FANGIRL

Pensamentos

 - Você não fez isso! - Lore negou completamente surpresa - Droga Dulce, finalmente você perceberia. - ela coloca a mão na testa.

- Tá... Certo - respondi, sem nem ao menos prestar atenção. Desde que voltei do cinema uma coisa martelava na minha cabeça de uma forma que era impossível ignorar.

- Você tá pelo menos prestando atenção no que estou dizendo? - ela falou em inglês - WAKE UP, DULCE!

- Tá, tá certo. - resolvi escutar o que ela tinha a dizer.

- No que estava pensando? - ela voltou a falar em português.

- Destino. - falei de forma vaga.

- Você tá estranha. - ela semicerrou os olhos - O que você tem?

- Só uns pensamentos malucos, nada de novo sob o sol. Enfim, tenho que ir pra aula, beijos. - dei um beijo em sua bochecha e fui pra sala de aula.

Okay, talvez eu estivesse ficando maluca, não me surpreenderia. Mas esses pensamentos insistiam em se fazer presentes e eu só queria gritar. Não sei se era porque a aula estava chata mesmo ou se era eu que estava em um universo paralelo. Aí você pode se perguntar: "ah, mas que universo é esse?". "Universo em que o Hobi das mensagens é o Hobi do BTS".

Eu sei, eu fui meio ingênua não percebendo tudo. Mas, pensa comigo: eu estava num lugar desconhecido, encarando a realidade. Quando eu ia imaginar que encontraria o cara da minha vida por acaso e conversaria com ele de boas? Que trocaria número de telefone? É loucura! Qualquer um ficaria cético e se negaria a pensar tal coisa. No entanto, quanto mais eu refletia, mais isso se tornava uma certeza.

É claro que não tenho como garantir com cem por cento. Ainda. Vou ter a certeza total no jantar. Faltavam dois dias para encontrá-lo e, dessa vez, não deixaria que nada atrapalhasse. Se ele era mesmo o meu Hobi, então eu com certeza sou mais burra do que supunha.

Quando a aula terminou decidi ir pra sala de dança da Universidade Sungkyunkuan. A essa hora não tinha ninguém, então eu poderia ficar sozinha com meus pensamentos. Chegando lá fui recebida pela brisa que vinha da janela aberta. Eu me senti em paz, suave, tranquila. Incrível, não é? Somente estar ali era o suficiente.

Apesar de morrer de vontade de dançar, minha próxima aula começaria em meia hora, então me contentei em ficar sentada sentindo tudo que aquele lugar poderia me proporcionar. Quando estava quase dormindo, senti meu celular vibrar, o peguei e vi que era mensagem do meu estranho. Um sorriso involuntário apareceu no meu rosto.

"Ei, estranha, como esta se sentindo hoje? Não derramou refrigerante em mais ninguém, não é? "

Resolvi aproveitar a deixa e fazer as perguntas que rondavam minha mente.

"Não, estou tomando cuidado... Aliás, quero fazer algumas perguntas."

"Manda ver. *emoji pensativo*"

"Naquele dia do cinema, você disse que estava com seus irmãos caçulas, como eles se chamam?"

Ele demorou um tempo considerável para responder. Algo me dizia que ele não queria responder. Uns cinco minutos depois, ele responde:

"Nah, vou deixar no suspense. Quando nos encontrarmos cara a cara, eu conto."

"Cara a cara? Sem máscaras nem nenhum tipo de pano te cobrindo?"

Pensando bem, essa parte poderia ter soado meio estranha.

''Digo, normal, vestido, com roupas... enfim... sem máscaras"