Capítulo 14 🥀

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                     Gabriela Cardoso

Acordei com alguém quase derrubando a porta. Eu mereço! Desci na força do ódio por me acordarem assim.

Abrir a porta pronta pra xingar quem estava me acordando, e dei de cara com meu pai e pelo jeito tinha se drogado.

Gabi: O que você tá fazendo aqui? - Disse e ele já foi entrando sem minha permissão.

Pesadelo: A noite foi boa em sua filha da puta? - O mesmo apontou para as marcas do meu corpo.

Gabi: Não que seja da sua conta, mas foi a melhor de todas. - Ele me olhou com raiva e agarrou em meu pescoço.

Pesadelo: Se eu souber ou pegar você e ele aqui de novo, pode se preparar. - Ele estava me ameaçando, é isso?

Gabi: A casa é min..ha. - Disse com dificuldade pois estava com falta de ar.

Pesadelo: A casa é sua, mas eu sou seu pai e dono dessa porra. - Disse aumentado o tom de voz.

Gabi: A CASA É MINHA E EU NÃO PERMITO QUE ALGUÉM AUMENTE A PORRA DO TOM DE VOZ PRA MIM E AINDA DENTRO DA MINHA CASA. - Na mesma hora ele me deu um murro no meu rosto, cair no chão com a mão no local.

Pesadelo: ME RESPEITA CARALHO. EU NÃO VOU PERMITIR QUE VOCÊ FIQUE TREPANDO COM MEUS ALIADOS. - Ele grita e eu sorrir com a mão no local que sangrava.

Gabi: Você falou certo, OS SEUS ALIADOS, não os meus. Agora saia da minha casa AGORA. - Ele rir de lado e estrala a sua língua.

Pesadelo: Gabriela, Gabriela. Não me desafie. Você pode ser minha filha, mas pra te matar só falta um deslize seu. - Disse se aproximando.

Gabi: Aé paizinho? Eu te desafio, vai em frente, eu dúvido! Eu digo que você é homem mesmo. Por que pra mim você não passa de um zero a esquerda, um fraco. - Ele ia me dar um tapa só que dei um passo pra trás rápido.

Pesadelo: SUA VAGABUNDA, É ISSO QUE VOCÊ É. - Me olhou com fúria. - EU DEVERIA TER TE MATADO NAQUELE DIA. - Engulo em seco.

Ok, aquilo me machucou, mas não vou dar esse gostinho pra ele.

Gabi: Que pena que não matou. - Dei uma pausa. - Saia da minha casa, preciso voltar para meu soninho da beleza. - Disse sorrindo debochando da situação.

Ele abriu a boca várias vezes pra falar algo, até que ele caminha para porta, não o deixo sair e o chamei.

Gabi: Ah pesadelo. - Ele parou na porta só que sem me olhar. - Não adiantou merda nenhuma ter vindo aqui. Eu vou continuar sentando nos seus aliados. -Sorria enquanto falava.

Ele bateu a porta que quase quebrou, eu em. Fui pro quarto e tomei um banho. Perdi o sono por causa daquele demônio e liguei a Netflix pra assistir umas séries.

Agora mais do que nunca eu quero ver o Perigo todo dia. Se for preciso deixar meu pai putinho, eu faço o que for preciso.

                     Perigo narrando

Fui nascido e criado na rocinha, filho do dono do morro pô. Vi minha mãe morrer na minha frente os vermes do Bope invadiram e mataram ela na minha frente. Ela segurou a minha mão até o último segundo de vida dela, minha coroa era incrível.

Deram ordem pra me matar também pô. Mas tinha um lá que falou que não era pra me matar, era pra eu sofrer até o último dia da porra da minha vida. É claro que eles não aceitaram de primeira.

Como meu pai já tinha recebido o raidinho de que eles tinha entrado na casa, eles receberam o chamado pra recuarem, mas antes de ir atiraram em mim, no meu braço.

Mas quem disse que doía? A dor não é no braço não pô. A dor é no coração por não conseguir salvar ela.

Eu poderia entrar na frente dela. Mas não, eu fiquei chorando no canto da casa, vendo eles agredirem minha coroa.

E desde então, venho tendo pesadelos todas as noites. Me sinto um merda de um culpado e fraco por não conseguir salvar a única que eu amei e ainda amo.

Já o meu pai se entregou nas drogas, tive quer ir morar com minha tia pô.
Com meus 11 anos, perdi minha mãe, e o meu pai se entregou nas drogas. Não tinha ninguém por mim.

A minha tia era outra, a vadia me fazia de escravo, me batia e humilhava por eu ter um pai como o meu. Fiquei com ela até completar os meus 16.

Matei mermo, e se fosse pra matar outra vez eu fazia com prazer. Foi uma morte lenta e dolorosa. Enquanto a matava estava sempre com um sorriso no rosto.

Quando eu voltei pro morro, a facção ficou sabendo e eles queriam que eu fosse o próximo dono assim que meu pai morresse. E eu aceitei, é claro. Comecei como todo mundo, fui crescendo ainda mais.

Quando tava de gerente da boca, meu pai morreu de overdose. Não tinha o que fazer, tentei de tudo pra tirar ele das drogas, mas quem disse que ele escutou?

E hoje tô aqui firme e forte, sou conhecido como perigo. Todos tem medo e respeito por mim. Já matei vários quem me desrespeitou a mim e minha favela.

A filha do dono do morroWhere stories live. Discover now