capítulo 3- Caderninho

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     Ela andava desesperada pela a densa floresta procurando os meninos ou talvez o laboratório, ela tinha 100% de certeza que todos eles estavam lá.
A noite não duraria chegar e Ramona sabia quão perigoso o lugar se tornava quando o sol desaparecia. Ela então decidiu parar para descansar em uma gruta perto do rio da aurora, o local onde outrora ela e Calebe, seu antigo amor se encontravam as ocultas da seita, mas que infelizmente agora ele provavelmente estaria morto no fundo daquele rio.
Ela olhava da entrada da caverna a beirada do lago e seu pensamento voltou naquele dia, o último da vida de Calebe. Os dois tinham um plano de fuga, mas pessoas mascaradas surgiram ali agarrando Ramona e dando um tiro direto no coração do garoto. Ramona só viu o corpo desabar nas águas tranquilas de um rio límpido que foi pintado com um vermelho sangue.
A noite se tornou longa de mais para alguém com insônia, além do frio severo e dos parasitas que a picavam procurando se alimentar.
Mas na manhã seguinte, depois de uma noite mal dormida, Ramona percebeu que estara queimando de febre, talvez bem maior que Nick passara antes, ela não conseguia se mover para se firmar em pé e ir procurar ajuda. Ela não sabia o que fazer, não havia ninguém para ajudá-la.
Ela segurou a parede fria e sólida da caverna e tentou levantar, mas suas pernas era inútil para se firmar, fazendo a garota desabar no chão com uma força grande que a fez ferir-lhe a cabeça. Ramona não deixou de observar que ao lado de onde caira tinha um pequeno caderno, surrado e bem velho.
Ela pegou e se encostou novamente na parede, abriu o mesmo para ver se a seita lhe havia deixado alguma missão, se fosse preciso ela faria só para encontrar os outros. Mas devido seu baque na cabeça sua vista escureceu e ela desmaiou.
Já era quase uma hora quando ela acordou, mas não estava mais sozinha, agora tinha alguém com ela.
- Nicolas. Cadê os outros?
O garoto ajudou a se levantar e lhe deu a espécie de um chá feito por ele.
- Beba, meu irmão me ensinou algumas coisas, caso um dia fôssemos acampar. Chá de erva doce.
Ramona bebeu, não era tão ruim para alguém sem paladar devido a febre.
- Então, cadê o Nick, o Diego?
- Acho que ainda estão lá.
- Lá?
- Em uma sala branca, um local enorme que quase não consigo sair.
- Você estava no laboratório?.- Perguntou Ramona.
- Acho que sim. Parecia isso.
- Como Foi que você saiu de lá? ninguém nunca conseguiu.
- Não sei muito bem. Só lembro de ter virado a esquerda e tudo ficou escuro, quando acordei vi você aqui sozinha e com febre.
- É o que eles fazem. Brincam com a gente.- Falou a garota muito triste.
- Enquanto eu fugia, escutei uma coisa sobre você Ramona.
- O Que você escutou?
- Alguém disse que você sabe a passagem. Que passagem Ramona?
- Não faço ideia, o que isso quer dizer?.- Ramona falou pensativa.
- Talvez seja a passagem para nos levar para casa.- falou o menino.
- Nada à ver Nicolas.
Uma fúria cresceu nos olhos do garoto, para Ramona nem tanto porque não conhecia muito bem ele, mas para quem o-conhecia bem, iria se surpreender com o que fez a seguir.
Juntou um pedaço de madeira de carvalho para agredir Ramona.
- Talvez você saiba mesmo sair desse lugar e não quer nos falar.
Uma mistura de ódio e tristeza fez as lágrimas caírem de seus olhos negros, a fúria lhe dominava, mas ele não atingiu ela.
- Você acha que se eu soubesse nós ainda estaríamos aqui?
Ele jogou a arma no chão, realmente ela parecia estar falando a verdade.
- Eu te prometo.- Continuou ela.- Nós vamos sair daqui, nem que seja a última coisa que eu faça.
- E como vamos ir pegar os outros no laboratório?.- Perguntou o menino ainda limpando as lágrimas de um rosto sujo e encardido.
- Vamos vasculhar cada centímetro dessa floresta em busca deles, vamos encontrá-los.
Mais tarde quando os movimentos dos membros inferiores de Ramona voltara ao normal, os dois saíram em busca do laboratório.
Nicolas ainda estava um pouco triste, alguns minutos atrás quase atacara a garota, algo o qual ele jamais pensara em fazer.
Mais do nada o garoto foi jogado no chão quase batendo a cabeça em um cedro branco.
- Por que você fez isso Ramona?
Ramona também levantava do chão, em sua mão tinha uma flecha, a ponta com a espécie de uma gororoba verde.
- Está envenenada.
- Você me salvou? Quem atirou?
- Olha Nicolas, eles querem acabar com nós, mas eu vou proteger vocês nem que isso me custe a vida.
- obrigado Ramona.
- Eu sei que você não viu a linha que pisou, tem muitas armadilhas aqui, devemos ficar bem atentos.
Os dois continuaram sua jornada em busca do laboratório e dos irmãos.
*

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