Capítulo 28 "Ao fim do inferno"

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A sensação térmica caindo drasticamente já podia ser sentida pelos cavaleiros e a amazona de Athena que acabavam de sair da sétima prisão. Os ventos gélidos que sopravam na oitava e última prisão já atingiam os corpos desses guerreiros, causando a impressão de que aquele frio poderia os matar só por mais alguns segundos ali. Desse modo, já era também visível o grande deserto congelado que formava a última parte do império de Hades, o cócitos.

A oitava prisão é formada pelo último dos quatro rios infernais, o rio cócitos. É conhecido também pelo nome de rio do lamento, representando a lamentação dos mortos de estarem tão perto, em comparação com as demais prisões, do paraíso que seria os elísios, mas sem sequer poder ver o sagrado local. Em tal prisão, ficarão afogados no inferno de gelo os criminosos mais sérios que planejaram se rebelar contra os deuses. Também estão presentes os espíritos dos mortos que em vida cometeram o pecado da traição.

Porém, a maioria dos espíritos que ali se encontram são daqueles que voltaram suas forças principalmente contra Hades, por isso é tão perto do palácio onde tal deus reside. Quem invade tal imponente morada é jogado direto no cócitos, incluindo todos os cavaleiros e amazonas que morreram nas guerras santas passadas.

Já começando a travessia por aquele lugar, os guerreiros atenienses já podiam ver os espíritos de muitos mortos enterrados no gelo e sofrendo pela eterna nevasca. Já podiam avistar ao longe a primeira das quatro esferas presentes na última prisão, mas antes que seguissem caminho, todos pararam de correr ao sentir um cosmo das trevas muito poderoso e outro cosmo familiar se enfraquecendo cada vez mais.

- O cosmo de Shura desapareceu a algum tempo atrás e bem mais a frente eu posso sentir o cosmo de Ikki e Shun fracos, mas ainda acesos. - Comentou Shiryu preocupado.

- Tem razão. - Confirmou Dohko. - Não sei ao certo o que aconteceu no confronto entre Shura e Aiolos, mas uma conta do rosário escureceu ao que o cosmo do cavaleiro de capricórnio se extinguiu. No entanto, o cosmo de Aiolos não se extinguiu por completo.

- De fato é possível sentir todos esses cosmos que vocês falaram. - Saga parecia concentrar-se para confirmar uma suspeita. - Mas além deles é possível sentir outros, mais fracos e não muito familiares. De todo modo, o cosmo que estamos sentindo sob a influência deste outro que aparenta ser tão poderoso eu com certeza reconheço. É o cosmo do Pégaso.

- Seiya! - Hyoga, Shiryu e Marin afirmaram em uníssono.

Todos olhavam em várias direções, como se procurassem em vão algum ponto onde pudessem enxergar o cavaleiro de bronze sequestrado por Aiolos. Até que em um certo instante escutaram os passos de alguém se distanciando.

- Mestre Camus! - Hyoga via o mestre de seu mestre caminhando em uma direção daquele inferno congelado.

- É aqui que nos despedimos novamente. - Camus falou sem olhar para trás e continuando seu caminho. - Adeus Hyoga, Adeus Cristal.

O cavaleiro de cisne ficou confuso por um momento, não compreendendo o motivo de Camus tomar um caminho diferente de onde todos iriam seguir, ou passarem a procurar Seiya, que parecia estar muito fraco. Mas logo Dohko afirmou que aquilo já estava premeditado, que Camus seria o responsável por salvar Seiya do que quer que estivesse lhe afetando. Mesmo preocupado, Hyoga sentiu a mão de seu mestre Cristal em seu ombro e por isso assentiu firmemente olhando Camus se distanciar, demonstrando confiança e deixando de lado os sentimentos melancólicos assim como lhe fora ensinado. Desse modo, Dohko deu a ordem para todos voltarem a avançar.

O caminho até a primeira esfera, que tem o nome Caína e era a morada de Radamanthys, é repleto de espíritos dos mortos que em vida traíram os seus parentes e amigos. Nesta parte, as almas permanecem apenas com o seu tórax e a cabeça para fora do gelo.

Os cavaleiros do zodíaco. Hades, a saga de uma última guerra santa.Where stories live. Discover now