Delirando.

411 35 13
                                    

Nina era uma menina com seus 18 anos de vida, 18 anos servindo ao seu Senhor todo poderoso. Sua família sempre foram extremamente rígidos com roupas e comportamentos de uma moça servinte a Deus, Nina não podia sair com seus amigos, beber bebidas alcoólicas, Usar roupas muito curtas e que mostrem muito de sua barriga e colo. A pobre garota mal sabia oque era sentir prazer, sentir o verdadeiro fogo e excitação, a adrenalina correndo em suas veias é algo que Nina nunca sentiu.

Ela de certo modo se sentia entediada com tal regras a seguir, mas nunca nem sabe oque é diversão então já acostumada com essa vida chata e com pessoas ditando suas vestes e sua personalidade é como o famoso "viver no automático ".

Queria aproveitar a vida, ser livre mas como faço? Como faço para experimentar os maiores prazeres do Ser humano? Por quê Deus não permite- me ser eu mesma, por que tantas regras!

Se perguntava isso deitada em sua cama olhando algum ponto fixo em seu quarto já que como castigo de sua mãe por te-la perguntado a existência de Deus hoje mais cedo. Ficou confusa quando sua mãe derrubou o copo que estava em sua mão logo em seguida a mandando para seu quarto imediatamente, com sua voz raivosa e aparentemente trêmula.

Não estranhou a atitude da mais velha, ela e seu pai eram filhos de Deus ao ponto de que se sua própria filha questionasse o poder do Grandioso pai nosso, a deixariam sem almoço como castigo trancada em seu quarto.

Nina não se sentia triste mas sim, vazia, não sabia bem os sentimentos que a dominavam nesse momento e enquanto tentava por sua mente no lugar sentiu um vento fraco batendo levemente em seu rosto que fez seus cabelos grudarem em seus lábios. Estranhou pois, a Janela estava fechada.

Então dá onde raios veio aquele vento?

Sentiu logo em seguida um arrepio, estremeceu por inteira com aquela sensação, aquilo não estava a fazendo nada bem, talvez a fome estivesse a fazendo delirar e sentir coisas, por isso levantou e foi em direção a porta batendo freneticamente e fortemente para que assim chamasse a atenção da mais velha que estava na sala lendo a Bíblia sagrada mas, assim que escutou as batidas suspirou e foi em direção ao quarto da filha, destrancando a porta e a vendo em sua frente com seu vestido longo e branco, seus cabelos desgrenhados e seus lábios secos pela falta de água.

- Mamãe, por favor me permita comer e tomar algo. Me perdoe por questionar a existência de nosso pai! Me perdoe por favor isso nunca mais vai se repetir, estou morrendo de fome.- A pobre menina disse ajoelhada em frente a sua mãe com as mão entrelaçadas implorando a mais velha, que no momento em que viu a cena se enojou da própria filha.

Liliane nunca quis ter filhos, nunca quis ter Nina, mas por conta de seus pais foi forçada a se casar com um pastor na época e assim para continuar o legado da família e ser uma mulher servinte a seu marido e Deus foi obrigada a engravidar, criando hoje em dia sua filha da forma mais ríspida e rígida, mesmo com seu 18 anos ela não poderia trabalhar. Não até que tudo esteja preparado para que ela se junte ao convento de Freiras.

- Vá, deixei sua janta na geladeira, depois limpe tudo e antes de ir deitar peça misericórdia ao nosso Senhor, e faça 100 rezas pai nosso. Que isso nunca mais se repita.

Assim sua mãe saiu de sua vista e a garota não esperou um minuto sequer e foi em direção a geladeira pegando seu prato e colocando a comida toda em uma panela e esquentando.

Enquanto a comida esquentava se perguntava porque sua mãe era tão grossa consigo. Se sentia triste até porque mesmo estando ao lado de Deus sempre se sentiu solitária e de fato era verdade, sempre foi sozinha a vida inteira.

Bom, pelo menos até agora.

.

.

.

Estava ajoelhada no chão frio e duro, com seus braços escorados na cama e suas mãos entrelaçadas, seus olhos fechados e sua mente trabalhando em seus mil perdões ao Senhor e cansada depois de ter rezado em voz alta 100 vezes Pai Nosso.

Se levantou aliviada e se desequilibrou sentindo seus joelhos trêmulos e doloridos por conta da posição desconfortável e o piso nada macio. Sentou em sua cama logo sentindo uma sensação esquisita em meio a suas pernas. Torcendo para que não seja oque estava esperando abriu suas pernas em seguida tocando em sua calcinha sentindo o líquido viscoso em seus dedos, vendo que sim. Sua menstruação tinha descido.

Frustada se levantou e olhou no espelho que havia em frente a sua cama vendo sua veste que antes era completamente branca agora vermelha de sangue na parte da frente e na de trás.

"Ah! Não, estou menstruada."- Proferiu sozinha enquanto pensava no que fazer já que seu ciclo era totalmente desregulado e quando vinha, era em abundância total que tinha que usar no mínimo 2 absorventes para conter o sangue. Foi em direção a suas gavetas a procura de algum mas se lembrou que sua mãe não tinha comprado no mês passado já que não havia descido nada. Não queria a acordar pois sabia o temperamento da mais velha ao acordar, então por isso pegou algum esparadrapo, e enrolou em volta de sua cintura enrolando várias vezes em volta de sua vagina para garantir que não vá passar. Oque era improvável.

Enquanto fazia sua gambiarra sentiu um vento forte que fez seu vestido subir por inteiro tampando um pouco de sua visão mas, seu vestido era meio transparente com que a fez ver uma silhueta parada de pé em sua frente, Era alta e amendrontadora. Desesperada e desconfiada tirou rapidamente o vestido que tampava sua visão, sentiu o medo percorrer em seu sangue quando não viu nada, sua Janela continuava trancada então oque está acontecendo? De onde esses ventos? Céus...

Algo a dizia que não estava sozinha. Sentia isso. E esperava de coração que fosse Deus.

- Oh meu pai, me ajude pois estou delirando com toda certeza.

- Deus não está lhe escutando, querida.

.

.

.








Meu imperdoável Pecado.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora