"Obridada, Alucard"

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Estava sentada abraçando meus joelhos trêmula jogada em algum canto de meu quarto apenas segurando lágrimas.

Minha mãe desde daquele dia vem me dando uma porção de comida por dia e não me deixa pisar um dedo para fora meu quarto, ela colocou um balde ao lado da minha cama para que eu pudesse fazer minhas necessidades sem precisar sair do quarto.

Mais alguns dias no quarto...

Naquele dia, ela simplesmente cismou que eu estava a me tocar, e que tudo aquilo era obra do diabo, entre outras coisas terríveis que ela disse. Não poderia discordar dela, muito menos lhe confessar que um Demônio tinha me satisfeito e aliviado minhas cólicas. Ela me mataria e ao invés de apenas me espancar.
Estou com manchas e hematomas por todo meu corpo dos seus socos e tapas, sim eu como uma quase adulta poderia ter me defendido e me protegido, talvez revidado, porém a situação se encaixa diferente quando é sua mãe que está a ser taxada como vilã, seria estranho e me sentiria mal se ousasse em revidar e até mesmo não tenho mais forças para isso, sinto meu corpo fraco e frágil por conta da pouca quantidade de comida.

Aquele maldito! Maldito Demônio, criatura infernal. Graças a ele quase morri nas mãos de minha progenitora. Espero nunca mais ver aqueles olhos vermelho carmesin.

Enquanto castigava aquele ser infernal que apenas piorou minha situação, escutei minha porta ser destrancada com força e assim vi o rosto de minha "mãe" que me encarava sem expressão alguma.

- Coma isto, está ficando fraca. Continuando assim vai morrer e eu irei para cadeia então coma.

A mais velha disse enquanto colocava o prato de comida no chão ao lado da porta e aí meu sangue ferveu por completo, sentia um ódio trancado em meu peito ao notar a situação humilhante em que me encontrava graças a essa... essa vadia dessa velha nojenta! Ela está praticamente me mantendo em cativeiro.

- Prefiro que vá para a cadeia.
Sem medo, sem pensar no depois, sem ter consciência do que pode acontecer.

- Oque disse?- Disse a mais velha se virando devagar, me encarando com aquela cara nojenta e repugnante.- vamos "filha", repita oque me disse!- disse em um tom raivoso.

Sem forçar para mais nada, tirei todo ódio que me dominava e com as pernas tremendo me levantei ficando frente a frente com ela.

- Pois escute bem agora sua velha nojenta. Prefiro que você apodreça no inferno, a cadeia seria o seu menor castigo da vida.- Disse em alto e bom som a encarando, podia sentir meus olhos fervendo de raiva, queria pular nela e a socar como nunca pensei que faria antes.

- Como ousa se atrever a falar comigo desta forma?!- Ela então começou a gritar vindo até meu corpo fraco- Acha que pode simplesmente cometer pecados e pensar que Deus não vai a castigar? Acha que vai ser poupada desse desrespeito a quem te deu a Luz? Você-

A interrompi gritando e colocando para fora tudo que havia dentro de mim.

- E você? Acha que seu "Deus" se agrada como maltrata sua filha? Acha que Deus vai lhe poupar do inferno?- Comecei a rir de forma irônica enquanto sentia lágrimas sujarem meu rosto- Você só é mais um Demônio na terra "mamãe", aproveite seu curto tempo aqui pois depois, não haverá perdão.

Cuspi tudo em palavras enjoadas em sua cada. Ela me encarava com seus olhos levemente arregalados, enquanto eu sentia meu suor escorrer pela testa e minhas lágrimas caírem no chão, os cabelos desengranhados caindo na cara, mas isso não me impediu de a amaldiçoar com o olhar, não pisquei um segundo sequer da raiva que me consumia.
Eu a amava, a amava tanto, mesmo com seus terríveis erros e sua forma bruta de ser nunca a deixei de amar ou pensar de forma mais empática sobre sua forma de ser mas, vejo que essa velha não irá mudar e sinto que esse amor e essa empatia se foram a muito tempo dentro de mim.

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⏰ Last updated: Jun 12, 2023 ⏰

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Meu imperdoável Pecado.Where stories live. Discover now