CAPÍTULO 01

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    Eu não faço ideia do que tinha naquela bebida. Achei que era uma simples vodka quando recebi de bom grado o copo do cara ruivo e gostoso que me entregou, mas já não tenho mais tanta certeza assim.

     A minha visão está embaçada pra caralho, e as luzes néon do teto da boate me deixam ainda mais desorientado. Estou suando feito um jumento, mas isso talvez seja porque tem tanta gente aqui dentro que o amontoado de corpos faz a temperatura esquentar ainda mais. Mas não é só isso que está me fazendo pensar que talvez tenha uma coisa a mais misturada naquele líquido que desceu rasgando pela minha garganta.

     Eu estou excitado pra caramba sem qualquer motivo aparente, embora a calça Jeans seja apertada e grossa o suficiente para ninguém perceber isso. Os meus movimentos estão mais letárgicos que o normal, mas mesmo assim não paro de dançar e rir sem parar ao som da música ensurdecedora. O que será que tinha alí dentro? Coca? LSD? Bom, eu gosto de beber, mas não sou fã de drogas, então é melhor eu dá o fora daqui logo logo.

     Consigo ver o cara ruivo me observando com a minha visão periférica, e quando ele dá dois passos na minha direção, começo a andar/dançar na direção oposta, mantendo a distância entre nós. Eu não sou bobo o suficiente para cair nessa, e mesmo que ele tenha me drogado propositalmente para me levar para algum lugar, não vai conseguir absolutamente nada aqui. O que é uma pena, na verdade, porque o cara é bastante gostoso e eu não me importaria de avaliar as suas habilidades na cama caso ele não tivesse vindo com essa droga pro meu lado (literalmente).

     — Hey. — Digo para Dylan, um dos jogadores do time de Lacrosse que está dançando próximo a mim. Ele é branco e tem um belo par de olhos azuis, e está completamente suado, e pelo visto um pouquinho bêbado também. A gente já ficou umas duas vezes, mas dei um ponto final ao perceber que ele tem um ego muito maior do que o pau dele deveria permitir ter.

      — Iae, Sean. — Ele responde, já me agarrando pela cintura e encaixando o meu corpo na sua virilha. Ele tem um sotaque do norte que faz o meu nome soar com "Chêêan" e não "Chééan" quando ele fala, o que é bem engraçadinho até.

      Mesmo não querendo ter uma experiência com ele de novo tão cedo, danço à vontade com ele, enquanto sarramos sem parar. Em parte, estou fazendo isso para despistar o ruivo, e em parte porque ele dança bem pra caralho.

      Dylan enfia as mãos sorrateiramente dentro da minha camisa e acaricia a pele da minha cintura, enquanto rimos e sarramos ao ritmo da música. Eu quase gozo instantaneamente quando seus dedos habilidosos chegam até os meus mamilos e os apertam levemente, e isso provavelmente também é efeito do... Que quer que estivesse dentro daquela vodka, porque eu não sou tão inexperiente a esse ponto, e consigo segurar por horas à fio se quiser.

       Já devem ser umas 03:00 da manhã, e já está quase na minha hora, porque tenho aula amanhã cedo, mas não vejo problema algum em ficar por mais alguns minutos, porque está tão bom aqui...

       Os lábios de Dylan deslizam pelo meu pescoço, e mesmo que eu não goste de admitir, ele tem uma pegada do caramba, e é alto, gato, sexy, exatamente o meu tipo perfeito. Fecho os olhos com força e deixo ele se esfregar em mim, ouvindo um zumbido estranho e os sons que ele está fazendo contra a minha orelha.

       Quando os seus lábios chegam até os meus, a sua língua invade com tudo a minha boca, e eu não vejo porque não retribuir, entrelaçando a minha nela e misturando nossos gostos. Dylan tem gosto de tequila pura, e mesmo apenas sentindo a sombra do gosto na sua língua, ainda é forte pra caramba.

      — Quer ir lá pra casa agora, Sean? Relembrar os bons tempos? — Ele murmura com um sorrisinho malicioso no rosto, mostrando seus dentes tão retos e perfeitos que seriam impossíveis de serem totalmente naturais.

      — Foi mal, Dylan. Tenho aula amanhã cedo. — Respondo, antes de me separar dele e dá um beijo rápido na sua bochecha, para então começar a me afastar para procurar o próximo que vai dançar comigo, deixando-o alí com uma ereção nata discreta nas calças.

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      O dia já está quase amanhecendo quando eu finalmente decido ir embora, cambaleando em direção a saída como um completo bêbado (o que na verdade, é como exatamente eu estou) o efeito da bebida que o cara ruivo me deu já deve está passando, mas as minhas bolas continuam doloridas pra caramba por eu ter ficado excitado por bastante tempo sem conseguir me aliviar.

      O estacionamento está quase vazio, e apesar da noite ainda está estrelada, o horizonte do lado esquerdo já está com nuances arroxeados e amarelados, dando indício que o sol está quase surgindo.

      No segundo em que eu coloco os pés na calçada, Dylan surge ao meu lado e passa o braço pela minha cintura. Ele também parece está bêbado, mas não tanto quanto eu, já que está caminhando com bem mais precisão.

     — O que foi, Dylan? — Murmuro, quase caindo de sono e cansaço por ter dançado por tantas horas seguidas. os meus lábios estão inchados, e eu não sei é efeito da droga que estava na bebida ou de tanto beijar.

      — Vou te levar pra casa.

     — MINHA casa, ou SUA casa? — Pergunto, deixando-o me guiar até o seu carro, pronto para aceitar qualquer proposta que ele tenha para fazer. Só quero cair numa cama quentinha e confortável, não importa se é a minha ou a dele.

      — SUA casa. Você me dispensou mais cedo, lembra? Além disso, também estou cansado pra porra. E por mais que você seja um albino gostoso e tenha uma bunda do caralho, eu estou morrendo de sono. — Ele murmura, abrindo a porta do seu carro chique e me empurrando para dentro. Eu deito no banco e fico em um estado entre a consciência e a inconsciência, tentando segurar a vontade de rir ou de tirar o meu pau pra fora e bater uma punheta aqui mesmo pra aliviar essa sensação lá embaixo.

       Mal me importo se tem um cara bêbado dirigindo e que ele pode fazer o que quiser comigo depois que eu apagar, já que provavelmente não vou recobrar minha consciência tão cedo mais. Ignoro esses pensamentos bestas, porque por mais que Dylan só saiba falar de si mesmo e seja um pouquinho chato, sei que ele é no fundo (beeeeeeeeeem no fundo mesmo) é uma pessoa até que legal.

       Quando chegamos no prédio dos dormitórios, consigo sentir por alto quando ele me tira do carro e me leva para dentro. Dylan já esteve aqui, então ele provavelmente lembra qual a número do meu apartamento.

        A próxima coisa que consigo assimilar é a textura quentinha e macia da minha cama, mesmo que não consiga abrir os olhos de jeito nenhum, por mais que tente pra caramba fazer isso. Tento murmurar um "obrigado" para Dylan, mas tenho quase certeza que isso não passou de um pensamento, antes que eu apague por completo.

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MEU NERD SECRETO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora