CAPÍTULO I

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   Isolado em seu quarto, Castiel se despedaçava em mágoa. Inútil e fraco; e as vozes perturbadoras que sussurravam contra seu ouvido não o deixavam se esquecer disso. Os fantasmas de seus parentes lhe assombravam todos os dias e noites.
O príncipe sentia falta de sua mãe, ele queria que ela estivesse com alí com ele, mas Rebecca estava ocupada demais com seus deveres divinos, além de que a deusa se mantinha longe do Reino de Celeste para evitar intrigas com Ana. E a dor de ter que encarar seu abusador era insuportável.

A deusa da flora e da colheita permaneceu refugiada em uma pequena cabana na floresta encantada por anos, desde o nascimento de Castiel; cuidando das plantas e se certificando de que os humanos continuariam tendo o que comer.   Rebecca se comunicava com o filho através de cartas, já que a deusa odiava os Telepresence (espelhos tecnomagicos que eram usados entre os deuses para se comunicar e poder se manter informados sobre o mundo humano).

  Filho e mãe desejavam ficar juntos, mas Chuck jamais permitiria que Castiel saísse do  reino assim tão facilmente. E não porque o amava, mas por orgulho e egoísmo, e foi assim desde o 15° aniversário de Castiel

E o deus da primavera odiava o lugar em que vivia. Sua madrasta Ana era cruel, e até mesmo os meios irmãos de Castiel não a consideravam como mãe.

A rainha celestial fôra a responsável por deprimir muitos, mas principalmente Castiel, que nunca teve paz com a Ana por perto.
Convencendo-lhe de que era inútil, idiota, fraco, a rainha fazia da vida do jovem deus um verdadeiro tormento. E mesmo que Gabriel, filho de uma semideusa com Chuck, (fruto de uma das suas traições) defendesse o irmão mais novo dos insultos cruéis da rainha, Castiel ainda permanecia  afetado pelas rudes sentenças.

O príncipe sentia-se melancólico, mas já não havia mais nenhuma lágrima para derramar. As flores que enfeitavam todo o seu quarto estavam murchas, atingidas pela energia negativa e triste de seu criador.

— Desculpe... — ele sussurrou para as flores, sentido-se culpado por deixá-las naquele estado.

Quando os sentimentos ruins o controlavam, as plantas murchavam e ficavam a beira da morte, enquanto espinhos negros começavam a crescer envolta delas. Aqueles malditos espinhos que ele tanto tentava esconder e controlar. Ele considerava que aqueles pequenos e grandes espetos eram o sinal da parte mais sombria de seus poderes, a parte que ele temia conhecer profundamente.

Mas quando Castiel estava em seus bons dias, o quarto parecia-se com um belo jardim cuidada pelo melhor jardineiro do mundo.
A flores e plantas do deus eram as mais belas de todas, superando até sua própria mãe.
Até mesmo uma colmeia de abelhas pertencia ao ambiente, pois Castiel amava aqueles pequenos insetos e sabia lidar com eles, assim como todos os outros animais silvestres que representavam o equinócio. Era uma conexão especial.

  Olhando-se no espelho, o príncipe observou melancólico sua guirlanda de flores, sua coroa, a marca de seu dever divino enfeitar perfeitamente sua cabeça, destacando seu lindo cabelo escuro e olhos azuis. E sua vestimenta real deixava claro que era da realeza; as cores de tom claro eram sua marca assim como as flores silvestres. Mas mesmo assim lhe faltava algo...
Asas. As asas eram o símbolo de sua família, de um celestial, e ele não tinha aquilo.

Entediado, o deus saiu de seus aposentos atravessando o grande corredor, indo parar na entrada de seu lugar favorito. O jardim. Era o lugar onde Castiel sentia-se em casa, bem consigo mesmo. O jardim era enorme e poderia até ser considerado como um bosque de tão extenso que era.
Mas mesmo estando em meio ao seu lugar de conforto, o pequeno príncipe sentia um grande aperto no peito, uma tristeza profunda que parecia não desaparecer nunca. E as lágrimas teriam retornado se  algo diferente perto do riacho não tivesse chamado sua atenção. Era uma flor preta, com micros pontos dourados brilhantes, semelhante a um céu estrelado.

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⏰ Last updated: Jan 15 ⏰

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O Rapto De Castiel {Destiel}Where stories live. Discover now