capítulo dois

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É o segundo dia no acampamento, acordei primeiro que todos do meu dormitório, e de cara percebi um post-it grudado na porta do dormitório, e fiquei curioso em saber o que estava escrito.

""O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida."
Esse é Drummond, gatinho. Sei que ama poemas, então te mandei esse hoje, espero que um dia, você entenda o amor que tenho guardado por ti."

Meus olhos brilhavam enquanto eu lia o pequeno papel, eu realmente amava poemas. Mas... Não tinha nenhuma assinatura, quem seria o remetente dessa carta? Fiquei curioso. Soobin já havia acordado essa hora e fui até ele.

— Soo~

— Hm?

— Você reconhece essa caligrafia? — Entreguei o pequeno papel para o outro.

— Ownt, anda recebendo cartas carinhosas e eu não estou sabendo? — ele disse sarcásticamente.

— Tsc, que nada! É o primeiro dia hoje, deixe de ser bobo, eu mostro tudo da minha vida pra você!

— Sinceramente, vindo da nossa sala, acho que não tem ninguém com essa caligrafia, só se for fingida.

— Imagina de quem seja?

— Talvez de Huening Kai, sabe que ele era todo bobinho por você.

— Ele saiu da escola, Soo!

— Ah é né...

Eu ri do esquecimento do outro.

Finalmente fomos tomar café e todos estavam presentes, mas sentia um olhar pesar sobre mim enquanto eu comia e conversava na mesa, novamente, era Yeonjun, eu o encarei de volta, e pude sentir meu corpo se arrepiar por algum motivo e meu coração ficar acelerado, e não aguentei por muito tempo ficar encarando o outro e desviei o olhar, e imediatamente tudo voltou ao normal, meus batimentos cardíacos estavam mais calmos, e meu corpo não estava mais arrepiado. O que raios tinha acabado de acontecer?!

Bem, voltei para meu dormitório, e mais um post-it estava lá, grudado na porta.

""Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo".
Esse é Fernando Pessoa, bebê. Vou te explicar como essas pequenas cartas funcionarão. Você receberá duas delas por dia, cada uma com uma dica de quem sou. Nessas duas primeiras, não te dei dicas, mas darei uma agora... Pessoas saíram e entraram na nossa sala, mas eu nunca saí, e você sempre me percebe, todos os dias."

Ok, a pessoa nunca saiu da escola, mas tantas pessoas não saíram, que dica ruim... Mas enfim, guardarei com carinho cada carta, eu amo esses pequenos poemas que esse anônimo me manda, ele realmente, sabe como mexer com meu coração. Estou ficando bobo por uma pessoa que nem sei quem é mas me manda poemas por cartinhas? Ah, por favor Beomgyu... Deixe disso.

Hoje tivemos uma gincana, e os três mosqueteiros (eu, Yeonjun e Soobin) ficamos no mesmo time. Nessa brincadeira, tivemos que correr um percurso, e Yeonjun ficou em último por dizer ser rápido, e ele teria de fazer o percurso duas vezes, pois nosso time tinha uma pessoa a menos.

O desafio começou, e tudo correu bem, até chegar em Yeonjun. Na primeira vez que ele correu ele foi ótimo, mas na última, ele caiu no meio e se machucou feio, mas ganhamos no final. Ele acabou caindo em cima de mim por eu estar na frente de todos, e segurei ele para que não se machucasse mais. Os seus joelhos e mãos estavam ralados, e ele choramingava pela dor. Eu fiquei sem saber o que fazer com ele basicamente caído em cima de mim, ele estava todo mole, e eu fazia o maior esforço para ele não cair. Logo chegaram os monitores e levaram ele para a enfermaria para cuidar dos machucados.

Eu e Soobin como bons colegas e parceiros de time, depois do jogo, fomos visitá-lo na enfermaria. Bati na porta e logo entramos.

— Yeonjun? — eu disse.

— Hm? — ele estava de olhos fechados.

— Viemos ver se você está melhor, como se sente? — Soobin perguntou. Agora Yeonjun havia aberto seus olhos e sorria levemente.

— Eu estou melhor, obrigado por se preocuparem comigo.

— Isso não é nada.

— É... Eu posso falar uma coisa?

— Pode!... — eu e Soobin dissemos juntos.

— Vocês me desculpam? Eu fui um completo idiota no sétimo ano, não quero ficar com essa visão ruim que vocês tem sobre mim.

— Ah... Eu acho que posso perdoar você... Mesmo que tenha me xingado de mil nomes nomes no sétimo, são águas passadas certo? Por favor, só me prometa que não irá se repetir. — Soobin disse.

— Prometo. — disse Yeonjun. — Mas, e você, Beomgyu?

— Ainda guardo uma raiva de você, Yeonjun, mas como parece realmente arrependido... Eu posso ir tentando dissipar essa raiva com o tempo. Como o Soo disse, prometa que tudo o que aconteceu no passado são águas passadas, e que nunca se repetirá novamente.

— Eu prometo, eu vou tentar mudar com o tempo também! Então, está tudo bem entre nós três?

— Posso dizer que sim, mas irá melhorar com o tempo, Yeon.

Podíamos sentir um leve sorriso de Yeonjun quando o chamei por um apelido, em vez do nome. Mas, ele assentiu com a cabeça, e fizemos o mesmo, acenamos para ele, desejamos melhoras e saímos, com um sorrisinho no rosto, meu coração frio e cheio de ódio, havia começado à amolecer.

the camping. [yeongyu]Where stories live. Discover now