Long story short (It was a bad time) or AIs don't forget [pt/br]

Chapter 1

Peter fez um novo uniforme. É arranhado e facilmente rasgado e apenas alguns passos acima de sua velha calça de moletom, mas é tudo o que ele merece.

Os antigos são lembranças de tudo que ele perdeu. O vigilante que ele é agora não é o herói que costumava ser. Ele é o defensor do Queens - a sombra oscilante que impede ladrões, estupradores e até mesmo alguns mafiosos de baixo escalão. Ele não é o jovem brilhante e brincalhão. As Indústrias Stark estão com muitos problemas por causa dele, com o desastre da EDITH. Com todas as suas questões legais, descobriu-se que Tony Stark fazia seus ternos e, claro, Beck disse ao mundo que Peter Parker queria ser o próximo Homem de Ferro - o que doeu mais porque isso já foi verdade uma vez, mas nunca assim. Claro que nunca assim.

Para encurtar a história, Peter precisa manter o Senhor Stark fora disso. Ele estava em coma há tanto tempo que, quando finalmente acordou, só queria um pouco de paz com Pepper e Morgan. Tinha sido mais fácil continuar com a história de que Tony estava morto do que enfrentar a mídia. (Peter não tinha realmente entendido então, mas Deus ele entendia agora). Peter o tinha visto uma vez, pouco antes da Europa, mas o mundo o estava observando depois que ele voltou, e não havia como fugir para a cabana. Pepper insistiu que era melhor ele ficar longe. O senhor Stark pagou por seu advogado, e Peter tinha quase certeza de que ele era a única razão pela qual não estava apodrecendo na Balsa - o que teria sido melhor honestamente, porque então May ainda estaria viva. Mas, além de alguns bate-papos por vídeo, Tony basicamente se foi antes de Peter pensar que poderia consertar sua vida, mas acabou com ela.

Mas depois de seu primeiro mês, ele está tão solitário. Ele finalmente criou coragem para ir ver MJ e Ned. Lá estavam eles, falando sobre o MIT como se fosse uma coisa certa, não o sonho que ele havia destruído para eles durante meses. Eles tinham uma vida normal, descomplicada e segura agora. E MJ olhou para ele, confusa, mas linda comovente, sem uma centelha de reconhecimento em seus olhos, e Peter sabia que não poderia dizer a eles. Ele tinha que deixá-los ir.

Ele não sabia como conseguiu se controlar naquela lanchonete, mas quando voltou para seu apartamento, ele desmaiou, suas lágrimas abafando aquela pequena centelha de esperança que ele manteve ao adiar aquele encontro. Ele diria a eles quando estivesse pronto, ele pensou, e enquanto ainda não estivesse pronto ainda era uma centelha de esperança  levando-o adiante. Mas ele precisa parar de dizer isso a si mesmo agora.

Eles nunca vão conhecê-lo.

Ninguém nunca vai conhecê-lo.

Ele merece isso. Ele sabe disso. Mas é incapacitante do mesmo jeito. E ele precisa continuar. Ele prometeu a May. Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Isso é tudo que ele é agora. Grande poder. Grande responsabilidade. Homem-Aranha sem o Peter Parker. Ele não conseguiu salvar May. Não foi possível salvar Tony. Não foi possível salvar Ben. Mas ele salvará Ned e MJ deixando-os fora disso. E ele salvará quantos outros puder. Estranhos sem nome. Se ele puder tornar suas vidas um pouco melhores em vez de um pouco piores, isso é uma vitória. Isso deixaria May orgulhosa.

Ele é fraco. Ele está arrasado. Ele está quebrado como o colar de MJ - e por que ela ainda está usando isso, oh meu Deus, de onde ela acha que vem?

Não importa.

Ele chora até não aguentar mais, até o peito doer, a voz ficar rouca e o corpo doer de tanto sentar no chão.

E então ele coloca sua máscara.

Não sua nova máscara.

Um dos antigos. Não Aranha de Ferro. Não aquele que ele fez no avião de Happy. O original, porque tinha sido um presente, o presente mais legal e insano do homem que ele mais idolatrava no mundo. Ele cometeu erros naquela máscara, mas não alterando a vida – terminando a vida – apagando a vida. Ele tinha sido um garoto burro, em cima de sua cabeça, mas tão sério. Tão emocionado com seus poderes e animado com a vida.