Capítulo 5

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Kim Taehyung

Segunda-feira, 22h10

Segundas-feiras costumam ser chatas. Mas esta, eu vou dizer: está de parabéns!

Adoro as aulas de Direito Penal, mas depois da conversa que tive com Minji, até mesmo uma das minhas disciplinas preferidas se tornou um saco.

O relógio se arrasta lentamente e nada de dar de 22 horas para eu logo ir embora conversar com a minha... amiga colorida.

Como uma pessoa que eu amo tanto me faz sofrer dessa forma? E pior, sem nem perceber?

Não consigo ficar na aula até o final. Mesmo que tenha saído apenas dez minutos mais cedo que o normal — tempo que calculei ser o suficiente para chegar até o prédio onde a Minji tem aula — percebo todos me olharem surpresos, afinal, conforme Jungkook diz, sou um dos mais nerds da turma. Mas pareço não estar com tanta sorte. Pois pego certo congestionamento e quando chego à faculdade de minha amiga, já passam das dez. Porém, pelo menos, ela não demora a surgir entre aquele monte de aluno indo de um lado para o outro. Assim, ela entra no meu carro sem muita demora.

Sem conseguir fitá-la diretamente, olhando fixamente para o volante, apenas escuto o barulho da porta se abrindo e fechando em seguida. Seu perfume e as lembranças de nossos beijos no fim de semana me invadem com força. Espero por alguma gracinha sua, mas ela não fala nada. Quando enfim me viro em sua direção, percebo seu olhar um tanto acuado.

— Oi, Ji — murmuro, não gostando nada de vê-la séria desse jeito.

— Oi — cumprimenta ainda parecendo acuada —, amigo colorido.

E então dispara a rir.

Palhaça.

Ainda desacreditado de sua cara de pau, pergunto:

— O que eu faço com você, hein, Park Minji?

Apesar de minha expressão séria, ela sorri, parecendo muito feliz.

— Eu tenho uma sugestão...

Pegando-me de surpresa, Ji avança em minha direção em um delicioso beijo. E puxa vida, assim é covardia demais!

Eu queria manter a pose de chateado com a situação toda, mas é só sentir sua língua buscando a minha que eu sequer lembro mais o motivo de estar chateado. E tudo o que eu quero é continuar beijando-a, acariciando-a, amando-a...

— E, então, meu amor... — ela sussurra quando paramos por um instante em busca de ar. — Você ficou mesmo chateado comigo? — pergunta manhosa.

E como eu poderia ficar chateado com essa criatura linda, fazendo esse biquinho adorável?

— Minji... É que não havíamos conversado sobre isso. Eu fui pego de surpresa — digo num tom mais ameno. — E, por favor, não me chama assim...

— Assim como? — Ela inclina levemente a cabeça para a lateral, confusa.

— De "meu amor" — murmuro contrariado. Afinal, quero enganar quem? Tudo o que eu mais desejava na vida era ser chamado assim por ela. Porém, ouvir isso agora aperta meu coração.

— Mas por que não, Taetae? Você sabe que é meu amor — diz inocentemente, enquanto meu coração idiota reage de forma exagerada ao que ela diz. — Eu não sou seu amor também? — pergunta sapeca, aparentemente sem fazer ideia do quanto suas palavras me afetam.

Fico em silêncio por não saber o que dizer.

Quando estaciono em frente ao seu prédio e desligo o carro, o silêncio fica ainda maior, devido à ausência do ronco do motor. Apenas nossas respirações são ouvidas, num clima estranho que nunca existiu entre nós.

Test Drive | Kim Taehyung (V - BTS)Where stories live. Discover now