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•​☼​KALINDA°

O sol estava nascendo no horizonte, e tons alaranjados cortavam o céu preto estrelado. Minhas pernas doíam, e meu vestido estava imundo. Eu estava cansada, já fazia horas que estávamos andando neste lugar. O verde ao meu redor estava me deixando tonta; parecia que nunca saímos do lugar.

— Falta muito? — perguntei enquanto segurava a saia do meu vestido.

— Você não imagina o quanto. — o tédio era a única coisa que consegui captar em sua voz. — Se eu conseguisse usar meus poderes, já estaríamos bem longe daqui.

— Em minha defesa, eu pensei que você fosse um feérico.

Soltei um riso fraco vendo o quanto aquilo parecia estúpido; afinal, ele era como eu. Meu corpo praticamente se chocou contra uma parede, e eu caí sentada no chão. Quando olhei para cima para ver com o que me choquei, Henry estava parado, me encarando com as sobrancelhas franzidas. Por um momento, achei que ele tivesse se sentido ofendido, mas seu olhar me passava confusão.

— BomBom, eu sou um feérico. — ele disse em um tom de voz divertido.

Feérico...

Ele é um feérico.

Meu corpo gelou, e meus olhos se arregalaram. Ele só pode estar brincando. Ele não tem garras e nem dentes afiados.

— Para de brincar comigo! — disse levantando-me do chão e limpando toda a sujeira do meu vestido.

— Eu não tô brincando — ele disse, cruzando os braços musculosos sobre o peito definido. — O que acha que eu sou, amor?

— Você não parece um feérico. Pensei que... que fosse como eu — disse me afastando lentamente. Fechei minhas mãos em punhos; não queria que ele visse que eu estava assustada.

Olhei para trás e procurei uma saída, um lugar para me esconder, mas não havia nada além de árvores.

— O que você é então? — Henry me perguntou, dava pra ver o divertimento em sua voz e no sorriso zombeteiro em seu rosto.

Meu rosto se contorceu em confusão. O que eu era? Minha mãe e eu nunca conversamos sobre isso... o que eu sou?

O rapaz à minha frente cruzou os braços, esperando uma resposta, mas eu só pensava no fato de que Henry era feérico, e por algum razão estranha, eu não sentia perigo, mesmo cada fibra do meu corpo me pedindo para fugir.

— Eu... Eu...

— Você... Você...

— Eu sou normal. — dei de ombros. Eu era normal. Não tinha presas e nem garras. Não era tão diferente e nem igual, apenas normal.

O rapaz à minha frente me encarava de forma engraçada, como se não acreditasse no que eu estava falando. Então ele explodiu em gargalhada. Sua risada era estranhamente boa, e sem perceber, minhas unhas não machucavam mais a palma da minha mão.

— Você é uma comédia, bombom! — ele disse, entre risadas. Ele estava rindo de mim?

— Para de rir! Seu... Seu... Seu feio!

Henry parou de rir no mesmo instante e me encarou sério. Meu corpo congelou; será que eu o irritei? Minha mãe me contou que feéricos bravos podem ser destrutivos; ela disse que eles perdem o controle rápido. Será que ele vai me matar? Ele não quebraria o nosso acordo. Pelo menos, eu acho que não.

— Feio? Onde eu sou feio? Bombom, você tem problemas de visão? — ele me perguntou, e eu neguei com a cabeça. — Como pode me chamar de feio? Eu sou a pessoa mais linda que já pisou nesse mundo! Não conta essa última parte para o meu pai; ele não aceita que eu sou mais bonito que ele.

Não consegui me segurar e ri da sua forma atropelada de falar. Henry com certeza não era perigoso, pelo menos não para mim.

— Tá vendo aquelas montanhas ali perto? — ele apontou. — Vamos passar por elas para ir para o nosso destino, mas podemos descansar um pouquinho lá antes de seguir viagem. Eu estou acabado.

Sorri para o rapaz quando seguimos o caminho até a montanha.

(...)

O caminho até aqui foi tranquilo. Eu estava sentada ao lado de Henry. Meus olhos pareciam pesados, mas eu não queria dormir.

— Então você mora sozinha com sua mãe em uma torre no meio do nada?

Concordei com a cabeça enquanto olhava fixamente para a parede de pedras à minha frente, tentando me manter acordada.

— Uhum, mas ela vivi fora.

O rapaz à minha frente ficou em silêncio e então soltou um enorme bocejo.

— Sabe, bombom, eu estou acabado — o rapaz apoiou a cabeça em mim — sei que ainda temos que seguir viagem e aproveitar a luz do dia, mas se importa se eu tirar um cochilo?

Neguei com a cabeça e ele sorriu e fechou os olhos. Para um feérico, ele era até que muito bonito, na verdade, parecia angelical com os olhos fechados e os cabelos negros bagunçados caídos sobre os olhos. Eu poderia olhá-lo por horas, mas meu corpo estava cansado demais. Toda vez que eu piscava, parecia que eu estava em câmera lenta. Até que, enfim, o sono me tomou por completo.

Quem é vivo sempre aparece né? Esse capítulo era para ter saído ontem, 24/06 porque era meu aniversário, e o presente era para vocês, mas acabei ficando tão ocupada que nem consegui

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Quem é vivo sempre aparece né? Esse capítulo era para ter saído ontem, 24/06 porque era meu aniversário, e o presente era para vocês, mas acabei ficando tão ocupada que nem consegui. Enfim espero que tenham gostado e não esqueçam de dar ☆ hein!

corte de uma princesa perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora