Capítulo 08- Madrugada do terror

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Lindsay entregou ao jovem rapaz,uma xícara de porcelana, parcialmente preenchida com chá de ervas, exalando um aroma adocicado e fresco, notando que o pobre rapaz ainda estava atordoado,seus olhos murchos e pálpebras caídas.

- Beba... irá te fazer bem. - Sorriu sem transparecer os dentes, observando-o fixamente beber o líquido quente.

- Eu preciso achar o meu filho... e-eu não posso perdê-lo. - Sua voz saia enfraquecida, quase que falhando, era como se ela estivesse sumindo aos poucos.

- Fique tranquilo, você conseguirá...

A mulher desviou o olhar repentinamente, ouvindo passos pesados aos arredores da casa e as pedras de cascalhos chocando uma nas outras.

- July... esconda-se no quarto agora. - Lindsay levantou do piso de madeira, caminhando até a mesa, pegando sobre a superfície, uma faca de cabo azul. - Você também! Se esconda neste armário.

Jimin levantou-se do chão com dificuldades,arfando em dor, sentindo pontadas vindas de sua perna perfurada, moveu-se lentamente ao armário de portas rígidas. Abriu ambas as portas, escutando os ruídos metálicos rangendo, adentrou naquele espaço estreito, fechando as portas,restando apenas uma pequena brecha,percorrendo um feixe de luz azulado.
Lindsay aproximou-se sorrateiramente da janela,observando a floresta, através da fresta da cortina, sendo surpreendida por uma mão coberta com um líquido espesso,era sangue,chocando bruscamente com o vidro, deixando as marcas gravadas, fazendo-a afastar-se em choque, respirando descontroladamente. O loiro tapou os ouvidos fortemente, ao escutar os estrondos vindos da porta, sendo despedaçada, com extrema força e rapidez,logo em seguida os passos pesados voltaram, parecia que estava se arrastando, numa lixa áspera.

- Não chegue mais perto... não vou exitar em atacar! - Diz Lindsay empunhando a faca, virada parcialmente para o próprio peito.

- Mãe! Mamãe. - July falou aos berros, ao notar aquele homem, mascarado em sua casa, segurando nas mãos um machado.

- July! Volte pro quarto agora!

Neste exato momento, em que a mãe virou o rosto,pedindo para a sua filha esconder-se, o homem caminhou rapidamente, erguendo os braços com o machado, desferindo um golpe mortal contra o crânio da mulher, não parando de desfigurar seu rosto, nem mesmo ouvindo os berros da garota,golpeou inúmeras vezes até ver os restos mortais despedaçados. Então, ele ergueu a cabeça e aproximou-se da menina lentamente, manchado com sangue da mãe, caindo gota por gota sobre o piso de madeira, contemplando os gritos de extremo desespero da garota,suplicando para que ele parasse.
Foi quando,sem pensar duas vezes, o homem acertou a cabeça dela, com inúmeras machadadas brutais,respingando seu sangue para todos os lados, repartindo o crânio da pobre garota ao meio. Jimin vivenciou toda aquela tragédia, num sofrimento e repúdio, deixando as lágrimas tomarem conta, tapando a própria boca, sentindo as pernas trêmulas e as pulsações do coração desreguladas.

O indivíduo retirou do bolso, uma espécie de aparelho comunicador, apertando levemente num botão centralizado e diz:

- Está... feito.

- E ele? Onde está o informante? Onde ele está! - Diz uma voz feminina enfurecida, pouco abafada,vinda do aparelho.

- Não estava no chalé, tinha apenas a família dele. - o homem fala de maneira arrastada, pisoteando os restos mortais da garota,espalhando suas entranhas com a bota.

- Esqueça! Traga o filho dos forasteiros para a fazenda, cuidamos disso ao amanhecer. - deu uma breve risada enrouquecida, podendo-se ouvir um chiado em seguida.

O homem, guardou o aparelho novamente no bolso, caminhando sutilmente, saindo do chalé e os passos tornando-se cada vez mais distantes. O rapaz empurrou ambas as portas do armário, se deparando com os cadáveres retalhados,os rostos pareciam ter sido passados numa máquina de triturador inúmeras vezes. A mente fraca do jovem,assolada pelo testemunho,visto com os próprios olhos, o provocou de maneira intensa, um refluxo ardente,fazendo-o cair de joelhos sobre o chão,regurgitando tudo que havia comido, escorrendo pelos lábios, um líquido espesso de forte odor, sentindo a garganta coruscar,provando dum gosto amargo.
Seus ouvidos foram alarmados por uma choradeira aguda,vinda duma porta escancarada logo a frente, levantou-se do piso cambaleando entre as pernas,com a visão turva. Moveu-se cautelosamente ao quarto, podendo ouvir os murmúrios se tornarem mais altos,notando ser o choro de uma criança, ao entrar no quarto avistou um berço branco arredondado,caminhou lentamente sobre o piso barulhento de madeira.

Horror Em Northville (Jikook)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora