Zhan tinha proposto a Yibo transformar a receita da geléia em um produto de forma oficial. Ou seja, além dos queijos, eles poderiam vender geléias com a fruta correspondente da estação. Amoras, carambolas, pitangas... A produção não precisava ser em grande escala.
Eles primeiro fariam uma edição limitada para testar a aceitação do público e isso também levaria um tempinho, já que a fórmula teria que passar por uma série de análises laboratoriais para que fosse liberada para comercialização.
– Zhan, eu... Isso não vai custar muito dinheiro? Quer dizer, é preciso investir para lançar um novo produto.
– Não vai sair de graça, mas Yibo, eu acredito que pode dar muito certo. Antes de qualquer coisa, eu sou um empreendedor, eu não rasgo dinheiro.
– Você acha mesmo que eu consigo?
– Tenho certeza que sim. Eu vou te ajudar e a receita é sua. Você vai ter uma participação nos lucros da venda delas e isso vai te ajudar a juntar dinheiro para a faculdade. Não é esse o seu sonho? Depois, quando você for embora e quiser vender a patente pra mim... É uma escolha sua.
Yibo sorri largo com a ideia. Sim, ele toparia o desafio. Ele tinha aprendido a confiar em Zhan nos últimos tempos. Seu primo podia ser meio ranzinza, mas era um cara inteligente, principalmente nos negócios.
Tempos depois, eles finalmente estavam com a edição limitada da geléia encaixotada e pronta para venda junto com os queijos. Para a surpresa de ambos, em uma semana, os 20 potes foram todos vendidos e os feedbacks dos clientes estavam sendo muito positivos.
No final da semana de sucesso nos negócios, Yibo e Zhan decidiram aproveitar o sábado tomando um banho no lago.
Os dois se deitam molhados, só de cueca, ao lado um do outro no trapiche. Zhan nota a cicatriz que o mais novo tem na costela direita.
– Machucado de infância?
Yibo não desvia o olhar do céu, toca a cicatriz com a ponta dos dedos e ri.
– Sim. Eu estava num parque com a minha mãe e vi uma libélula. Eu saí correndo atrás dela, não vi por onde eu estava andando e, de repente, escorreguei de um barranco. Tinha uma garrafa de vidro quebrada onde eu caí – Zhan faz um som de dor – Acho que tinha uns 4 ou 5 anos.
Zhan cruza os braços atrás da cabeça e continua com o olhar fixo no céu. O tempo está limpo. E apesar de já ser Setembro, não estava nem muito calor e nem muito frio. Perfeito para um mergulho no lago. Yibo fala de novo.
– Minha primeira vez doeu mais.
O fazendeiro fecha os olhos em descrença porque para o idiota do seu primo dizer isso é porque ele estava falando de...
– Você já teve alguma experiência de sexo anal, Zhan? Você sabe que não precisa ser com um homem, certo? Há mulheres que gostam de receber e outras que também gostam de dar.
– Já, mas não foi nada incrível.
– Acontece quando você não está relaxado o suficiente e talvez ela estivesse nervosa também.
Ele se vira para olhar para Yibo.
– Quem disse que foi ela?
Dessa vez é Yibo que vira o pescoço em direção ao primo com um olhar de descrença.
– Deixa de ser fanfarrão, Xiao Zhan! Você já me disse que deu uns amassos em apenas um cara numa festa da faculdade. Duvido que tenha passado de uns beijos e uma punheta.
– Posso perguntar como você tem tanta certeza? – Zhan o fita ao perguntar em tom divertido.
Yibo pensa duas vezes e na terceira, ele já está em cima de Zhan. Ele não o toca realmente. Os cotovelos nas laterais da cabeça do mais velho sustentando o corpo que paira sobre o outro.
– Eu não tenho. Mas eu acho que se tivesse acontecido alguma coisa, você lembraria disso com um sorriso nos lábios.
Zhan solta uma gargalhada alta antes de responder.
– Diz o cara que achou o corte de uma garrafa de vidro menos doloroso que a lembrança da primeira vez.
– Eu posso ter exagerado, mas qual primeira vez é perfeita? Não minta. Você está nervoso como o inferno, nem tudo se encaixa de primeira e você se preocupa demais com os detalhes.
Os braços de Yibo estão cansando e seu rosto está cada vez mais próximo do de Zhan.
O mais velho assente, ele não tem como negar. Ele não tinha se sentido desconfortável com a proximidade de Yibo, mas o mais novo acaba diminuindo ainda mais o vão. Zhan sente os mamilos de Yibo roçarem nos seus e esse contato o faz colocar as mãos na cintura dele para afastá-lo, mas o garoto não se mexe.
– Com o tempo, nós aprendemos a agir com mais calma, a aproveitar o momento. O calor, o gosto, o cheiro, e quando você se dá conta, a dor se transforma em algo diferente e você quer sentir aquilo de novo... De novo, de novo.
Zhan fecha os olhos por dois segundos e quando abre para encontrar o rosto do mais novo sobre o seu, ele percebe que há gotas de água presas nos cílios de Yibo. Mas essa não é a única percepção, o corpo de Zhan está reagindo às últimas palavras e antes que o mais novo entenda isso, o fazendeiro o empurra para dentro do lago.
Ele levanta, corre para vestir as calças e pegar botas e camiseta. Yibo sai da água atrás dele e corre para alcançá-lo.
– Você é traiçoeiro, Xiao Zhan!
E cruel, eu estava gostando pra caralho de sentir você embaixo de mim.
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Lentamente - Yizhan
FanfictionXiao Zhan foi criado pelo tio e sempre o ajudou na fabricação dos queijos artesanais e na lida da fazenda. Após a morte do homem que ele amava como pai, Zhan viveria sozinho se Wang Yibo, um primo que ele nunca tinha ouvido falar antes, não tivesse...