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Aleksandra não teve coragem necessária para questionar Ed sobre o caso dele com o primogênito de um dos homens mais ricos do país e nem por sua fiança que provavelmente havia sido paga por ele, mas ao ver o amigo colocando uma pulseira de ouro branco para acompanhá-la ao seu compromisso foi a gota d'água. Ela não aguentaria fingir que nada aconteceu, não sabendo que o amigo ainda agia como se escondesse um segredo, mesmo que ela houvesse visto mais do que desejaria e soubesse mais do que ele gostaria de contar.

—Quando ia me falar sobre o Arnaturov?—Questionou ao entrar no metrô e viu Eduard arregalar os olhos castanhos—Eu esperei por dias e você não teve coragem de conversar comigo sobre isso, então eu fui forçada a perguntar no metrô porque assim você não pode fugir de mim!

Ele coçou a cabeça e sentou ao lado dela no banco gelado —Você disse que não era legal se apaixonar e eu...

—Uau!—Ela o olhou um pouco impactada, segurando o grande buquê com flores em um tom de rosa claro e branco, o plástico lilás fazia suas mãos suarem—Você está apaixonado?

Ed hesitou

—Podia ter falado comigo sobre isso, não é como se eu fosse anti amor, muito pelo contrário, eu amo o amor, o amor que não me ama!

Ed respirou fundo e a lançou um olhar pesaroso —Você vai encontrar alguém que te dará o amor que você merece!

—Não é como se eu quisesse isso desesperadamente, acho que os homens me decepcionaram tanto que eu não confio mais em nenhum!

—Quanto as mulheres?—Ele sussurrou

Ale riu alto, recebendo olhares de alguns russos mal humorados —Eu só quero minha filha, ela estando comigo já é o suficiente,mas...—Ela cruzou os braços—Não foge do que eu perguntei, está apaixonado?

Ele tocou o próprio rosto com as mãos que estavam escondidas em luvas pretas—É impossível, não temos futuro,mas não consigo me sentir menos...—Pensou em outra palavra,mas não tinha como definir —Impossível me sentir menos apaixonado, eu tentei me afastar, digo sempre que vou largá-lo, mas não consigo—Respirou fundo e viu a led na pequena tela formar o nome da próxima estação

—Não pensa muito em ter futuro, vocês tem o presente!

—O presente está uma bagunça!—Ele riu e ela pegou na mão dele—Eu odeio que as coisas estejam tão confusas, o pai dele não precisava ter morrido ou ter visto a gente naquela situação!

Ale pensou em dizer "Eu também não merecia te ver daquela forma!"- mas não teve coragem, não era momento de zombar, estavam falando sério

—Sou burro por ter me apaixonado...Eu me entreguei totalmente...só não me julga!

—Não vou, fico feliz que esteja com alguém, mas o status social dele me dá um pouco de medo, e se ele te machucar?

—Ele não vai! —Ed se apressou em dizer— Somos sinceros um com o outro, ele não me machucaria, bem...ao menos gosto de pensar que não!

Ale não quis desanimá-lo, na vez dela nenhum aviso adiantaria, ela teria se jogado nos braços de Kazimir de qualquer jeito, moveria o mundo, iria ao inferno por ele. Porém sua atual realidade era a prova de que amá-lo tinha ficado em um tempo tão remoto,  já que se parasse para pensar ela acharia todas as imperfeições que o deslumbramento mascarou. 

—Pelo o que vejo ele te faz feliz, se ficar com ele te faz sentir bem, aprovo isso!

Ed apertou a mão dela—Se terminarmos você vai me ajudar a superar?

—Sim, colo cada caquinho do seu coração!—Ela tocou o rosto dele de uma forma maternal—Mas por favor, não tenha uma dívida divina com ele, tal como eu tenho com o Ka!—Falou ao levantar do banco, vendo a telinha indicando o nome da próxima estação

As Justiceiras - Série Crianças de MoscouWhere stories live. Discover now