VI

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⚠️: A partir do momento em que começarem as letras em itálico, teremos cenas de violência e discursos de ódio, como homofobia.

...

Foi nostálgica a sensação de pisar naquela aldeia depois de tanto tempo. Não que Jimin sentisse falta, longe disso, mas não tinha como negar e esquecer toda uma vida que teve ali.

A menor parte tinha sido boa...

– E então, você está pronto? - Jeon segurou a mão do rapaz de forma delicada, incentivando-o a continuar seu rumo até a casa onde morava antes.

Jimin ainda estava receoso, pois não gostaria de voltar a pisar naquela casa. E se sua mãe o obrigasse a ficar ali? Ele não queria... Mas apesar de todos os medos, sentia falta do pai, e queria vê-lo.

O homem não era alguém ruim, apenas era manipulado pela própria esposa. A mulher fazia chantagens, e como ele a amava muito, cedia e tolerava todas as provocações, e até a discriminação contra o próprio filho. Tinha medo que ela o deixasse.

– Eu estou, sim. - Afirmou, segurando a mão do mais velho com força. - Vamos, eu vou bater na porta. - Caminhou na frente, puxando Jeon.

Park bateu três vezes na madeira escura da porta, esperando que alguém a abrisse. Logo a imagem da sua mãe apareceu, e ela não aparentava estar nada preocupada.

– Oh, garoto! - Ah, como Jimin odiava ser chamado daquela forma por ela. Sentia vontade de fazê-la engolir cada letra. - Sabe por quanto tempo nós te procuramos, moleque?! Eu estava extremamente preocupada. - Não era o que parecia. - Onde você se meteu, ein? Vamos, entrem. - Deu passagem para que os dois rapazes entrassem na casa.

Jungkook ficou observando o ambiente, notando cada detalhe bem arrumado da casa. Tinham imagens santas em cima das prateleiras, e em frente à uma delas, estava uma pequena foto com o rosto de Jimin, acompanhada por uma vela.

– Como está o meu pai? - Foi a única coisa que Park perguntou. O homem era a única coisa com que ele se importava ali.

– Oras, não vai responder direito a sua mãe, garoto?! - Ela fez uma careta brava, logo tomando um sorriso no rosto, quando notou mais uma vez a presença de Jeon ali. - Estou apenas brincando, filho. Vamos, seu pai está terminando de jantar.

– A sua casa é muito aconchegante, senhora Park. - Jeon disse, puxando o saco. Ele gostaria de ganhar a confiança da mulher, apenas para pisar em seus calos depois.

– Oh, que rapaz simpático. Qual é o seu nome? - Andou na frente, guiando eles até a mesa de jantar.

Jimin sorriu, quando viu seu pai terminando de dar a última colherada na sopa de legumes que comia.

– Sentem-se, eu vou servir sopa para vocês. - A mulher foi até o armário, buscando pratos e talheres limpos. Colocou um na frente do filho, e outro na frente de Jungkook.

– Não precisa me servir, dona. - Jeon pegou a concha de metal, servindo-se ele mesmo. A mulher abriu a boca para interferir, mas se calou quando viu que ele já tinha feito. - A princípio, meu nome é Jeon Jungkook.

– Você é um rapaz bonito. Jimin não traz muitos amigos aqui em casa, são os mesmos desde a escola. - Colocou sopa no prato do filho, se servindo em seguida. Não demorou muito para que ela se sentasse e cutucasse o marido, que até o momento se mantinha quieto.

– Por onde você andou, filho? - Desta vez foi o homem quem perguntou, com os olhos afogados em lágrimas. Ele era o único quem se importava e sentia falta do filho ali.

– Não chore, pai. Eu estive bem. - Começou a comer, e esticou uma das mãos para acariciar a do pai sutilmente. - Estou morando em um lugar diferente, agora. Eu não queria preocupar você, mas não teve uma forma de avisar antes. Me desculpe.

Belzebu Jjk+PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora