Capítulo XIV

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THAISA DAHER ON

Eu tinha pegado a Caroline praticamente no flagra, pouco pra beijar a Rosamaria. Mesmo achando que isso faria bem a Carol, meu racional fez com que eu entrasse no meio, eram muitas consequências a serem pensadas antes de deixar ela agir no calor do momento e da emoção. Desci com a Rosa pra cozinha e ela me ajudou a organizar o almoço na área da churrasqueira. Almoçamos em meio a risos, com uma Caroline meio aérea mas que fazia o possível pra que ficássemos confortáveis e que nos sentíssemos em casa. Logo depois do almoço, as meninas resolveram que já estava na hora de ir embora e logo restou eu, Sheilla e Gattaz que estava num mundo completamente particular dela.

Thaisa: seja sincera comigo, eu não vou te julgar, você ia beijar ela, não ia? -ela me olhou angustiada e concordou- eu já tava ali a um tempo eu ia deixar, mas eu não podia Carol, mesmo que eu quisesse muito. Vocês agirem no calor do momento sem analisar as consequências, não dá.

Gattaz: não, você fez certo! Eu é que não deveria ter agido da forma com que eu agi.

Thaisa: você tá apaixonada? -debochou-

Gattaz: Ah Thaisa se situa também né? Como é que você se apaixona por uma garota sem nem ter beijado ela? -falou mais exaltada- é uma atração, forte, e eu quero a todo custo beijar essa menina, mas eu tenho consciência que isso vai prejudicar ela e eu. E eu não quero dar motivos, a Cristal já sabe que o meu problema com ela é por causa da Rosa, a Ariele metralhou a Rosa com o olhar no dia da Calourada. É ir atrás de problema.

Thaisa: você acha que a Ariele faria algo? -virei a taça e a encarei-

Gattaz: a Ariele é capaz de muitas coisas e ela não tem medo de atropelar todo mundo que tiver no caminho dela. -respirou fundo- sabe quantas mulheres eu consegui conhecer, me aproximar depois que conheci ela? Nenhuma! Eu não sei o que ela faz, mas ela consegue.

Thaisa: a Cristal vai atrás da Rosa, você sabe né?

Gattaz: vamos ver se ela vai conseguir -me encarou- eu não tenho muita coisa a perder Thata, eu já tenho uma vida estável, o máximo que eu perderia é o cargo de professora, esse é mais porque eu gosto mesmo, porque não paga 1/3 do hospital. Mas a Rosa não, a Rosa nem formou, ela abriu mão de muita coisa pra tá aqui.

Sheilla: acho que até ela tem consciência disso o negócio é aguentar a pressão. Eu e Gabriela não conseguimos. -bufou-

Gattaz: você pode pedir dispensa, dizer que tem conflito de interesses com a aluna. Até porque ela ainda não é. Mas eu não posso fazer isso, ela veio pra cá pra estudar comigo, eu não posso atrapalhar isso por causa de uns beijos que eu quero dar nela. -deu de ombros- eu posso ter muitos defeitos mais sem noção, não.

Thaisa: então coloca isso na sua cabeça, e por favor Gattaz, não faz nada que possa prejudicar vocês. Metade do renome de excelência médica no curso de Medicina da UFMG vai embora se você for demitida. -olhei pra ela e concordei-

CAROL GATTAZ ON

Passei o resto da tarde de domingo batendo papo e aproveitando a piscina com a Sheilla e a Thaisa. Quando já não se via mais o sol na altura do céu, elas já não se encontravam mais na minha casa. Fui no quarto de hóspedes que Thaisa intitulava ser o dela e realmente era, dei uma breve organizada enfiei as coisas dela que estavam jogadas no guarda-roupa e em cima do móvel havia um casaco aparentemente ser de couro, preto dobrado. Já não podia ser da Thaisa porque ela NUNCA deixava as coisas dobradas, pelo contrário, metade da bagunça da minha casa era responsabilidade dela. Peguei o casaco e por puro instinto o apertei contra o rosto aspirando o perfume e involuntariamente aquele cheiro ativou uma chave no meu cérebro que me levou diretamente a Rosamaria. Era dela, sem sombra de dúvidas, aquele casaco era dela.
Peguei o casaco, levei pro escritório e coloquei perto da minha bolsa de trabalho para que eu não esquecesse no dia seguinte. Subi pro meu quarto fazendo todas as minhas higienes matinais. Quando meu corpo bateu na cama na intenção de descansar, peguei o celular enviando uma mensagem pra Rosa e não demorou muito tempo pra ter uma resposta.

Give water to the wineWhere stories live. Discover now