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Marília Pov

2 meses depois

Senti meu corpo ser balançado um pouco, estava tão cansada pelo dia cansativo de trabalho, que demorei a perceber que eu estava sendo acordada por Maraisa ao meu lado, em nossa cama.

Quando eu abri os olhos devagar para saber o que minha mulher queria, estiquei um pouco os braços sentindo a dor em minha costa e o cansaço me domar.

Eu havia trabalhado das 8 da manhã até 23h.

Olhei devagar no relógio ao lado da cama, vendo que era 2h30 da manhã, franzi o cenho encarando Maraisa sentada me encarando com os olhos brilhando, ela estava bem acordada.

- O que houve, amor? Você está bem? - Perguntei baixo, com dificuldade para abrir os olhos direito.

- Amor... eu estou com vontade de tomar sorvete. - Ela disse baixo mexendo na barra do lençol..

- Amor, tem sorvete na geladeira, quer que eu pegue pra você? - Perguntei criando forças e me sentando na cama com calma.

- Amor, não tem sorvete de pistache aqui... - Ela disse, pisquei várias vezes, processando sua informação. - Só quero se for pistache.

- Amanhã podemos ir à uma sorveteria, amor. - Falei beijando seu rosto com carinho, vi um bico se formar em sua boca.

- Quero agora amor... estou com desejo. Quero sorvete de pistache com calda de caramelo. - Ela disse sorrindo feito criança, passando a língua pela boca. Passei a mão no rosto suspirando.

Peguei meu telefone e botei no navegador, tentando encontrar se tinha algum lugar aberto próximo à nossa casa. Encontrei alguns, me levantei vendo Maraisa me olhar meio desconfiada.

Entrei no closet, botei um sutiã, junto a uma camiseta, eu já estava de calça moletom. Calcei chinelos confortáveis, peguei a carteira e a chave do carro. Dei um beijo em sua boca ainda notando seu olhar desconfiado e manhoso. Acabei sorrindo.

Desci as escadas, saí de casa e tranquei a porta, ativando o alarme novamente e conectando as câmeras da casa em meu celular. Liguei o carro e parti pelas ruas escuras atrás do tal sorvete, me sentia sonolenta e cansada, é dia de semana e de madrugada. Tem movimento é claro, mas não como nos finais de semana.

Incomparável.

Quando cheguei a uma conveniência, entrei na mesma depois de trancar o carro e vi um senhor barrigudo negar quando botei o primeiro pé.

- Desculpa moça, estou fechando. - Ele disse chegando perto. Abri minha carteira e peguei cem dólares, estendendo a ele.

- Preciso comprar um sorvete pra minha esposa, ela está grávida. Preciso levar o sorvete. - Falei, ele deu de ombros e eu entrei. Encontrei a tal cada de caramelo, mais não tinha o maldito sabor que ela queria.

Saí da conveniência e fui atrás em outros lugares. Demorei muito a conseguir, percebi que tinha ficado quase uma hora atrás, quando finalmente encontrei. Retornei para casa, entrei trancando tudo e suspirei vendo em todos os cômodos da casa, que tudo estava bem. Quando cheguei no meu quarto, abri a porta com a taça de sorvete na mão e calda em cima, vi minha mulher dormindo tranquilamente, suspirei deixando a taça em cima da mesa e fechando a porta do quarto. Lavei as mãos, tirei a roupa e me deitei ao seu lado sentindo ela se alinhando ao meu corpo, em um abraço quentinho.

- Não quer mais o sorvete? - Perguntei intrigada, ela quase não respondia.

- Estou com sono amor, amanhã eu como. Obrigada, eu te amo. - Ela disse apertando um pouco mais meu corpo contra ela. Suspirei descansando minha cabeça

Bipolar.

- Tudo bem, eu te amo. - Falei fazendo carinho em seu cabelo.

Maraisa estava grávida, ela tinha desejos e mimos o tempo todo, uma hora ela chorava, uma hora ela tinha drama, desejos ou implicâncias. Às vezes ela estava extremamente feliz e às vezes com muita raiva, era um misto de sentimentos muito grande só para ela, e eu a entendia, eu já havia ficado grávida. Nunca tiveram paciência comigo, calma para conversar, perguntar como era meu dia e cuidar de mim com todo peso que eu estava carregando na barriga.

Quero que Maraisa tenha de mim, tudo que um dia eu quis ter. Cuidados, amor, companhia e principalmente, muita paciência. Isso sim, é amar alguém e ser grato.

Maraisa passou por muita coisa em sua vida. Pense bem, tinha uma bela vida de princesa, perdeu os pais, foi estuprada pelo melhor amigo do pai, que devia ter dado ao menos apoio a ela, mais acabou a tomar tudo que era dela, a deixou passar fome, ficar na rua e se humilhar pra qualquer um na rua que poderia ter feito muito mal à ela. Maraisa passou por necessidades completamente desnecessárias na vida dela.

Hoje ela tem tudo que é seu por direito, tem à mim, a Léo e ao filho que está esperando, que é nosso. Ela tem a nossa casa, tem o carro dela, tem a vida que merece e, principalmente, tem o meu amor. Sempre farei com que ela se sinta amada e cuidada como merece, e nunca irei me perdoar por um dia ter feito ela sofrer quando não merecia.

Acabei por dormir perdida em meus pensamentos.

——-//—-

Acordei sentindo um calor diferente em meu corpo, senti minhas pernas balançarem um pouco, acabei abrindo até a boca arfando em desejo. Quando abri os olhos um pouco sonolenta, pude olhar pra baixo e ver os olhos vidrados em mim. Fitei sua boca fechada em minha buceta, ela chupando e acariciando minha cintura. Acabei jogando um pouco minha cabeça para trás e apoiei meus cotovelos na cama, gemendo.

Botei minha mão direita no cabelo macio de Maraisa e rebolei um pouco, pressionando mais. Ela passou sua língua devagar pelo meu ponto de prazer, acabei por gemer um pouco mais alto.

- Mamãe... - Ouvi a voz de Léo no corredor, Maraisa ia se afastar, mas segurei em seu cabelo com um pouco mais de ordem e a mantive no meio das minhas pernas.

- Termine. - Ordenei lembrando que eu tinha trancado a porta. Gemi arrastado ao sentir sua língua pressionar um pouco mais. Vi o trinco da porta mexer um pouco, como se Léo tentasse abrir.

- Léo, aguarde em seu quarto. Estou ocupada. - Falei um pouco mais alto para que ele ouvisse, segurando o gemido. Ele parou de mexer no trinco e ouvi apenas um "tá bom mamãe".

Sorte de ter um filho obediente.

Quando gozei na boca de Maraisa, segurei em sua nuca e a trouxe para cima, beijando sua boca. Virando nossos corpos na cama e ficando nua mesmo por cima dela, beijei seu pescoço ouvindo ela arfar de forma gostosa, levantei um pouco meu corpo para não a machucar, notando o volume agora um pouco maior em sua barriga.

- Gostou da forma que te acordei? - Ela perguntou em meu ouvido, sorri arrastando um pouco minha coxa pelo meio da sua perna, ouvindo ela arfar. - Sai amor, Léo deve estar precisando de você... pra ter vindo tão desesperado.

- Então eu irei ver o que ele quer. - Falei pressionando um pouco mais. - E volto para que a gente tome um banho gostoso junto nessa banheira. E aí eu vou chupar você também... vou foder você bem gostoso, tá bom?

- Ta bom. - Ela disse sorrindo em meu ouvido. Sorri também, me levantei. Peguei um roupão e coloquei em volta do meu corpo, acabei travando meu olhar em direção a um pequeno objeto próximo ao porta retrato em cima da mesa que estava com uma foto minha e de Maraisa em nosso casamento. Peguei o mesmo em minha mão e o analisei, sorrindo em descrença. - O que houve?

- Amor, você colocou isso aqui? - Perguntei olhando pra ela, ela negou nem entendendo do que eu falava, se aproximando para olhar. - Isso é uma câmera, Maraisa.

M A R I L I A | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora