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Alan encontrou o lugar perfeito para que Kaipa pudesse abrir a loja, não era muito grande, com a boa iluminação da rua as mesas poderiam ficar espalhadas dentro e fora do local, sem contar que era bem próximo do mercado, então Kaipa não precisaria abrir mão de seus clientes. Depois de assinar contrato de aluguel, Kaipa começou a trabalhar duro para reformar e deixar tudo como queria.

Na tarde de um certo dia, enquanto trabalhava na pintura das paredes, Kaipa não pôde deixar de se assustar quando tio Jim entrou pela porta e ficou observando-o trabalhar. Era estranho ter alguém o olhando em silêncio, então quando não aguentou mais, Kaipa limpou as mãos sujas de tinta e se virou para encarar de volta, um sorriso travesso brincando nos lábios.

— Os frangos não foram entregues hoje? - Jim deu um pequeno salto quando foi tirado de seus próprios pensamentos.

— Ah não... Hm, eles foram sim. - Kaipa ergueu a sobrancelha com uma pergunta silenciosa. — Só queria ver como você estava indo, eu até vim outras vezes, mas não queria atrapalhar.

—- Me atrapalhar? Por que você faria isso? Não tem problema vir. - Kaipa pega um pano pendurado na escada e começa a tirar o excesso de tinta dos braços. — Sem contar que nós estamos bem adiantados com tudo, então não tem problema dar uma pausa. - Kaipa nem mesmo percebe quando diz "nós", mas Jim assente compreendendo.

— Alan estava aqui quando eu vim. - Kaipa dá de ombros.

— Ele está sempre que pode. Trás comida na sua hora de almoço e também vem me ajudar depois que sai do trabalho. Falando nisso... - Kaipa pega o celular no bolso e sorri para o aparelho antes de guardá-lo de novo. — Logo ele estará aqui.

— Talvez seja melhor eu ir, então? - Kaipa não tinha certeza se aquilo era uma afirmação ou uma pergunta. Seu rosto se contorce quando ele franze as sobrancelhas.

— Por que deveria? - Antes que Jim possa responder, a porta se abre.

Um Alan apressado entra por ela sem olhar no entorno. Ele bota algumas sacolas com marmitas em cima de uma mesinha de plástico no canto e tira o terno jogando-o no canto. "Eu quase me atrasei. Desculpe, não queria que fizesse tudo sozinho." Jim o escuta dizer enquanto ia em direção a Kaipa e segurava seu rosto entre as mãos antes de lhe dar um beijo suave. Seus lábios ficam presos um no outro durante tempo demais para que Jim se sinta confortável, era como se tivesse invadindo seu espaço. Kaipa se afasta primeiro, o rosto tão vermelho que parece estar em chamas. "Jim veio para ver como eu estava." O cérebro de Alan parece clicar ao ouvir Kaipa, só então ele se vira para o canto oposto da porta e percebe a presença de Jim no local.

— Ah, oi Jim! Eu não vi você aí, desculpe. - Jim balança a cabeça em negativa e sorri tentando tranquilizá-lo.

— Não, tudo bem. Eu acho que já estou de saída. - Alan pende a cabeça para o lado observando o quanto Jim parece desconfortável na sua presença.

— Jim? - Alan chama a atenção do moreno. — Eu queria me desculpar com você... Sabe? Pelas coisas que eu fiz antes. - Jim assente devagar, e observa quando Kaipa envolve os braços entorno a cintura de Alan antes que ele continue a falar. — Eu não sabia como lidar com o fato de que meu relacionamento estava fadado a acabar, que eu e o Wen não nos amávamos mais, mas apesar disso, eu não fui justo com você e queria me desculpar há um tempo. Kaipa me ajudou a perceber muitas coisas e ele nunca deixa de falar o quanto você ajudava a ele e a Sra. Hong e como você era presente, mas que você não aparecia mais, então eu me perguntei se você não fazia isso por causa de mim. - Jim permanecia em silêncio, um pouco chocado demais para começar a pensar em qualquer coisa para interromper Alan. — Eu só queria que você soubesse que não precisa fazer isso. Digo... Se afastar tanto de Kaipa. Eu não tenho problema nenhum com a sua presença ou a de Wen. Inclusive, nós gostaríamos que viessem pra inauguração da loja.

Waiting for loveOnde histórias criam vida. Descubra agora