Cap 8 - Dois corpos

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Sábado amanheceu em um dia lindo, o sol que a loira muito apreciava, estava radiante ou talvez ela estivesse, não saberia dizer ao certo. Soraya estava sentada na cama, ainda com os cabelos bagunçados denunciando que acabara de acordar, deu um sorriso levando sua mão a boca ao lembrar do beijo em Simone, fechou os olhos na tentativa de trazer a lembrança de forma mais vivida, lembrou do cheiro marcante da morena e os toques em sua pele que pareciam queimar feito brasa.

— Meu Deus Soraya, melhor tomar um banho - Disse para si mesma balançando a cabeça e levantando para tomar um banho gelado.

Depois de um banho gelado, tratou de tentar tirar a morena dos pensamentos, pois estava para receber a visita da sua amiga de infância Fernanda, arrumou toda a casa e foi buscá-la na rodoviária. A amiga chegou no meio da tarde, as duas deram um abraço demorado e cheio de saudades.

— Oi gatinha. Está bonita, uma pele boa, tem transado? — Fernanda disse dando um tapa na bunda da amiga.

— Oi Fer, para com isso, olha as pessoas olhando. -O rosto já estava completamente corado.

Fernanda era muito espontânea, quem via as duas juntas jamais imaginaria que seria possível existir uma amizade entre pessoas tão diferentes.

— Para de ser chata, Soraya. Não vim até aqui para não poder nem dar um tapa na bunda da minha irmã. — Fez uma careta para amiga.

— Ai, ok. — Riu. — Agora vamos, temos que passar no mercado. Vamos comprar paçoca. — O doce era um símbolo da amizade delas.

— Eba! Só espero não morrer no caminho do mercado, porque você é um perigo com esse carro.

— Na próxima não venho te buscar e você vai sozinha. — Mostrou a língua para a amiga que riu do gesto da outra.

No mercado estavam rindo e implicando uma com a outra enquanto colocavam todos os tipos de besteira no carrinho, até que Soraya sentiu alguém a observando, quando se virou encontrou um par de olhos escuros e automaticamente seus lábios se curvaram em um largo sorriso. Fernanda, vendo a amiga com o sorriso bobo no rosto, olhou na mesma direção que ela.

— Jesus, aquela é a professora? Que professora gostosa! — O tom de voz saiu um pouco mais alto do que deveria, tirando a loira do transe.

— Fernanda Bitencourt, pelo amor de Deus, ela vai te escutar.

Simone observava toda a interação com as sobrancelhas franzidas.

-Ela parece ser brava. - Fernanda deu uma risada abafada. - Se você não me apresentar, eu vou.

Soraya sabia que a amiga era realmente capaz de ir até a morena, respirou fundo e resolveu apresentar a amiga.

— Oi professora Tebet, essa é minha amiga de infância, Fernanda.

— Oi... — Fernanda disse alegremente.

— Olá, Senhorita Soraya. Prazer em conhecê-la Fernanda -Estendeu a mão em forma de cumprimento, que a mais nova prontamente apertou. — Bom, preciso ir, até logo. - Disse piscando para a loira.

Quando a morena saiu do campo de visão das duas, Fernanda despejou um monte de perguntas sobre a amiga.

— Que aperto forte, gostei. — Recebeu um virar de olhos como resposta. — Mas, o que foi isso? Essa piscadinha no final? Essa tensão sexual? O que você está me escondendo?

— Calma, eu queria te contar pessoalmente, mas não aqui no mercado. Vamos logo para casa, lá eu te conto tudo.

O caminho era curto, chegaram rápido. A loira primeiro mostrou todos os cômodos para a amiga com muita animação, aquele era seu primeiro "cantinho" sozinha, por isso quis mostrar cada detalhe, até onde ficava a caminha da Deusdete.  Quando terminaram o pequeno tour pela casa, sentaram-se no sofá, Fernanda tinha a pequena cadelinha no colo.

Depois da tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora