Case four: apartamento 403!

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Alguns longos e tortuosos meses depois, parecia que as investigações deram-se por encerradas e que arquivaram o caso perante a falta de provas ou testemunhas. Bem, era o que um policial estava balbuciando em um bar, completamente bêbado para raciocinar direito sobre as palavras que estavam sendo cuspidas em um levantar de voz para que todos pudessem ouvir. Pobre homem, não sobreviveria um dia nas mãos de seu chefe.

Félix estava aliviado por um lado, já que tudo indicava o fim do seu pesadelo infernal. Mas por outro lado, não obteve uma nova missão nesses últimos meses — não que isso seja ruim –, só era estranho a gangue estar empacada no escuro.

De qualquer forma, desde que não respingue em seu nome, nada importa para ele. Distraído enquanto assoviava, pegou a chave de seu apartamento, junto com um chiclete de hortelã.

— Você gosta de assobios, certo?!

Félix parou seus movimentos bruscamente e direcionou seu olhar para o dono daquela voz, suave e melodiosa. Um garoto, parecia ser mais novo que ele; com o seu cabelo tingido de loiro e sorrisos fáceis, acreditou que ele poderia ser bastante ingênuo em alguns aspectos. Mas os seus olhos tinham algum mistério oculto, além de serem bastante negros, uma cor tão escura que fez-lhe lembrar dos olhos daquela criança.

Apesar de não obter qualquer resposta sua, o garoto apenas continuou. — Ah, onde estão os meus modos. Eu sou Hyunjin, o seu novo vizinho. — O mais alto apontou para a porta que ficava ao lado da sua, só que um pouco mais afastada.

Félix olhou de relance e pegou o número do apartamento, 403. Faz um bom tempo que ninguém ocupava o apartamento que até ele próprio havia esquecido deste número. Voltou a pôr os olhos no garoto que lhe olhava com grande expectativa. Jovens.

O australiano suspirou e apertou a mão maior. — Félix. Espero que se dê bem com os outros inquilinos. — Sorriu minimamente e logo soltou a mão do outro.

O australiano destrancou a porta e adentrou o cômodo em um leve suspiro de cansaço, assim que fez o gesto de remover o casaco, estranhou a porta não fazer um som costumeiro de sempre. Félix olhou para trás encontrando Hyunjin parado em sua porta, com o pé servindo de bloqueio para que a porta não fechasse e um sorriso amarelo enfeitava os seus lábios cheinhos.

— Posso saber por que está com o pé na minha porta? — Perguntou ele ao cruzar os braços acima do peito.

O sorriso transformou-se em uma linha reta e a testa do rapaz estava franzida, tendo os olhos desviando de seu rosto, a todo custo.

— Vai falar ou vou ter que chamar a polícia?! — Félix sabia que não podia ter contato com qualquer autoridade, mas nunca falhou a mesma ameaça de sempre.

— Não, não, não! Não precisa envolver a polícia nesta situação boba.

Félix franziu a testa. — Está querendo me dizer que você invadindo a minha casa é uma situação boba?!

— Não foi isso que quis dizer. Para de distorcer tudo que eu falo, carambolas!

"Carambolas?" Félix quase desfez a sua cara de malvado diante deste possível xingamento. Que bonitinho, ensinaram-no que dizer palavrão é feio e contribui para o lado do pecado.

— Diga logo o que quer e me deixe em paz. — Disse ele já com pouca paciência.

— É que… Bem… Como posso te dizer isso sem parecer estranho demais…?

Félix revirou os olhos diante do dilema que o rapaz se encontrava. Qual é, o que pode ser tão estranho assim?!

— Apenas diga.

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⏰ Última atualização: Mar 22, 2023 ⏰

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Case 143 | (Hyunlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora