𝑂 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑑𝑜

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~𝑱𝒖𝒏-𝑺𝒆𝒐 𝒑𝒐𝒗~

Desde criança, eu sempre me perguntava, será que eu conseguiria encontrar a felicidade um dia, e a resposta dessa pergunta nunca apareceu, até eu conhecê-la. Sempre fui um garoto quieto, e considerado estranho, pelo simples fato de que eu preferia dissecar animais ao em vez de ficar brincando de jogar bola, e coisas do tipo, e por isso eu virei vítima de bullying, exceto de uma pessoa, que eu amava desde que eu a vi, seu nome era 𝐒𝐡𝐢𝐳𝐮, ela foi meu primeiro amor, sempre a amei, mais meus sentimentos nunca eram correspondidos, tanto é que eu comecei a tentar demonstrar meus sentimentos ainda mais.

Anos se passaram, e eu estava do ensino médio, e foi logo no último ano, daquela maldita escola, que tive a pior notícia da minha vida, Shizu estava namorando com 𝑲𝒚𝒐𝒔𝒖𝒌𝒆, meu inimigo desde que eu me lembro. Ele sempre fazia bullying comigo por conta da minha aparência, e também por conta do meu jeito quieto, e sossegado, mais nunca liguei para os comentários dele, até que o último dia de aula chegou, e logo meus problemas psicológicos começaram, junto com a minha obsessão.
Era o último dia de aula, quando Kyosuke começou a me perturbar, me xingando de estranho, e me chamando de erro, lixo humano, entre outros apelidos. Minha cabeça estava doendo, e minha paciência se esgotando, eu não conseguia esconder a raiva que eu senti daquele cara nesse dia, e tudo começou a desandar ainda mais, quando descobri que Shizu estava grávida daquele homem escroto e estúpido, e foi aí que eu cheguei no meu limite. Estávamos no corredor da escola, ele estava perto do corrimão, estava sozinho, e a escola silenciosa, não havia ninguém por perto, e tudo que eu podia ouvir era o som da voz rouca dele por conta do cigarro, invadindo o silêncio do lugar, tirando toda minha paz.

-Você é um idiota né?, Por que você ainda está vivo?, Porque você simplesmente não se joga dessa escada?- ele pergunta rindo ironicamente.

Cerrei meus punhos, e fui violentamente até ele, e o agarrei pela gola da sua jaqueta de couro preta, e então, eu o empurrei, o fazendo cair do terceiro andar. O barulho foi alto, e todos chegaram, fingi estar assustado, após ver que ele havia quebrado seu pescoço durante a queda. Seu sangue escorria pelo chão, todos gritavam e corriam assustados, enquanto eu ficava paralisado, sem acreditar no que eu havia acabado de fazer. Eu não me senti arrependido, muito pelo contrário, me senti bem, senti como se eu estivesse ganhando na loteria, mas aí, pude ver a cara de assustada Shizu, ela chorava muito, enquanto ficava de joelhos ao lado do corpo daquele bad boy escroto, e foi aí que eu entrei em "ação". Me aproximei lentamente dela, e a abracei, tentando consola-la, enquanto eu sorria maldosamente.

Meses se passaram e finalmente Sanemi estava preste a nascer, mais antes de tudo, fiz algo que eu realmente precisava fazer, algo que iria me deixar bem. Estando decidido, fui até a casa da Shizu que morava sozinha naquele tempo, então assim que ela abriu a porta, eu a abracei de repente a deixando sem reação alguma, então rapidamente retirei um pano de meu bolso que estava molhado de calmante, então assim que me afastei de Shizu tapei seu nariz e sua boca com esse pano, a fazendo desmaiar, logo seguida a coloquei dentro do meu carro. Ainda dirigindo na imensa estrada, pude perceber que Shizu havia acordado, ela estava desesperada, procurando forças pra gritar, mais antes que a mesma abrisse a boca, eu saquei uma arma do meu bolso, e apontei para a barriga da mesma.

-Se você me desobedecer, você pode dar adeus a seu precioso filho, igual eu fiz com seu queridinho Kyosuke- digo segurando o gatilho

-Então foi você?- ela pergunta- FOI VOCÊ?!, EU PASSEI MESES TRISTE, ACHANDO QUE ELE TINHA SE MATADO PORQUE NÃO QUERIA SER PAI, MAIS A VERDADE É QUE VOCÊ O MATOU?!-

-Olha meu amor, eu não quero matar esse troço que cresce dentro de você, então acho melhor você colaborar- digo sorrindo olhando para ela, logo em seguida voltando meu olhar para a estrada.

-O q-que v-você quer?- ela pergunta entre soluços

-Eu quero você, simples assim querida Shizu, lembra?, Você me amava, dizia que um dia iriamos nos casar, mais depois que você conheceu aquele maldito, você começou a se afastar de mim, acha mesmo que eu não reparei?, Acha mesmo que eu não liguei pra isso?, Isso me doeu por muito tempo graças a vocês- digo parando meu carro após chegarmos na minha casa. Porém, não adiantou nada parar o carro, pois assim que destravei as portas do meu carro, a bolsa de Shizu estourou, indicando que seu filho iria nascer naquele exato momento, então tive que ligar para meu velho amigo James, que era praticamente um irmão pra mim. Conheci o James quando ambos tínhamos seis anos, eramos da mesma escola, e ambos de nós pensavamos em coisas macabras, inclusive, ele foi o responsável pela morte de sua própria mãe. Ele a matou quando ela estava dormindo, ele acertou a cabeça da mesma com um martelo, até que seu crânio foi esmagado, fazendo pedaços de seu cérebro espalharem pela cama, manchado seus lençóis braços- Espera um pouco, já, já, essa coisa vai sair daí- digo a levando para dentro de casa.

*

Horas se passaram, e logo pude perceber que Sanemi já estava prestes a sair, obviamente, a ajudei, eu sabia o que eu estava fazendo?, Não, claro que não, mais mesmo assim tentei ajudar, pois se aquele troço morresse, eu não poderia ameaçar Shizu para ter o que eu quero.

~𝑺𝒉𝒊𝒛𝒖 𝒑𝒐𝒗~

E lá estava eu, sofrendo fisicamente e psicologicamente, estou tendo meu filho no mesmo dia em que descubro que meu melhor amigo de infância matou a pessoa que eu amava, mesmo sabendo que o Kyosuke era um idiota eu o amava de verdade, e por conta da morte dele, eu mal tinha forças para empurrar meu filho para fora de mim.

Após muito esforço Sanemi nasceu, seus cabelos eram brancos como a neve, e seus olhos eram brilhantes como a luz do luar, era realmente lindo, assim que olhei para ele senti que todos os meus problemas haviam acabado, mais infelizmente foi aí que eu me enganei, pois assim que peguei meu filho nos braços, ele foi tomado de mim, e levado para longe, eu estava fraca, havia perdido todas as minhas forças, tanto é que nem consegui chorar, eu só queria ficar com o meu filho, porém, assim que vi o James entrando num quarto com meu filho, minha visão ficou escura, e logo eu apaguei.
Não sei dizer quanto tempo fiquei desmaiada, só sei que quando acordei, eu estava deitada numa cama, e ao meu lado estava Jun-seo, que abraçava meu filho, que estava dormindo. Me levantei da cama com cuidado, e peguei meu filho, e corri para longe, porém James me alcançou junto ao Jun, que me puxou pelos cabelos, após James tomar meu filho de mim. Jun-seo me levou para um quarto escuro e empoeirado e lá naquele quarto, que tudo virou um imenso pesadelo. Jun-seo me empurrou, e começou a me dar fortes chutes na barriga, me dando uma certa ânsia de vômito, mais isso não foi a pior parte, pois ele pegou uma barra de ferro que havia alí do lado, e a bateu fortemente em minhas costas. Meu corpo foi tomado por uma ardência, meu corpo que já estava fraco, conseguiu ficar mais fraco ainda, eu não conseguiria aguentar aquela dor por muito tempo, mais eu precisava aguentar, não por mim, nem pelo Kyosuke, e muito menos pelo Jun-seo, eu sobreviveria pelo meu filho, que agora, era tudo que importava na minha vida. Novamente apaguei, mais logo despertei, olhei para os lados e vi um grande espelho quebrado, mais ainda sim, eu podia ver meu reflexo, minha blusa estava totalmente rasgada, haviam hematomas nas minhas costas por conta da barra de ferro, e também sangue, que escorriam dos meus machucados. Me levantei, e corri em direção a porta do quarto, usando a pouca força que ainda me restava, comecei a gritar enquanto eu dava fortes socos na porta.

-Jun-seo!, Abre a porta!, Eu quero ver meu filho agora!- digo em meio aos soluços- me deixe vê-lo,npor favor, eu faço o que você quiser, só me deixe ficar com ele!.

Logo a porta se abriu, e vi o Jun-seo com o meu filho no colo, eu nem havia decidido o nome dele ainda, e ele já havia sido tirado de mim três vezes. Ver meu bebê novamente era algo tá bom, e após notar minha expressão de dor, Jun-seo me entregou meu filho, que logo me fez chorar de alegria novamente, ver essa pequena pessoa em meus braços, foi algo que realmente aqueceu meu coração, me trazendo aquele sentimento de proteção novamente.

-Eu te amo meu filho!- eu sussurro para ele

-A partir de hoje, você faz o que eu mandar, quando eu mandar entendeu?, Se não, pode dar adeus ao seu filhinho querido- ele diz indo embora, enquanto eu amamentava meu filho pela primeira vez. Assenti assim que ele se virou para ter certeza de que eu estava discordo com ele.

𝐸𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟𝑖𝑛ℎ𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora