Capítulo 9°

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- Obrigado jovem! - acena o senhor da casa

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- Obrigado jovem! - acena o senhor da casa.

- Não foi nada. - aceno sorrindo já seguindo caminho pra montanha.

Desci até o vilarejo pela manhã para vender madeira e comprar comida.

Comprei pouco já que só como uma refeição por dia, o que faço apenas por obrigação e costume.

Vou subindo calmamente com o alimento em uma sacola de pano nos braços.

Acho relaxante subir pela neve e sentir o frio contra a pele.

O silêncio é sempre bem vindo e me faz refletir sobre coisas que costumo afastar da mente durante o dia a dia.

Faz alguns dias que resolvi fazer o ritual de invocação do livro.

Me sinto na obrigação de cumprir essa tarefa, visto que nele diz que apenas quem o Livro escolhesse poderia abri-lo e ter acesso a suas informações.

Tenho tudo que precisa e sei o que deve ser feito, tudo que me falta é coragem para realizar tal feito.

Não entenda mal, não sou covarde.

Meu receio e justificado já que, a pessoa que vai voltar a vida foi descrita como o mais forte caçador já visto.

Se ele é tão forte e experiente como foi falado, eu com minhas medíocres abilidades não teria chance nenhuma de defesa caso ele tentasse algo contra mim.

Não sei como ele é, tanto de aparência como de caráter.

Não sou tola o suficiente para ir confiando em qualquer um.

Ainda mais que, depois que eu o invocar, nossas almas serão conectadas.

Essa é minha única garantia de que ele não vai me matar, mas para me prejudicar a morte seria a pena mais leve.

Mesmo com todas as duvidas e aflições preciso fazer isso logo, sinto como se o Livro estivesse inquieto.

Isso me preocupa, ele é um objeto inanimado e acho que estou começando a alucinar porque juro ter visto ele se mexendo dias atrás.

Saio de meus desvaneios quando vejo a entrada da casa na minha frente.

Abro a porta e bato a neve das roupas e sapatos.

Tiro as sandálias e as deixo perto da porta.

A casa está fria, vazia e solitária, assim como eu nesse exato momento.

Saudades do Kenji.

Fora as poucas vistas ao vilarejo, passo a maior parte do meu tempo sozinha, e isso é deprimente.

A falta da companhia está começando a me prejudicar.

Tiro as coisas da sacola e coloco em uma mesa que fica entre a cozinha e a sala.

Pegando o último pote, escuto um barulho: algo se movendo. Ou melhor dizendo, se arrastando.

Viro a cabeça tão rápido que meu pescoço dói, olho para a sala e vejo o Livro que estava na ponta da cama do lado oposto de onde eu o tinha deixado.

Perco o ar. Tenho certeza que dessa vez não foi coisa da minha cabeça.

Coloco o pote na mesa e vou andando para perto da cama.

Chego bem perto e estico a mão para pegar o Livro. Ele se mexe novamente, só que dessa vez suas páginas começam a se folhear sozinhas.

O susto me faz dar um passo pra trás. Elas param e quando eu olho, estão abertas no texto traduzido.

Eu sabia! Sabia que o livro estava inquieto, e agora está me cobrando por tudo que eu usufruir dele.

Suspiro sabendo que não tenho mais como fugir disso.

Estico o braço novamente só que dessa vez sem interrupturas. Me levanto tirando a poeira das páginas.

Ando em direção ao centro da sala onde o espaço está vazio.

Coloco o Livro no chão e me levanto pegando a faca que sempre deixo presa a minha coxa.

Deixo a mão visível e faço um corte profundo bem no seu centro. O líquido vermelho escorre e pinga no chão.

Prendo a faca novamente na coxa e começo a desenhar os círculos interligados no piso, tentando não olhar muito para o sangue que me trás tantas lembranças que faço de tudo pra tentar esquecer.

Termino e vou na cozinha lavar a mão e enfaixar ela com um pano.

Volto pra sala e me posiciono no centro de um dos círculos, fecho os olhos e puxo na mente a palavra chave.

Com um último suspiro trêmulo, recito na língua antiga:

- Resplandece.

Sinto algo sendo puxado do meu corpo, abro os olhos e vejo pequenos pontos azuis brilhantes flutuarem de mim e irem pra minha frente.

Eles se assemelham a cristais, todos eles tão puros e brilhantes.

Mudam para uma cor totalmente diferente quando chegam ao outro círculo.

O azul se tornando um vermelho alaranjado, uma cor quente que me remete ao sol do verão.

Mais e mais deles saem de mim, até uma silhueta começar a se formar na minha frente.

Meu corpo começa a pesar e meus joelhos tremem, mas continuo me firmando no chão pois não sei o que aconteceria se o ritual fosse interrompido.

Quando todos os pontinhos se reúnem, consigo ver uma linha vermelha me ligando a ele.

Consigo ver por pouco tempo já que, uma luz forte começa a se espalhar pelo local fazendo com que eu tenha que fechar os olhos para não me cegar.

Sinto a energia sendo drenada para completar o feitiço fazendo com que meu corpo pese cada vez mais.

A luz se esvai e quando consigo abrir meus olhos novamente, posso ver uma silhueta masculina na minha frente.

Ele trajava um kimono vermelho com branco e portava uma katana na cintura.

Sinto que vou cair a qualquer momento.

Não sei realmente de onde consigo tirar forças para confirmar sua identidade.

- Quem é você? - pergunto na língua antiga com um fio de voz.

Mesmo falando tão baixo ele parece conseguir me escutar, e responde me olhando confuso por não saber quem eu sou ou onde está.

- Me chamo Yoriichi Tsugikuni. - sua voz é calma.

E essa é a última coisa que me lembro antes da escuridão levar meus sentidos e meu corpo cair.

Ele é mais rápido e me segura para que eu não bata contra o chão.

Fecho meus olhos pesados e me entrego ao cansaço.

Fecho meus olhos pesados e me entrego ao cansaço

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