EDUARDO
Estou aproveitando o domingo para trabalhar um pouco no meu jogo. Preciso pensar nas características físicas para os desenhos finais dos personagens principais.
Minha vó me ligou mais cedo perguntando se eu ia pra igreja com ela, talvez porque soubesse que Maria estaria lá. Mas nunca fui do tipo de pessoa que vai pra igreja por interesse, só vou quando sinto vontade de ir acompanhando minha vó ou por algo que nem sei explicar. Vovó sempre diz que vai chegar o dia em que vou me sentir incompleto se não for cultuar, eu apenas rio, pois sei que esse dia não chegou pra mim.
Só que, ficar o dia inteiro na frente do computador também não deu certo, pois não evolui quase nada. Acho que trabalhar com Maria tem me estimulado, mas também me viciado a trabalhar em companhia, pois quando estou sozinho já não é mais a mesma coisa.
Olho para o relógio e vejo que já passa das 21h. Suspiro e me pego pensando na loirinha que tanto tem me ajudado por esses dias. A essa hora o culto já deve ter acabado ou está acabando, não consigo entender o motivo, mas algo dentro de mim está me impulsionando a ligar para ela. Rio comigo mesmo disso, nunca fui de ligar pra ela assim, muito menos numa noite de domingo...
De relance, olho para o meu celular e, como uma pegadinha, vejo-o acender ao receber uma chamada. Pego o aparelho e vejo que se trata da minha vó, atendo imediatamente.
— Vó? Tá tudo bem?
— Dudu, querido. Aconteceu alguma coisa na casa da Maria, não sei o que é, mas talvez ela possa precisar de um amigo — levanto-me no mesmo instante.
— Como assim, vó? O que aconteceu?
— Não sei, querido, mas ela saiu da igreja como um furação depois de receber uma ligação e só dizia que precisava ir pra casa, então pedi pro irmão Elton levá-la, e quando ele voltou, disse que tinha uma ambulância lá. Você pode ir vê-la? — Minha vó falou tudo num fôlego só, mas me encontro estático.
Será que aconteceu algo com o pai dela? Maria nunca aprofundou o assunto, mas sei que tem algo de muito grave acontecendo com seu Gérson.
Sem pensar muito, começo a recolher minhas coisas, pego inclusive a chave do carro que quase nunca uso, pois foi Henrique quem comprou, porém, no momento, a grande preocupação é sobre Maria precisar e eu estar a postos.
— Vó, estou indo pra casa dela.
— Vai sim, querido. E me avise de qualquer coisa, tá bom?
— Pode deixar — encerro a chamada e saio do quarto. — Mãe?
— Oi, filho. — Ela responde da sala, Felipe e ela estão vendo alguma coisa na TV. — Está tudo bem? Não estou gostando dessa cara.
— Mãe, vou dar uma saída, acho que Maria está precisando de ajuda.
— Maria? — Minha mãe levanta e Felipe tira os olhos do que quer que esteja assistindo.
— Vovó ligou agora falando que ela saiu apressada do culto e tinha uma ambulância da casa dela, vou pra lá e tentar ajudar no que for necessário. Não se preocupe se eu não voltar para casa, ok? — falo enquanto me encaminho para a porta da frente.
— Claro, filho. Vá com Deus e me mantenha informada.
— A mim também! — Felipe grita do sofá.
Apenas me encaminho para o carro que fica na garagem aberta do nosso quintal. Nunca fui muito de dirigir este carro, Henrique o deu pra mim em meu aniversário de 18 anos e tirei minha carteira de motorista, mas não foi por ser um bom pai, foi por culpa. Nesses 2 anos, se o usei umas 10 vezes já é muita coisa. Minha mãe não dirige, então das vezes que usei foi porque ela precisou de verdade, geralmente peço um carro de aplicativo e ela nunca me força a nada, só quando é extremamente necessário, e ai não precisa forçar. Dona Carla é uma pessoa maravilhosa, nunca vou entender o porquê de Henrique ter sido tão canalha com ela.

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Em um relacionamento sério com o Amor (série Amor & Fé #2)
SpiritualVersão Wattpad Disponível até ser finalizado, depois será retirado para publicação Série Amor & Fé - Livro 2 Depois de ser apresentada ao Evangelho, Maria não queria ser apenas mais uma cristã que carregava um rótulo, ela queria entender o significa...