Minha Pequena Menina

capítulo 6

3 meses depois

Acordo assustado com as batidas na minha porta. Batidas forte. Respiro fundo e xingo me levantando.

- Já vou. - Falo baixo, porém forte.

A pessoa continua batendo e vejo de soslaio Gwyn se mexer suavemente. Corro até a porta, porém, infelizmente, o quarto não durou muito tempo arrumado e ontem a noite, por pura preguiça, deixei minhas roupas espalhadas pelo chão.

E como se fosse o carma me cobrando, escorrego nas peças espalhadas e caio diretamente com as costas na quina da cama. Gwyn resmunga um pouco mas logo volta a dormir. A pessoa bate mais uma vez na porta e minha cabeça lateja, assim como minhas costas que foi a mais prejudicada.

‐ Porra. - Xingo indo em direção a porta. Maldita foi a hora que Jurian descobriu o chifre que ele levou e quis esquecer isso da melhor forma possível, enchendo a cara.

Abro a porta me preparando para xingar quem quer que fosse, mas engulo quaisquer palavras que poderiam sair quando vejo Elain na minha frente. Fico boquiaberto. O que ela estava fazendo aqui a essa hora?

Ela paralisa quando me vê e passando o olhar devagar por todo o meu peitoral que estava nu. Ela estava com um vestido rosa claro e uma tiara fina com algumas flores. Seu rosto tinha um leve tom rosado e um aroma de rosas exalava do seu corpo. Ela limpa a garganta e encara meu rosto, o que não consegue fazer por muito tempo.

- Com licença, desculpe atrapalhar. Feyre estava aqui comigo, mas ela desceu falando que ia falar com o Rhysand. - Ela fala, quase em forma pausada. Seu rosto corando mais ainda.

- Tudo bem. O que vocês fazem aqui?

Ela me olha com os olhos esbugalhados, talvez pela forma grossa que eu falei. Quis me desculpar imediatamente, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Feyre atravessa o corredor e se pronuncia antes de tudo.

- Não sei se você esqueceu, mas havíamos combinado de ir procurar um apartamento pra você hoje. Já era pra você estar lá há muito tempo.

Ela cruza os braços. Eu havia esquecido completamente disso.

- Me desculpe. Me esperem lá em baixo, vou me arrumar.

Ela assente e puxa Elain para o andar de baixo, quando elas somem de vista fecho a porta e entro totalmente no quarto.

O apartamento. Uma noite, eu comentei com Cassian sobre como estava difícil conviver aqui. Além do pouco espaço para acomodar um bebê, era um bebê feérico, que vivia em terras humanas. Não era fácil você simplesmente dar um pequeno passeio por aí.

Quando eu passava todos olhavam para mim e para Gwyn com medo, como se minha bebê fosse fazer algum mal, além de claro, puxar seus cabelos. Todos comentavam que Gwyneth era filha de uma humana que eu havia trepado e abandonado por ai.

Todos encaravam as pequenas orelhinhas arqueadas dela e comentavam o quanto ela era esquisita. Olhavam o meu olho dourado e falavam que tudo que eu passei foi mais que merecido. Como se eles soubessem alguma coisa sobre mim ou sobre o que eu passei. Eram um bando de hipócritas.

Cassian havia me falado que o meu lugar não era aqui, mas se eu quisesse, ele e sua parceira poderiam encontrar um lugar para que eu e minha moranguinho pudéssemos nos adaptar melhor, e ser quem nos somos sem medo dos julgamentos alheios.

Vassa e Jurian demoraram para aceitar a minha decisão, mas logo acataram quando perceberam que se ficássemos aqui, a Gwyn não iria crescer em um ambiente feliz e livre, não iria poder ter o que qualquer criança gostaria.

Nenhum dos pais que vivem por perto, iriam querer que seus pequenos catarrentos humanos vivessem perto de uma pequena catarrenta feérica. O melhor que eu poderia dar a ela agora, era que ela pudesse crescer com pessoas que iriam entendê-la.