Never Been Hurt

Catorze. Arvore das almas

Quando eu e Neteyam pousamos a costa da ilha com os Ikran e o Toruk. As pessoas nos olhavam assustadas e confusos. Não demorou para que Jake e Neytiri viessem correndo ao encontro do filho e o agarrassem preocupados. Fizeram mil e uma perguntas para mim a respeito do que havia acontecido, do porquê havíamos saído escondido aquela noite, expliquei a situação por cima, pois não queria entrar em muitos detalhes.

Depois de nossa conversa, eles saíram arrastando o filho de volta pra casa, mas antes que estivesse longe o suficiente para não vê-lo mais, ele se vira pra mim e sorri, balbuciei um "desculpa" e ele respondeu um um sorriso maior dizendo: "valeu a pena!"

(...)

Uma semana se passou, e ao longo dela tivemos reuniões com os líderes Merkayina e os Sully's, mostramos os projetos e também as fichas dos militares que encontramos, decidimos ao final que iríamos atacar primeiro, nos prepararíamos logo para iniciarmos, afinal tínhamos uma certa vantagem. Mais uma semana e já havíamos recebido dois dos exércitos de dois clãs diferentes, estávamos apenas à espera para atacarmos.

Hoje Tsireya nos convidou para ir para irmos visitar a árvore das almas Metkayina, ao fim da tarde, onde supostamente seria o melhor momento devido ao eclipse. Estava nervosa, afinal veria Neteyam de novo, não nos falamos devidamente desde que voltamos pra Metkayina. Fico me perguntando se aquele beijo, se aquela noite, significou alguma coisa ou se foi apenas um momento de prazer entre os dois. Ouço passos curtos chegarem atrás de mim.

— Podemos ir? — Ouço a voz de Kiri e me viro para encara-la.

— Aham, só preciso colocar a comida da Murphy e podemos sair.

— Ok. — Ela diz de braços cruzados e baixando a cabeça. — Ah Rey... vem cá, aconteceu alguma coisa entre você e o meu irmão quando estavam na ilha?

— O que? Não. — Minto com medo de sua reação caso eu dissesse a verdade.

— Vamos Rey me diga. Neteyam está estranho desde que vocês voltaram, sei que tem alguma coisa errada. — Ela diz se aproximando.

— A gente se beijou, ok?! — Solto, devido a pressão colocada encima de mim pela garota, mas logo cubro a boca ao me tocar o que eu havia falado.

— Há! Eu sabia. — Ela disse apontando pra mim. — Mas foi tipo uma declaração? Aí minha nossa vocês não... acasalaram não é?! — Ela disse cochichando ao final de sua pergunta, o que me fez arregalar os olhos.

— Kiri, não, nossa, não! — Digo cortando a mesma.

— Ok. Só precisava ter certeza. — Ela diz dando um suspiro em alívio. — Não consigo imaginar Neteyam...

— Okay Kiri, precisamos ir. — Digo arrastando a moça que ri.

Chegamos a praia e todos já nos esperavam com os Ilu. Estavam conversando entre si, e meus olhos pairaram no Garoto Omaticaya ali de braços cruzados com os olhos atentos na Metekayina que falava no momento. Kiri nós anuncia e todos viram o olhar para nós.

Olhei rapidamente para Neteyam e o vi olhando para mim, virei os olhos rapidamente e baixei a cabeça. Todos seguiram para dentro da água e começaram a montar em seus devidos ilus, Kiri se volta pra mim e me dá uma cotovelada e aponta pro mar com a cabeça.

Fomos para um lugar específico, onde
tinham destroços de alguma construção antiga, Tsireya mostrou o lugar e todos ficamos impressionados com a belíssima visão. Ela nos levou mais a dentro e nos fez nadar um pouco mais abaixo e lá, enraizada abaixo d'água, tinha a famosa árvore das almas Merkayina, com folhas grandes e brilhosas devido ao eclipse que se formava no céu. Nossos corpos começaram a tomar um tom mais escuro, com algumas de nossos sinais brilhando em nossos rostos.