I Just Want to Hear You

Swan Lake

Ciel acordou espirrando. Ele olhou em volta. O quarto parecia limpo, então não deveria ser poeira. Talvez alguém estivesse falando dele. "Claude..." Ele poderia apostar naquilo.

Ele se levantou e foi ao banheiro se arrumar. Era domingo, ele ainda não tinha que trabalhar, mas estava disposto a sair de carro e conhecer o bairro melhor. Ele precisava saber onde era o hospital mais próximo, o supermercado, e outros lugares úteis. Talvez Sebastian pudesse ajudá-lo com isso.

Ele se sentia um pouco confuso sobre o dia anterior. Quando Norman acordou, Sebastian mudou de assunto. Isso o fez pensar se o amigo do dono da casa não tinha conhecimento sobre o que os dois estavam falando. Mas, não deveria ser aquilo. Os dois pareciam se conhecer bem o bastante.

Ciel suspirou, abrindo a porta do banheiro.

"AAAAAAAHHH!" Ele caiu de cara no chão. "Mas que infer..." Outro espirro. Ele tinha tropeçado em alguma coisa. "Mas o quê...?!" Outro espirro. "Um gato?!" Ele se levantou rapidamente e se afastou do animal. Era um gato com pelo num tom dourado, e algumas manchas brancas.

Ele imaginou que tivesse invadido a casa, já que ele não viu aquele gato no dia anterior. Mas o animal tinha uma coleira, deveria ser um morador da casa também.

Ciel resolveu descer as escadas, sendo seguido pelo gato. Sebastian estava sentado numa poltrona, com uma caneca em mãos.

O mais novo percebeu que ele já estava usando seus aparelhos auditivos e se sentiu mal, porque ele não gostava daquilo, apenas usava por causa de Ciel.

"Bom dia." Sebastian disse assim que percebeu a presença de Ciel na sala. "Oh, vejo que já conheceu a outra moradora." O homem sorriu, batendo sua mão em seu colo, o que fez com que a gata subisse e se deitasse.

"Bom dia." Ciel espirrou novamente. "Não sabia que tinha uma gata."

"E eu não sabia que era alérgico." Sebastian tomou seu café. "Apenas tranque a porta e ela não será capaz de entrar. De outra forma, ela sabe pular na maçaneta e abrir."

"Ah, obrigado." Ciel se sentou no sofá azul esverdeado. "E como eu não percebi a presença dela ontem?"

"Ela é uma mocinha muito tímida. Quando tem alguém em casa que ela não conhece, ela se esconde dentro do meu quarto." As íris vermelhas estavam vidradas no animal em seu colo. Ele passava sua mão perto das orelhas da gata, fazendo com que ela ronronasse tanto que era possível ver seu corpo vibrar. "O nome dela é Céleste. Vocês dois têm nomes que se referem ao céu, certo, Ciel?"

O mais jovem riu um pouco. Era verdade. Mas... Se a gata estava no quarto, Norman estava lá com ela? E, outra coisa que tinha o incomodado: por que Norman foi cochilar na cama de Sebastian, sendo que parecia haver outros quartos na casa? Era isso. Ciel não entendia nada. "É um nome bonito para uma gata."

Sebastian assentiu. "Tem café fresco na cozinha."

"Será que... Você teria chá? Para eu fazer, claro. Porque... Eu não gosto de café e..." Ciel sabia que estava parecendo rude ao perguntar aquilo.

"Infelizmente, não. Mas podemos resolver isso no próximo dia de supermercado." Sebastian colocou sua caneca sobre uma mesinha e passou a usar as duas mãos para acariciar Céleste.

"Eu agradeço. E, falando nisso, eu estava pensando em sair e conhecer um pouco o bairro e os lugares próximos daqui." Ciel resolveu falar sobre isso antes de ir até a cozinha tomar iogurte.

"Fique à vontade." Sebastian gesticulou mostrando que ele poderia sair quando quisesse.

"Talvez você conheça mais o bairro do que eu. Quanto cobraria para ser meu guia?" Ciel sorriu.