Capítulo 20 - Sorte e destino

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A cidade já havia adormecido, os prédios que sobreviveram ao carnaval de monstros estavam com as luzes apagadas. Todos com exceção de uma única torre que brilhava exuberante em meio aquela escuridão. As luzes amarelas rodeiam o prédio exibindo a incrível estrutura que parecia feita de mármore. O branco puro e o brilho das luzes nos vidros, faziam com que aquele cassino parecesse um ponto de esperança na noite.

Se aproximaram os oito escolhidos da entrada do local, os tapetes vermelhos, as cortinas carmesim contrastavam enormemente com o branco do mármore. Na entrada, haviam diversos carros estacionados e serventes vestidos em seus uniformes que se assemelhavam a ternos. Para a surpresa de todos, apenas bestiais atendiam a portaria, no interior era possível ver que o cassino não havia parado. O barulho ininteligível de comemoração e arrependimento, assim como o embaralhador de cartas e jogar dados. O interior era tão vibrante que parecia ser feito de ouro. Era como se existisse uma realidade completamente diferente depois daquelas portas.

Os oito não esperaram muito até um bestial com características de uma garça branca se apresentasse para atendê-los. Ele usava um monóculo em seu olho direito, seus braços eram emplumados por baixo do terno e possui um ar de elegância no andar.

— Pelas suas características, devo assumir que vieram à mando de meu mestre — a voz do bestial era calma e serena.

— Sim — a pessoa que tomou a iniciativa foi Maurice. — Estamos aqui para finalmente resolver nossas diferenças.

— Ele nos instruiu de sua chegada, por favor. Me sigam — a garça deu meia volta e adentrou ao cassino.

As portas de vidro se abriram com o aproximar do bestial, logo em seguida todos os oito foram atrás dele. Na esquerda era possível ver roletas girando, todas as cores vibrantes deixam Deneb entusiasmado, mas ele sabia que estava em território inimigo, por isso se conteve em perguntar. Do lado direito do salão, ficavam as máquinas de caça-destino, era possível ver diversas delas, pessoas colocando suas moedas e puxando alavancas. Algumas comemoravam, enquanto outras apenas grunhiam ao colocar mais moedas na máquina.

Altair diferente de seu irmão, se focava apenas no bestial a sua frente, apesar dos barulhos exacerbados do local, ele conseguia notar que aquele atendente não fazia barulho algum ao andar. Finalmente todos chegaram a uma mesa de madeira coberta por um pano verde. Do outro lado estava Ace, segurando um baralho de 52 cartas, com muita maestria e destreza o bestial embaralha as cartas na frente de todos.

Os oito se posicionam em uma fileira lateral, observando o bestial remover apenas quatro cartas do baralho e olhar na direção deles.

— Sem todos bem-vindos, como vocês bem sabem, meu mestre gosta de jogos e apostas — Ace posicionou quatro cartas viradas de cabeça para baixo em cima da mesa. — Portanto, a carta que escolherem decidirá quem enfrentarão.

— Simples assim? Serão oito contra um? — Vega caçoou.

— Não, não — o bestial sorriu com a simplicidade da jovem. — Vocês terão que se dividir em duplas. Meu mestre está no último andar da torre que só poderá ser acessado quando tiverem as moedas de identificação de cada um dos outros quatro.

Ao terminar de falar, Ace puxou a própria moeda, era uma moeda cinza que parecia ter a mistura perfeita entre branco e preto. No objeto circular, que Ace habilmente rodopiava entre seus dedos, havia a gravura de três cabeças de cachorros. A moeda do jeito que apareceu se foi entre os vãos dos dedos do bestial que agora apontava para as cartas da mesa.

— Por favor, cada dupla escolha uma carta — Ace sorria enquanto aguardava ansiosamente. — Cada carta decidirá onde e quem será, como meu mestre ordenou, deixe a sorte decidir os encontros.

Tríplice DestinoWhere stories live. Discover now