A vingança de Gabriel
Me chamo Gabriel.
Encontrei a mulher responsável pelo assassinato do meu irmão. Não, ela não "puxou o gatilho", mas foi o fator motivacional do assassino.
Eu a odeio, odeio que esteja vivendo sua vida medíocre enquanto meu ir...
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Domingo a noite e eu estava um pouco entediada. Não era viciada no celular, mas o fato de não tê-lo comigo me deixava desejosa.
Passei pelos canais sem realmente me concentrar no que estava passando.
Estava pensando em Fabrício. Respiro fundo tentando não pensar muito, mas o aperto no peito não me deixa sossegada. Eu deveria ter ido visitar ele hoje, mas não poderia ir sem meus documentos.
Fabrício... Pensar nele me deixava aflita. Deus, me sentia culpada também.
Ouvi a campainha do Studio tocar.
Eu estava usando um short e regata, não estava esperando ninguém. Olho pela janela da minha sala e me sinto ansiosa quando noto o carro de Gabriel.
Abro a porta da sala e chamo por ele.
Ele vinha com seu olhar desinteressado segurando os meus pertences e os pertences de Ricardo dentro de um saco plástico de vedação.
— como?
— não se preocupe com meus meios - era tão contraditório. Suas ações indicavam uma coisa, mas suas expressões indicavam outra. Você "me ama" ou me odeia, senhor Gabriel? — posso?
Eu ainda estava parada no meio da porta então sorri um pouco constrangida. Lhe dei passagem e foi inevitável não inspirar seu perfume amadeirado, forte assim como ele.
Gabriel ficou parado no centro da sala. O saco plástico ainda em suas mãos.
— confira se todos os seus pertences estão aqui.
Meu celular estava descarregado. Assim como o celular do Ricardo Minha carteira continha apenas meus documentos, mas eu não ia falar isso pra ele. Já era bom o bastante ele ter encontrado nossos celulares e documentos.
Não me importei em conter meus instintos dessa vez. Eu só estava grata e por isso o abracei.
— obrigada, obrigada, obrigada!
Ele estava todo tenso e eu senti meu rosto esquentar de vergonha. Me afasto ainda sorrindo e talvez meus olhos estivessem marejados.
— não precisa agradecer, é meu trabalho.
— você tinha vindo de um plantão, estava cansado e se dispôs a me ajudar. Você fez muito.
Ele parecia irritado. Certo. Mais uma vez, eu não sabia descrever esse homem e suas reações contrárias.
— quer vir comigo na casa do Ricardo para entregar as coisas dele?
Gabriel olha ao redor parando os olhos nos meus quadros pendurados.
— vá, vou ficar te esperando aqui se não tiver problemas.
Assenti.
— sente-se, fique confortável. Volto em um minuto.
