14 - Bem-vindo ao meu mundo

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Nós poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração na palma da sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

E você brincou com ele, no ritmo da música

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Adele – Rolling in the deep

Desde a descoberta sobre o Central pertencer aos Senju uma lâmpada de alerta acendeu na mente de Izuna sobre Madara e ele estava muito preocupado com o irmão ter algum tipo de recaída que o levasse a até mesmo desistir de continuar se tratando ou algo tão extremo quanto porque o ódio que Madara poderia sentir de alguém – e que sentia por Butsuma Senju – era de uma magnitude que não se podia avaliar.

Izuna sabia que o maior sonho do irmão era voltar a andar, mas os problemas de uma década com os Senju nunca amenizaram de verdade, a vida apenas os obrigou a continuar independente das dores que carregavam, pois não havia uma escolha exata. Então o Uchiha mais novo não podia afirmar que seu irmão não tomaria uma atitude extremamente radical porque as chances de acontecer não eram tão impressionantes.

Madara estava quebrado já há tempo demais para se ter qualquer certeza acerca de sua saúde mental. E a verdade é que Izuna não tinha uma expectativa muito boa sobre isso.


Estava difícil há anos.

Não que não pudesse ficar pior, porque quando ele foi comprar outro chocolate quente – mesmo sendo apaixonado por doces Izuna já não aguentava mais tomar aquilo – deu de cara com Tobirama novamente na cafeteria do hospital. A Sra. Parker deu uma boa olhada no Uchiha quando ele passou pelo Senju em direção a seu balcão, notando o olhar atrevido que era direcionado para o advogado.

Ele olhou em volta até bater os olhos no refrigerador ao lado. Continha refrigerante e outras bebidas.

- Uma água, por favor.

- Gelada? – A simpática senhora virou o rosto na direção de onde Izuna olhava.

- Sim. Por favor.

Ele insistiu e então pagou pela água, bebendo um gole muito longo e lento, se arrepiando com o líquido gelado em um dia tão frio quanto aquele. Ele se virou e encontrou o olhar julgador do Senju sobre si, decidido de uma vez a sustentar aquela guerra fria, devolvendo a encarada.

Os motivos que os separaram no passado eram profundos e doloridos, cheios de acusações e dedos apontados que geraram ódio e muito ressentimento. Ao ponto de sequer ser possível sustentar uma conversa, como se isso fosse uma ofensa histórica. E o que o olhar de ambos refletia era justamente isso.

O ódio e a culpa associada que confortava as perdas distantes.

Um grande desperdício de tempo e energia.

Uma dor companheira e triste.

Aquela encarada muda não resultou em nada além de uma troca de olhares cheia de ódio, e Izuna lhe deu as costas antes que seu dia ficasse mais azedo do que já estava.

As coisas estavam indo bem sobre a cirurgia de Madara, e desde que focasse nisso ficaria tudo bem.

xXx

Madara observou calado enquanto Dan Jackson removia o acesso de sua mão, trocando todo o apetrecho por um curativo único. A região estava dolorida, mas agora era mais fácil movê-la sem precisar se preocupar com aquilo. A troca do acesso durante todo aquele período de internação causara uma sensação bastante incômoda.

IncompleteWhere stories live. Discover now