que nada aconteceu? - ela gela como se saísse de um transe e voltasse para veracidade do que realmente está em jogo.

— Não quero que ela pense que foi tudo uma mentira, Dottie - bebe mais um gole e sua amiga retira a garrafa de suas mãos. Os olhos vermelhos e lábios inchados já diziam por si.

— Mas é isso que está fazendo, certo? Mentindo. Já chega - ela levanta, mas antes de caminhar, para em frente a mais baixa — Eles estão te enganando, nada vai mudar.

Ela sai de seu campo de visão, deixando uma Natasha pensativa para trás.
— Posso dormir aqui essa noite? - questiona praticamente ronronando, mal consegue ouvir a afirmação antes de apagar.

(...)

Natasha não sabe como agir. Assim que levantou e se despediu inoportuna de Dorothy. Pés a fora, ela paralisa. Esperava que uma resposta lhe fosse dada depois de ontem. Devia ter pensado sobre isso antes em vez de se entupir de álcool.

A luz solar a incomoda em primeiro instante, mas se acomoda enquanto vagueia.

Andando alheia e apreensiva durante grande parte do caminho. Acelera os passos ao ver Bruce vindo em sua direção, seu coração pula involuntário quando ele a puxa pela gola de sua camisa para um canto qualquer.

— Banner, agora não é o momento - ele a segurava selvagem, entretanto a menor não parecia se abalar com isso. Ela sempre exibe uma falsa autoconfiança.

— Você está perdendo seu tempo. Eu já te falei, três semanas!

— O que fará se eu negar agora?

— Não é a mim que devia perguntar - relaxa os punhos e sorri patético — É tão difícil assim escolher? Uma garota que conhece a pouco tempo e sua família?

— Conheço Wanda a mais tempo do que imagina. E não é uma escolha, é uma vida.

— Isso é amor, Romanoff ?

About a girl - wantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora